Um terço das mulheres falha consulta de planeamento familiar
Faz hoje três anos que entrou em vigora da lei que permite a interrupção por vontade da mulher até às dez semanas. E as previsões do Ministério da Saúde de 20 mil interrupções anuais estão perto de se concretizar. Mas os médicos denunciam que o planeamento familiar continua a falhar.
Jorge Branco, administrador da Maternidade Alfredo da Costa e presidente da Comissão Nacional de Saúde Materna e Neonatal considera que "a falta à consulta é a maior dificuldade na implementação da lei". E está "preocupado porque há mulheres que já repetiram a interrupção três vezes".
Miguel Maia, médico do Hospital Garcia de Orta, em Almada, refere que metade das mulheres que ali interrompem a gravidez falham esta consulta.
Apesar de não se poder concluir que uma nova gravidez indesejada é consequência directa desta falha, o médico admite que pode dar azo a nova intervenção. "Há mulheres que saem daqui com métodos de contracepção e que por isso dizem que não foram à consulta", explica. "A lei obriga-nos a marcar a consulta num prazo de 15 dias. A mulher pode não ir, mas não pode invocar o facto de não ter atendimento marcado", alerta Miguel Maia.
Para Jorge Branco, a solução para o problema é a criação de uma campanha de informação, até porque o acesso a contraceptivos e a consultas é gratuito nos centros de saúde de todo o País. "Temos fazer as mulheres pensar e os médicos têm de ter mais formação para que as convençam a ir. Se assim for vamos certamente evitar estas repetições", avança.
Na Maternidade Bissaya Barreto, Coimbra, a repetição de abortos atingiu os 5% este ano (...)"
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