sexta-feira, 16 de julho de 2010

Especialistas contra abusos da lei do aborto

O elevado número de mulheres que, após uma interrupção de gravidez, falta à consulta de planeamento familiar (prevista na lei) e as repetições de aborto são as questões que mais preocupam os profissionais de saúde.
Apesar de admitir que "tudo pode ser melhorado", o director-geral da Saúde, Francisco George, responde que "não é oportuno voltar a debater a IVG".
"Agora está na altura de começar a diminuir o número de abortos. Este ano será a prova de fogo", avisa Miguel Oliveira da Silva, presidente do Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida (CNECV).
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Preocupado com as mulheres que fazem um aborto e faltam à consulta de planeamento familiar - "é uma falta de civismo que uma mulher que faz um aborto de borla, às nossas custas, não se dê ao trabalho de comparecer à consulta" -, o médico volta a defender que o aborto deveria deixar de ser gratuito nos casos de reincidência. Os números de repetições de aborto em Portugal (340 mulheres das 19 mil que abortaram em 2009 fizeram-no duas vezes) estarão ainda abaixo da média de outros países.Luís Graça, director do serviço de Obstetrícia do Hospital de Santa Maria (Lisboa), insiste na defesa do pagamento da taxa moderadora e numa "eventual punição a posteriori" nos casos de repetição. "Um aborto deveria ser pago, tal como é paga uma operação ao apêndice", afirma. Referindo que apenas uma em cada três mulheres comparece à consulta de planeamento familiar, lembra que a "lei concedeu um direito, mas também acarreta deveres".
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"Foram 54 mil abortos, ou seja, 54 mil crianças que daqui a cinco anos estariam nas escolas portuguesas", diz a presidente da Federação Portuguesa Pela Vida, Isilda Pegado, defendendo uma revogação da lei e mais investimento no "apoio à maternidade" (...)"
Fonte: Público

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