sexta-feira, 30 de setembro de 2011

A maturidade


Na vida das cidades, na nossa vida pessoal, profissional e familiar, nas decisões políticas deveríamos agir com maturidade.

A maturidade está associada à prudência das decisões, promove os bons resultados e dá garantias de maior sucesso.

Quantos divórcios, quantas crises, quantas gravidezes indesejadas, quantas bancarrotas e problemas financeiros, quanta deliquência, quantos crimes ou depressões não se evitariam se o gestor, se o pai, se o filho, se o político tivesse adoptado outra decisão mais acertada e mais sábia.

Porém, nem sempre é fácil ser se maturo. Por vezes, a imaturidade é a via mais fácil de seguir.

No Decreto "Optatam Totius", do Concilio Vaticano II, a Igreja Católica indica 3 características que devem pautar a maturidade humana.
São elas as seguintes:

- Estabilidade de ânimo.

- Capacidade de tomar decisões ponderadas.

- Um modo recto de julgar os acontecimentos e os homens e a si mesmo com objectividade, admitindo limitações e diferenciando o que é pura possibilidade do que já é conquista efectiva.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

sábado, 24 de setembro de 2011

História da primeira mulher condenada à morte no seculo XXI



Depois de séculos em que podíamos aprender a ser civilizados, continuamos a perpetuar erros gravíssimos. Aborto e eutanásia são exemplos disso, mas pensava que a pena de morte era coisa da Idade Média...


Asia Bibi, uma cristã paquistanesa, é a primeira mulher condenada à morte no século XXI. A jornalista Anne-Isabelle Tollet conta a sua história.


Ler mais aqui.

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Como lidar com os efeitos preversos do aborto

O aborto, além de ser um crime no qual se mata deliberadamente um ser vivo em gestação, produz também graves e, por vezes, irreversíveis efeitos quer no homem, quer sobretudo na mulher.

O site healing after abortion mostra os efeitos negativos do aborto quer numa perspectiva de prevenção, quer numa perspectiva de retoma de vida e de cura pós-aborto para que nunca mais tal mal se venha a repetir.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Liechtenstein rejeita aborto em referendo

Com 52,3% contra 47,7%, no último domingo, 18 de setembro, os cidadãos de Liechtenstein rejeitaram o referendo que pedia a descriminalização do aborto.


Apesar de uma campanha internacional a favor do aborto e das pesquisas que previam uma vitória da frente favorável à liberalização da interrupção voluntária da gravidez, os cidadãos de Liechtenstein se opuseram por maioria.


Atualmente, no principado, o aborto está proibido e é castigado com uma pena que pode ir até um ano de prisão, ainda que seja praticado no exterior. Não há condenações por este motivo há anos.


O texto de lei do referendo propunha a despenalização da interrupção da gravidez nas 12 primeiras semanas, com uma modificação do código penal neste sentido.


Pedia também o direito a abortar depois desse prazo, se o feto apresentasse um grave risco de incapacidade física ou mental.


No Parlamento, só uma minoria havia aceitado a iniciativa para legalizar o aborto. Em agosto, o príncipe herdeiro Alois havia se manifestado contra a liberalização do aborto. Também o arcebispo de Vaduz, Dom Wolfang Haas, se negou a celebrar a Missa como sinal de protesto contra o aborto.


Agora que o referendo foi rejeitado, os dois partidos do governo, União Patriótica e Partido Burguês Progressista, anunciaram que proporão uma modificação do Código Penal. O aborto será proibido, mas não se castigará penalmente quem o praticar no exterior.


O Principado de Liechtenstein conta com mais de 35.446 habitantes (dados de 2008), com uma densidade demográfica de 209 pessoas por km², e tem uma renda per capita das mais altas da Europa.

Daqui.
Ver mais aqui1 e aqui2.

Da responsabilidade do homem no aborto



"A responsabilidade exerce-se, ou deixa de exercer-se, nos actos que dependem da vontade; do qual decorre que os efeitos consequentes são responsáveis ou irresponsáveis.
Não se pode propor como responsável a vontade de não procriar, sem que esta mesma vontade determine uma atitude coerente nas relações conjugais.
Em conclusão, não se pode ser irresponsável nas relações íntimas e pretender ser responsável na transmissão da vida"



D.Francisco Gil Hellín

Esta afirmação deste autor é muito oportuna e muito adequada ao fenómeno do aborto.



Muitos casais assumem a realização de actos sexuais sem se preocuparem ou, no mínimo, descuidando a questão da prevenção da gravidez.



Não podem esses mesmos casais, depois, invocar a RESPONSABILIDADE como argumento para justificar uma gravidez indesejada quando, antes, foram IRRESPONSÁVEIS na prevênção dessa mesma gravidez.






Outra questão também subjacente a isto relaciona-se com o grau de responsabilidade do homem numa gravidez indesejada.



Nos contactos que temos tido com mulheres que se encontram angustiadas devido a uma qualquer gravidez indesejada é quase da praxe constatar que o homem progenitor demite-se quase sempre desta situação e imputa na totalidade a responsabilidade à mulher.



Foi a mulher que se deixou inseminar, foi a mulher que se esqueceu de tomar a pílula naquele dia, foi a mulher que não exigiu o uso do preservativo, foi a mulher que tolerou o coito interrompido como forma de contracepção, etc, etc.



Ainda que assim fosse, nunca o homem progenitor se poderia demitir das suas responsabilidades.



No Direito Civil, no instituto da responsabilidade civil, há uma figura que é a chamada "responsabilidade objectiva".



De acordo com esta responsabilidade objectiva, alguém é responsável pelos danos causados pela sua conduta (ainda que não culposa) pelo simples facto de ter estado lá, naquele dia e naquela hora, de maneira a que se não fosse a sua acção (repita-se, ainda que não culposa) o "dano" ou efeito negativo causado não teria sucedido.



Assim, é de concluir que é uma perfeita cretinice, para não dizer cobardia que muitos homens, perante a gravidez indesejada, proclamem que "nada têm a ver com isso", "que quem a arranjou, agora que o resolva" e que "não querem saber qual a forma que a mulher vai arranjar para resolver o problema".



Na natureza, o habitual é que uma ejaculação num útero que se encontra em momento fértil provoca necessariamente a fecundação de uma vida nova.



Essa é a regra que só será derrogada se excepcionalmente se promoverem actos que impeçam a ocorrência da dita fecundação.



Por isso, não podem os homens progenitores assobiar para o lado, dizendo que, quando concordaram nas relações sexuais só queriam ter uns momentos de prazer e nada mais.



É caso para dizer, quiseram usufruir dos benefícios imediatos da relação sexual, mas não querem assumir, depois, as consequências que daí possam resultar.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Reino Unido não muda regras das consultas pré-aborto

Reino Unido não muda regras das consultas pré-aborto

E estudo aponta que aborto afeta saúde mental das mulheres


Com maioria de 368 votos contra 118, a Câmara dos Comuns do Parlamento de Londres rejeitou em 7 de setembro uma emenda à Health and Social Care Bill 2011, que pretendia garantir às mulheres dispostas ao aborto um “aconselhamento” independente. A iniciativa, se aprovada, teria sido um pequeno passo na defesa da vida não nascida.


O objetivo da iniciativa era mudar o procedimento das consultas pré-aborto, garantindo às mulheres um serviço “independente” de aconselhamento, não vinculado às estruturas interessadas economicamente em promover a interrupção da gravidez. Segundo a BBC (3 de setembro), as atuais normas determinam que as mulheres que querem abortar devem ter autorização de dois médicos, o que pode ser conseguido através do Serviço Nacional de Saúde (NHS) ou por meio de uma organização privada conveniada com o NHS, como o British Pregnancy Advisory Service (BPAS) e a Marie Stopes International (MSI).


A emenda, proposta pela deputada e ex-enfermeira Nadine Dorries, que combate as elevadas quantidades de abortos no reino, pretendia excluir do procedimento de consulta as grandes agências. Segundo Dorries, tanto o BPAS como a Marie Stopes são parciais no “aconselhamento”: recebem dezenas de milhões de libras esterlinas do NHS todos os anos pelas interrupções de gravidezes realizadas. “Eles têm interesse consolidado em manter o atual índice de abortos”, escreveu a deputada no Daily Mail (31 de agosto). “É impossível confiar numa consulta realmente independente com eles”.


Um novo estudo, baseado em dados de 877.181 mulheres, das quais 163.831 abortaram, mostra o quanto é importante uma consulta adequada para as mulheres que pretendem abortar. Segundo pesquisa publicada no British Journal of Psychiatry e realizada pela norte-americana Priscilla Coleman, da Bowling Green State University (Ohio), o risco de problemas de saúde mental é quase o dobro nas mulheres que abortaram. Além disso, 10% dos distúrbios mentais de mulheres têm origem num aborto. Calcula-se que o aborto aumenta em 34% o risco de ansiedade, em 37% o de depressão, em 110% o de alcoolismo e em 220% o da dependência de maconha. O aborto ainda aumenta em 155% o risco de suicídio (LifeSiteNews.com, 1º de setembro).


O BPAS rejeitou a acusação de ser parte interessada, embora só uma quinta parte das mulheres que se dirigem a essa agência privada decide continuar a gravidez. Em seu informe de 2010 para os British Charity Commissioners, o BPAS declarou que “a nossa principal prioridade do próximo ano é aumentar o nosso negócio” (The Irish Times, 3 de setembro).


Também no Daily Mail de 31 de agosto, a deputada escreveu que se opõe “com veemência aos abusos que se difundiram lentamente no sistema atual, em que o aborto por demanda tornou-se uma realidade”. E os abusos existem, como confirmam os dados publicados neste ano pelo Departamento de Saúde depois de uma batalha legal vencida no Tribunal Supremo pela associação ProLife Alliance, que pedia a divulgação dos arquivos do departamento. Publicados pelo Daily Mail (5 de julio), os dados revelam, por exemplo, que num total de 189.574 abortos, foram eliminados na Inglaterra e em Gales em 2010 um total de 2.290 fetos apenas por apresentarem algum defeito genético ou disfunção, e que 147 desses abortos foram feitos depois do limite legal da 24ª semana de gravidez. Dos abortos terapêuticos, 482 se deveram a síndrome de Down e 7 à presença de lábio leporino e palato fendido, um defeito curável cirurgicamente. Em 2010, houve ainda 3.718 abortos em menores de 16 anos.


Três membros do governo votaram a favor da emenda: o ministro de Trabalho e Previdência, Ian Duncan Smith, seu colega da Defesa, Liam Fox, e o ministro para a Irlanda do Norte, Owen Patterson. Mas o “não” por parte do executivo contribuiu para a reprovação da proposta. O primeiro-ministro conservador, David Cameron, inicialmente partidário da emenda, mudou de postura “para salvar a estabilidade da coalizão” com os liberal-democratas (LDP) de Nick Clegg (The Daily Mail, 4 de setembro).


A mudança de Cameron provocou grande descontentamento nas filas conservadoras, que o acusam de “covarde” e de ceder em muitos assuntos às pressões de seu vice, Nick Clegg. “Você não acha que já está na hora de dizer ao vice quem é o chefe?”, perguntou Dorries a Cameron no dia da votação na Câmara (The Financial Times, 7 de setembro).


Emblemática foi a ação da ministra da Saúde, Anne Milton. Embora a titular do departamento tenha prometido uma consulta sobre o tema, acabou optando por algo “sem precedentes” (The Guardian, 2 de setembro): mandou um e-mail a todos os membros do Parlamento explicando a postura contrária do governo. “Quanto a impedir que os serviços abortistas ofereçam consultoria, não estamos de acordo com a emenda. Se nos obrigarem a votar, meus colegas do ministério da Saúde e eu votaremos contra”, escreveu Milton. “Isto porque as emendas excluem os serviços abortistas existentes da oferta de aconselhamento”.


A acolhida da emenda por parte dos movimentos pró-vida foi definida como “tíbia” pelo Catholic Herald (7 de setembro). A Society for the Protection of Unborn Children (SPUC) tinha anunciado que não podia apoiar a iniciativa porque não havia provas de sua eficácia. O texto da emenda não convenceu tampouco Olivia Darby, da ProLife Alliance, que declarou esperar mais da consulta anunciada pela ministra da Saúde.


Para Damian Thompson, a rejeição da emenda põe à prova os limites dos movimentos pró-vida. “Ainda que haja muitos mais deputados pró-vida no Parlamento que há alguns anos, os opositores ao aborto não conseguem se unir mudando a lei para que enfrente os escândalos dos abortos tardios no Reino Unido”, observou no Daily Telegraph (7 de setembro). Segundo o autor, isso não causa nenhuma surpresa: as duas organizações pró-vida mais importantes do país não se falam (ou quase) e não têm a mínima ideia de relações públicas.


Para Cristina Odone – Telegraph (3 de setembro) –, Dorries pecou por ingenuidade, pensando que podia passar desapercebida com sua iniciativa. Mas o debate não terminou. Graças ao progresso científico e tecnológico, sobretudo no campo das ecografias pré-natais, as pessoas entenderam que o mantra dos “pro-choice”, segundo o qual o feto é só uma massa gelatinosa, está superado. “Nadine Dorries ter perdido a batalha, mas os pro-choice irredutíveis estão perdendo a guerra”, conclui Odone.


Finalmente permanece a impressão de que Dorries fez pouco para assegurar o apoio dos grupos pró-vida. Não só sua emenda tinha falhas, mas a própria deputada se converteu num obstáculo. Ainda que lute há anos com valentia para baixar o limite legal do aborto no Reino Unido e que tenha recebido (e continua recebendo) ameaças de morte por este compromisso, não deixou de recordar que sua oposição ao aborto não é total, mas relativa. No Daily Mail (31 de agosto) afirmou que era “pro-choice, pelos direitos da mulher” e que apoiava “plenamente a legalização do aborto em seu país”, que entrou em vigor no dia 27 de abril de 1968.

Daqui.

Sobre o testamento vital

Ver artigo muito bom do Juiz Pedro Vaz Patto, aqui.

sábado, 17 de setembro de 2011

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Abraçados podemos voar



Tenho tido nestes anos, como padre, a gratíssima alegria de casar dezenas de amigos. Sei por eles, e da forma mais pura, a verdade daquele verso de Dante que diz: «o amor move o sol e as outras estrelas». Ao olhar para o interior das suas vidas, para dentro dos seus sonhos e até dos seus temores é esse incomparável mistério que se deteta: o modo como o amor, como a frágil força do amor é capaz de mover, de transfigurar e de unir, até ao fim, cada fragmento do corpo e cada filamento da alma.

Um outro autor italiano escreveu: «Somos anjos de uma asa apenas. Só permanecendo abraçados podemos voar». O casamento é a serena e criativa conjugação destes dois sentimentos que, fora dele, pareciam destinados a existir unicamente em contraste: a solidão e a comunhão. O amor agudiza a consciência de sermos um; descobre, aos nossos próprios olhos, a irresolúvel incompletude que individualmente nos caracteriza, a nossa insuperável carência; e ensina-nos o sabor de uma, até aí desconhecida, solidão: aquela que se sente por estar privados do ser amado. No bíblico livro de Rute isso vem assim explicitado: «a vida tratar-me-á com duros rigores se outra coisa, a não ser a morte, me impedir de olhar diariamente o teu rosto» (Rt 1,17). A solidão incandescente com que o amor fere os que se amam é, porém, o que faz dele uma prática de desejo e de caminho, um exercício de mendicância (na verdade, o amor é sempre uma conversa entre mendigos) e de busca, uma forma de entrega e de súplica. Por alguma razão a experiência religiosa da mística recorre a uma linguagem próxima desta amorosa. Os enamorados percebem o estado dos grandes orantes e vice-versa, creio.

Mas o amor é sobretudo milagre da comunhão. Uma comunhão construída também com esforço, é claro, conquistada continuamente ao território muito defendido do egoísmo, traduzida em decisões quotidianas e vigilantes. Porém, não é propiamente de uma conquista que se trata, mas do arrebatamento comum pelo dom, do espanto inesgotável, de uma hospitalidade radical. «Se me tapares os olhos: ainda poderei ver-te. Se me tapares os ouvidos: ainda poderei ouvir-te. E mesmo sem pés poderei ir para ti. E mesmo sem boca poderei invocar-te». O fundamental é vislumbrado e servido em completa dádiva, acontece sem porquês, no âmbito de uma gratuidade infatigável, numa geografia sem condições nem reservas. O amor não se explica: implica-se. É uma voluntária hipoteca, um sigilo de sangue, entrelaçamento vital. Os enamorados conspiram com o milagre e, por isso, tornam-se, de forma tão íntima, cúmplices de Deus.

Compreendo o aviso meio irónico que Auden faz contra as festas de casamento. Ele diz que os noivos deviam ser humildes e não fazer logo no primeiro do seu casamento uma festa colossal, quando, no fundo, está ainda tudo por construir. Mas também acho impossível não celebrar a alegria do casamento, e fazê-lo com uma simbólica desmesura. Poucos momentos dão a ver assim a vida na sua transparência.

José Tolentino Mendonça
In Diário de Notícias da Madeira
14.09.11


terça-feira, 13 de setembro de 2011

Fisiologia dos homens muda depois de terem filhos

Há um denominador comum na fisiologia dos homens que se tornam pais – a concentração de testosterona no sangue desce bastante. Isso não retira masculinidade, força ou libido, mas pode ter o efeito subtil de os tornar mais focados nos filhos, revela um estudo publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences.

A descoberta sugere que “a interacção com crianças dependentes suprime a testosterona”, dizem os autores no artigo publicado na segunda-feira na revista norte-americana.

A descida dos níveis de testosterona pode ser uma vantagem, quando é mais importante estar atento aos sinais do bebé do que aos sinais de potenciais parceiras sexuais.

“Criar filhos é um esforço tal que tem de ser cooperativo por necessidade.O nosso estudo mostra que os homens estão biologicamente conectados para ajudar no trabalho”, disse, citado pela AFP, Christopher Kuzawa, co-autor do estudo.

“A mensagem mais importante deste estudo é que o cuidado parental do homem é importante”, disse por sua vez Peter Ellison, professor de evolução biológica em Harvard, que não está envolvido no estudo. “É tão importante que moldou a fisiologia do homem”, explicou ao New York Times.

A equipa verificou ainda que os homens que passavam mais horas do dia a cuidar dos filhos tinham a maior descida no nível das hormonas entre todos os pais. O que mostra que o efeito é aumentado devido a um contacto mais intenso. “Quando os pais fazem esta escolha, esta decisão activa de estarem envolvidos, a testosterona reage a isso descendo ainda mais”, disse à Scientific American Lee Getler, co-autor do estudo. “O organismo responde dizendo: ‘É nisto que estamos focados agora, estamos focados nos miúdos.
Fonte: Público

O casamento- caminho de felicidade na entrega










Apesar de ser tão forte o nexo dos filhos com os seus pais sob o ponto de vista biológico – físico até, no que diz respeito à mãe –, de facto não é esta a união mais poderosa que existe na sociedade humana. Há outra que, partindo de seres diferentes pelo sexo e sangue, cria uma fusão natural tão forte que a sua desintegração é tão impressionante como o desmembramento de um corpo vivo (Cfr. P. Adnès, El matrimonio, Herder, Barcelona (1972, 2ª ed.), p. 28). A entrega conjugal une e funde os esposos de tal modo que chegam a ser «uma só carne».
(...)

A doação mútua, portanto, colocada na base da «una caro» dos esposos, deve inspirar a recíproca relação em toda a vida conjugal, e deve penetrar e configurar toda a vida familiar. Por exemplo, as relações entre pais e filhos têm as suas raízes na doação ao cônjuge. A paternidade e a maternidade não só não lesam a mútua entrega dos cônjuges como a enriquecem, constituindo a sua optimização mais coerente.

(...)

A tendência para excluir os filhos do horizonte e da doação de si mesmos, ou o limitá-los de maneira injustificada e imprópria, manifesta a imaturidade da dita entrega e a intensidade do egoísmo que a paralisa

(...)

O amor conjugal anima e vivifica a vida familiar. (...) Por isso o amor conjugal faz que as relações entre os pais e os filhos estejam animadas pelo espírito de entrega mútua dos esposos, o qual se estende e difunde a todos os membros da família. A solidez ou fragilidade de tal entrega, manifestada consciente ou inconscientemente na vida quotidiana, indica o grau de consistência de uma família como grupo social.(...)

A doação recíproca dos esposos nasceu com um acto de amor, mas tal doação não se reduz a esse acto de amor constitutivo. Mais ainda, a entrega conjugal reclama ser sustentada e vivificada continuamente pelo amor como seiva vital.
(...)
A estrutura do matrimónio e da família tem necessidade do amor como do seu espírito e da sua vida; um espírito que pode sempre ressurgir, superando possíveis crises conjugais, ainda que tivesse adormecido ou aparentemente se tivesse perdido.
(...)

«Mas não esqueçam que o segredo da felicidade conjugal está no quotidiano, não em sonhos. Está em encontrar a alegria íntima que dá a chegada ao lar; está no convívio carinhoso com os filhos; no trabalho de todos os dias, em que colabora toda a família; no bom humor perante as dificuldades, que é preciso encarar com desportivismo» Cfr. Josemaria Escrivá, Temas Actuais do Cristianismo. n. 91.

D. Francisco Gil Hellín

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

"A Protecção juscivil da vida pré-natal- sobre o estatuto jurídico do embrião"

Observe-se a propósito que mesmo uma (hipotética) decisão do Tribunal Constitucional, em sede de fiscalização abstracta da constitucionalidade das normas, no sentido da não desconformidade com a Constituição da desprotecção penal (8) a que, no momento actual, se encontra sujeita a vida pré-natal até às doze semanas, não impede qualquer outro tribunal de se pronunciar no sentido da ilicitude civil de uma lesão da vida pré-natal por aborto até às referidas doze semanas: retirando daí consequências jurídicas, designadamente nos termos do art. 70, n.º 2, e do art. 483, n.º 1, do Código Civil. Aquele juízo do Tribunal Constitucional cingir-se-á nesse caso à não desconformidade com a lei fundamental da norma despenalizadora. Os tribunais comuns podem, portanto, nas suas decisões concretas, decidir pela relevância civil do aborto como necessidade decorrente da imposição constitucional da protecção do direito à vida (9). Estando em causa a (mera) ilicitude civil, não se incorre na proibição do nullum crimen sine lege.

"(...) perante os dados da lei, verdadeiramente indispensável para a tutela ressarcitória do sujeito é a afirmação da sua personalidade ao tempo da lesão."

(...)
"Em suma, e concluindo: o nascituro, como qualquer pessoa noutra fase da sua existência, gozará de plena protecção da sua vida e integridade física. Mas, não tendo ocorrido, ao tempo da suposta lesão ou dano, um nascimento, é preciso demonstrar que…havia nascituro. O substrato fáctico da personalidade jurídica (daquele que foi atingido por uma lesão) não se presume, carece de ser provado pelo sujeito ou por aquele a quem cabe representá-lo."


Ler o resto aqui
Revista da Ordem dos Advogados Ano 70, 2010 I/IV
Manuel Carneiro da Frada

domingo, 11 de setembro de 2011

As especificidades do cérebro do adolescente

Numa frase só: Na minha geração, ou se mendiga trabalho ou se morre com ele

A família é, hoje, o reflexo daquilo que a Sociedade vai ensinando aos jovens, o essencial e o acessório, as prioridades... E a família está a ficar para trás, cada vez mais para trás.




Nos últimos dias tenho constatado como quase tudo o que nos rodeia nos afasta da família e começo a perceber, com muita nitidez, o porquê de tantos divórvios, os casamentos tão tardios, os "ajuntamentos", a falta de compromisso, a ausência da mãe ou do pai, a falta de tempo para estar em casa ou para dialogar. Há muitas causas para tudo isto (e sobretudo ideológicas!), mas, hoje, o trabalho ou a falta dele começa a ser a causa do início do fim da família.




Na minha geração (ainda não tenho 30 anos) das duas uma: Ou se mendiga trabalho ou se morre com ele. Não é justo para os jovens, não é justo para ninguém.




Infelizmente, deixaram-nos um mundo podre. Que deixaremos para as gerações futuras?

sábado, 10 de setembro de 2011

Onde está o "pai" ?

«O que resta do Pai?», pergunta-se o psicanalista Massimo Recalcati no seu oportuníssimo estudo sobre a paternidade na época pós-moderna. A preocupação que partilha com os leitores é esta: resta muito pouco. E para classificar os tempos que correm ele recupera uma expressão de Jacques Lacan: «a evaporação do pai». De facto, a nossa cultura tem praticado, com razões mas sem razão, uma demolição sistemática da figura do pai. O pai deixou de ser referência de valor para avaliarmos o sentido, para delinearmos a fronteira do bem e do mal, da vida e da morte. Vivemos muito mais uma suspeita permanente em relação ao que o pai representa ou mergulhados num luto obsidiante, promovendo o desencanto e a incerteza ao estatuto de novas formas de felicidade (e de ilusão). O que defende Recalcati é que a figura do pai precisa de ser recuperada.

Mas não basta reabilitar socialmente a paternidade: temos também de ousar purificar criticamente determinadas imagens paternas. Por exemplo, um dos clássicos da literatura europeia é a “Carta ao Pai”, de Franz Kafka. É um libelo dolorosíssimo, de acusação e culpa, que reflete amplamente o dilacerante processo interior em que Kafka viveu. Cresceu à sombra do pai, mas transportando este nó terrível: por mais que fizesse, jamais corresponderia às suas exigências e expectativas. O arranque da carta diz bem o drama que isto provoca: «Querido pai, perguntaste-me recentemente por que afirmo ter medo de ti. Eu não soube, como de costume, o que te responder, em parte justamente pelo medo que tenho de ti, em parte porque existem tantos detalhes a justificar esse medo, que eu não poderia reuni-los todos no momento de falar…. E se procuro responder-te aqui por escrito, não deixará de ser ainda de modo incompleto, porque mesmo no ato de escrever o medo e suas consequências me atrapalham diante de ti».

Mas mesmo sem ir tão longe, como no caso de Kafka, há imagens de pai demasiado condicionadas pelos esteriótipos da cultura envolvente e que redundam num distanciamento e numa secura. O escritor António Alçada Batista conta esta história exemplar, na primeira pessoa: «Uma vez eu fui operado e estava só no hospital com meu pai. Tinha uma dor pegada das unhas dos pés às pontas dos cabelos e meu pai estava ao pé de mim. Eu tinha já 19 anos, mas apeteceu-me a sua mão humana e paterna e disse-lhe:

- Deixe-me ver a sua mão.
- Para quê?
- Preciso da sua mão.

Ele sorriu-se e deu-ma, mas imediatamente começaram a funcionar dentro de si as pesadas estruturas marialvas e académicas que recusam a um filho de 19 anos a mão terna dum pai. E, disfarçadamente, começou a retirar a sua mão até que a minha continuou pedinte mas só e unilateral.».

«Preciso da tua mão». O conhecimento do que é um pai só pode ser um conhecimento vivido, profundamente experimental, qualquer coisa de sensível que nos faz participar de qualquer coisa de absoluto.

Tolentino de Mendonça
Diário de Notícias

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Comunicado da APFN

Conforme a Associação Portuguesa de Famílias Numerosas (APFN) tem vindo a referir, a situação actual do país não constitui surpresa. Pelo contrário, há anos que a AFPN vem alertando governantes, deputados e a opinião pública para o caminho suicida para que o país foi sendo empurrado.


A APFN concorda com a adopção de medidas de emergência e com os princípios anunciados para a sua posta em prática, isto é, deverão ser pedidos sacrifícios sobretudo a quantos têm maior disponibilidade para o fazer e adoptarem-se medidas para poupar os menos afortunados. Infelizmente, devido à desastrosa e crescente política anti-família e anti-natalidade praticada nas últimas décadas, particularmente nas duas últimas legislaturas, as famílias com filhos são sobremaneira afectadas, tanto mais afectadas quanto maior o número de crianças e jovens a cargo.



Tal deve-se à forma de se calcular o “escalão de rendimento”, isto é, o “nível de rendimento” das famílias baseado no qual é estipulado o esforço a que irão ser submetidas, quer em termos de IRS, quer em termos de redução de contribuições sociais.




Partamos, para o verificar, do quadro abaixo, que contém os últimos dados disponíveis sobre a distribuição do número de famílias em função do número de filhos (a zona a amarelo foi obtida por simples cálculo directo a partir dos dados do INE).



Assim:

Contribuições sociais

Os escalões do abono de família foram alterados, no início deste ano, pelo governo anterior, adoptando-se a fórmula do rendimento da família a dividir por [1 + 0,7 (no caso de haver cônjuge) + 0,5 X (número de filhos)]. Isto é, para o governo anterior, os 3.366.200 crianças e jovens passaram a contar apenas como “meios portugueses”, fazendo com que, de forma automática, uma grande parte das famílias mudasse para o escalão imediatamente superior e uma boa parte das 180.000 famílias com três ou mais filhos subisse mesmo dois escalões. E importa atentar que as famílias com 3 ou mais filhos, embora correspondam apenas a cerca de 5% das famílias portuguesas, têm a seu cargo mais de 17% das crianças e jovens portugueses.

Foi uma triste subida de escalão para as famílias portuguesas. A "promoção" aparente é uma despromoção: a subida de escalão significou direito inferior e, em muitos casos, significou mesmo a exclusão do abono.

Esta medida é tão disparatada que, no site da Segurança Social, ainda está publicitada a regra anterior…
< http://www2.seg-social.pt/left.asp?03.04 >, induzindo em erro quem procede à consulta.


IRS

No caso do IRS, a situação é ainda pior: os escalões são calculados dividindo o rendimento apenas pelo “coeficiente conjugal”, isto é, por um ou dois, conforme se trate de um lar mono ou biparental, não entrando em linha de conta com o número de filhos.

A APFN, por isso, entre outras reivindicações, tem vindo a reclamar a substituição do coeficiente conjugal pelo “coeficiente familiar”, isto é, o estabelecimento de justiça social na tributação em que seja devidamente considerado o rendimento per capita.


Passe Social +

Conforme se criticou já em comunicado anterior < http://www.apfn.com.pt/news_detalhe.php?id=636 >, o actual governo criou o Passe Social + sem considerar o número de filhos no cálculo do chamado “rendimento mensal equivalente”.


Medidas reclamadas

Assim, a APFN apela ao governo para que reveja, de imediato, a forma de cálculo dos escalões de rendimento, no quadro da política fiscal e das diferentes políticas sociais.

É indispensável passar a considerar o rendimento per capita, isto é, rendimento a dividir pelo número de elementos da família, sem o que se manterá o carácter fortemente anti-natalista da legislação portuguesa e o correspondente efeito muito negativo sobre as famílias e a natalidade.

É inaceitável que o quadro já muito negativo herdado do governo anterior seja ainda agravado, ao fazer recair as medidas de emergência de forma desproporcionada sobre as famílias com filhos e tanto pior quanto maior o seu número.

A APFN solicita ainda que, a fim de minorar a sobrecarga sobre as famílias com filhos, precisamente aquelas que suportam os custos com o sustento e formação da futura população activa:

1 – Sejam suspensas, durante o período declarado como de “emergência social”, todas e quaisquer alterações aos curricula escolares, a fim de evitar a obrigação de aquisição de novos livros escolares;

2 – Sejam congelados, durante o mesmo período de “emergência social”, os valores das propinas.

A APFN já enviou pedidos de audiência aos ministros das Finanças, da Economia, da Solidariedade e Segurança Social e da Educação, aguardando o seu agendamento.

A APFN aproveita para agradecer o crescente número de empresas que têm vindo a aderir ao nosso plano +Família, contribuindo para minorar os efeitos do fortíssimo carácter anti-natalista da legislação portuguesa.


Lisboa, 7 de Setembro de 2011
APFN - Associação Portuguesa de Famílias Numerosas

Índia comemora “Dia das Meninas” para reafirmar seu valor

Ver mais aqui.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

O aborto gratuito é ofensivo



I. "O aborto não pode ter isenção como tem a gravidez (...)". José Manuel Silva, bastonário da ordem dos médicos (Expresso de sábado).

II. O Estado não deve considerar que o aborto é crime até x semanas, sim senhora, mas também não deve instituir o aborto gratuito no seu serviço de saúde. O aborto não é um direito, meus caros. Se uma pessoa quer fazer um aborto, tem bom remédio: pagar do seu bolso. A irresponsabilidade não pode ser recompensada. A irresponsabilidade não pode ser subsidiada. A irresponsabilidade não pode ser transformada num direito. E, acima de tudo, a irresponsabilidade não pode ser colocada no mesmo patamar da responsabilidade que é assumir uma gravidez e ter um filho. Em qualquer cenário financeiro, este aborto gratuito seria sempre uma política imoral. Ora, no nosso contexto de crise, esta política sobe vários níveis de imoralidade. É uma daquelas coisas realmente ofensivas. Os cortes da saúde chegaram e as taxas moderadoras têm de subir, mas o aborto é gratuito. Faz todo o sentido, sim senhora. As maternidades debatem-se com problemas sérios para suportar a sua atividade principal (recorde-se: trazer crianças a este mundo), mas o aborto é gratuito. Faz sentido, sim senhora. Num contexto de crise demográfica, o tratamento de fertilidade deixou de ser uma prioridade, mas o aborto é gratuito. Faz sentido, sim senhora. Mas sabem o que é ainda pior? Num país onde o aborto é completamente gratuito (até acho que a mulher recebe um subsídio de - pasme-se - maternidade), é quase impossível encontrar um especialista em saúde materna nos centros de saúde. Portanto, no Portugal progressista de 2011, uma mulher que dá à luz é menos protegida do que uma mulher que escolhe abortar. Meus caros, tudo isto é uma imoralidade tremenda, para usar um eufemismo publicável.



Henrique Raposo (http://www.expresso.pt/)

Segunda feira, 5 de setembro de 2011

Uma Porta Amiga- Tavira Entrevista à presidente

Entrevista


Breve nota biográfica da Presidente

Maria Joana Caralinda Nobre de Oliveira,
Sócia Fundadora da Associação “Uma Porta Amiga”.

1) Quando surgiu a Associação “Uma Porta Amiga” e quais os motivos que levaram à sua criação?

R) A Associação foi fundada no dia 29 de Dezembro de 2000 – Ao longo das nossas actividades profissionais e experiência diária, de ouvir jovens adolescentes e jovens adultos e respectivas famílias, deparamo-nos com experiências e vivências de vida, angustiantes, cujos resultados foram tantas vezes diferente daquilo que desejavam ser e ter, prolongando estados de insucesso, de desintegração, tristeza e dor para os próprios e para os seus. Quando não existe um perfil patológico, não se chega a delinquente, toxicodependente ou a marginal, por acaso. É um longo trajecto de mal-estar psicossocial que começa nos primeiros anos de vida. São histórias de abandono, negligência, maus-tratos, jovens cujos pais os abandonaram, ou que, quando estão presentes, não tem uma relação de boa qualidade emocional. Cresceram em total desamparo, com valores inversos e negativos, onde a revolta, a fuga, a agressividade contra si e/ou contra os outros não é mais que uma exteriorização de um sofrimento interior não cuidado. Muitos foram punidos, pesadamente pela vida e pela justiça.
Questionámo-nos se fazia sentido punir ou ser punido sem que antes se tenha tentado proteger, e educar?!!....

Em muitos destes jovens, destes pais, vimos o desejo de reparar o mal gerado, de crescer e amar com dignidade, equilíbrio e sem dor. Muitos tinham apoios mas, poucos eram aqueles que foram orientados ou ensinados, a fazer bom uso desse auxílio.
Confiante que, em toda criança existe a possibilidade de um grande homem, nasceu a vontade de ensinar, de educar e proteger de uma forma mais direccionada, e o desejo de ensinar que:
“Crescer é ser-se como um rio em que os pais serão as margens, se elas se tornarem apertadas, transbordará, se não as tiver, pode crescer em todas as direcções e, sendo assim, ser tudo é ser coisa nenhuma”.
As crianças são o património de valores de uma nação, mas todas elas são dependentes do investimento que a família e a sociedade faz no seu crescimento harmónico. Se a primeira dependência é da família, esta, tem que ser protegida, auxiliada, e quando necessário ensinada, para que possa e tenha condições de criar limites, regras, poderes, deveres e obrigações de modo a gerar riqueza de valores interiores, e não gerar jovens deformados que mais tarde serão adultos não rentáveis para si próprios e para a sociedade.
Foi neste espírito que nasceu esta Associação, com o objectivo de ser uma estrutura de apoio e escola para pais e filhos, procurando responder às muitas necessidades dos mesmos, criando oportunidades para todos, de forma que não sejam coisa nenhuma, mas sim sujeitos geradores de valores e riqueza social e humana, visando o seu bem o do outrem e de quantos lhe cercam o esforço. Contribuindo assim, para uma Sociedade bem melhor, e um futuro mais digno.

2) Quais as competências desta Associação?

R) São da competência desta instituição apoiar e orientar a criança e/ou jovem, promover a relação familiar, o estimular mudanças de atitudes e de comportamentos, fortalecer e aumentar as competências parentais e sociais. Desenvolver actividades que impeçam ou dificultem comportamentos de risco e estimulem a relação com o meio envolvente, entre jovens e adultos. Dar vida a iniciativas que promovam a integração, de modo a descentralizar o individuo de si mesmo e, reviver o sentimento de utilidade e de agente activo na sociedade.
Porque a prevenção reduz a incidência de futuros problemas intervimos prevenindo, tambem ao nível da primeira infância, para bem cedo fortalecer os laços familiares e consolidar a família, pois que, o lar é o melhor educandário, onde as lições ai ministradas são vivas, carregadas de emoção e força.

São ainda da competência desta instituição o apoio psico e sócio-terapeutico às crianças, jovens e família, apoiar na área da saúde e da educação.

3) Que projectos têm sido desenvolvidos e que balanço faz da actividade de “Uma Porta Amiga”?

R) Muitos são os projectos desenvolvidos ao longo dos anos, citamos alguns:
• Acompanhamento Social e Visitas Domiciliárias
• Apoio Escolar
• Acompanhamento Educativo
• Terapia da Fala
• Distribuição de Alimentos
• Estimulação Precoce
• Acompanhamento de Processos de RSI
• Atendimento Psicológico e Psicossocial a Crianças e Adultos
• Consultas de Pedopsiquiatria
• Intervenção nas escolas
• Ciclo de Conversas (onde são estimulados o convívio entre a população e a partilha de saberes e conhecimentos)
• Grupo de Ajuda (é prestado esclarecimento sobre os apoios dados pelo Estado nas mais diversas áreas assim como, outras informações pertinentes)
• Projecto “Pais à Conversa” (momento de partilha de receios, dificuldades, experiências e esclarecimentos)
• Actividades ao longo do ano: Atelier de expressão Plástica
Atelier de Ponto Cruz
Teatro
Hora do conto (para toda a comunidade)
Futebol de Rua (duas equipas)
Atelier Descobrir (trabalha-se os sentimentos)
Debates Temáticos
Atelier de Hip-Hop
Visitas a Espaços Culturais
Actividades ao Ar Livre
Participação em eventos promovidos pela Autarquia
Festejo de datas relevantes
• Actividades de Verão: idas à praia, museus, parques naturais e de diversão, jardim zoológico, quintas pedagógicas.

Todas as actividades e projectos, são gratuitos e têm o tempo de vida da própria instituição, alguns foram reformulados outros melhorados. Preconizando um balanço muito positivo na instituição e no servir a população.

4) Que outros projectos gostaria de ver concretizados?

R) Pelo número de jovens e de famílias que connosco partilham o nosso dia-a-dia e recorrem aos nossos serviços torna-se pertinente a concretização do projecto “Centro de Convívio” revertido no momento, no projecto “Associativismo Juvenil”como prevenção na redução de problemas e estimulação da autonomia, responsabilidade, alegria pela vida, prazer do convívio, sentimento de ser útil, de receber e de dar atenção às manifestações da vida e de pertença, duma forma mais persistente e regular. Para tal urge um espaço que dê resposta á criatividade e espontaneidade dos jovens.

Outro projecto que gostaríamos de tornar realidade no mais curto espaço de tempo sao os “Apartamentos de Autonomizaçao”, - apartamento inserido na comunidade local - destinada a apoiar a transição para a vida adulta de jovens que possuem competências pessoais específicas, através da dinamização de serviços que articulem e potenciem recursos existentes nos espaços territoriais, criando assim iguais oportunidades para todos.

Por ultimo iniciar com a Formaçao Profissional de acordo com a metodologia e perfil de intervençao a que instituiçao tem acarinhado e apostado para o Bem Estar dos jovens visados.

5) Quais as principais dificuldades com que se tem deparado?

R) Sem duvida a maior dificuldade tem sido o criar um trabalho de parceria e em rede, de forma a rentabilizar os recursos sociais existentes. Confundindo-se muitas vezes a partilha pelo fazer em espelho. Em detrimento do preencher uma malha social que necessita que sejamos alguma coisa e não tudo, para depois não sermos nada.

6) Como encara o trabalho realizado, em Tavira, em termos de acção social?

R) A sociedade sofre mudanças na forma, no estilo e sobretudo nos ritmos de vida das famílias-padrão, cientes de que a criança é sempre dependente, de algum modo, da qualidade humana dos adultos que a rodeiam, muito nos congratulamos pela oportunidade de poder contribuir para o desenvolvimento sócio-afectivo desta franja da população e sobretudo daqueles que são a Geração Futura. Apesar da aspereza do caminho é urgente a coragem de avançar para uma politica de prevenção que previna e se abandonem as pseudo-intervenções que, mais do que por em risco a percepção da eficácia das intervenções pontuais, poderão pôr em risco a percepção da eficácia da própria prevenção.


Porque os meus, os vossos e os filhos dos outros são nossos filhos também, nos empenhamos neste projecto. Muito Obrigada

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Como dar para adopção em vez de abortar ?



Quem estiver grávida e não pretenda assumir a maternidade do seu bébé, pode entregá-lo para adopção sem grandes problemas ou burocracias.
Para o efeito, basta informar a assistente social afecta ao serviço de ginecologia e obstetrícia do hospital distrital onde a sua gravidez está a ser acompanhada. A assistente social hospitalar irá sinalizar essa mãe e informar o pessoal médico e de enfermagem para que actue com discrição, retirando o bébé para outra sala, assim que se dê o momento do parto.
Por regra, esta mãe poderá também ser colocada num outro quarto, à parte, de forma a não ter que se cruzar com outras mães.
A vontade da mãe de não ficar com o bébé será objecto de um relatório a elaborar pela assistente social hospitalar que traduza a vontade real da mãe. A assistente social hospitalar, por sua vez, através dos serviços competentes da Segurança Social, informará o Ministério Público do Tribunal de Família da zona que promoverá o internamento do menor numa instituição de acolhimento.
Ao fim de algumas semanas, a mãe será chamada perante o juíz para confirmar o seu desejo de entregar o filho para adopção e esta finalmente poderá ser entregue a uns novos pais.
Uma decisão difícil e corajosa, mas que é 1000 vezes melhor do que eliminar uma vida.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Curso de Formação pró-Vida em Cádiz

XV CURSO PRO-VIDA DE VERANO
CHIPIONA DEL 15 AL 18 DE SEPTIEMBRE DE 2011

Lugar: Casa de Espiritualidad Sta. María de Regla. Franciscanos.

Data: De quinta-feira, 15 a Domingo, 18 de Setembro.

Finalidade:
Tenemos una doble finalidad. Por una parte profundizar en la cultura
de la vida y su lucha contra la cada vez más extendida cultura de la muerte.
La segunda finalidad es el descanso y la convivencia entre las personas que
acudimos.

Actividades para este año:
Continuar con el estudio de la Encíclica Evangelium
Vitae (El Evangelio de la Vida) del Papa Juan Pablo II. Concretamente nos
centraremos en el Capítulo IV: A MI ME LO HICISTEIS.
Por una nueva
cultura de la vida humana. Además se comentarán los aciertos y errores en
las actividades que Pro-Vida viene realizando, admitiéndose sugerencias para
mejorar las mismas, tratando de corregir los fallos. Todas estas actividades
propias del curso se harán por la mañana.

Ver mais aqui

Educar o carácter, educar para amar Viseu 4 de Outubro



III Seminário de Formação
3, 4 e 5 de Outubro de 2011, Viseu
Juan Francisco e Maria Luisa Veléz, fundadores do “Protege o teu coração”

Local: Pousada de Viseu (antigo Hospital), próxima do Rossio onde está a Câmara Municipal.


O seminário decorrerá das 9.30h às 18h. A pousada tem parque de estacionamento gratuito.

Inscrição:
Tem um custo de 25 euros por pessoa ou casal, independentemente do número de dias frequentados. Deve ser feita até 15 de Setembro, preenchendo a ficha de inscrição em anexo. Em Lisboa, as inscrições devem ser feitas para a Sofia Mendonça (sofiamcm@gmail.com ou 961201458 ). Em Viseu, Porto, Braga, Coimbra e outras, devem ser feitas para a Noémia Fonseca (noemiadfonseca@gmail.com ou 960013333) ou para a Cátia Almeida (cvoar3@gmail.com ou 934191212). O pagamento deve ser feito por transferência bancária para o NIB: 0010 0000 37955700001 19, indicando a descrição “pagamento PTC”.

Pede-se o favor de trazer o comprovativo da transferência no 1º dia do Seminário.
No final do Seminário será dado um Certificado de participação a todos os participantes.

Conferência:
No dia 4 de Outubro de 2011, 3ª feira, pelas 21.15h, terá lugar uma Conferência subordinada ao tema “Educar o carácter, educar para amar”, com o casal Veléz, no Auditório da Escola Superior de Saúde de Viseu. A entrada é gratuita, não sendo preciso inscrição.

Junt@s por uma Europa livre da prostituição!

Grupo de Mulheres lança hoje um vídeo da campanha para acabar com a prostituição. (Ver aqui.)

Vídeo aqui.

"Adopção - O Berço da Adopção - Histórias de Amor"





Este trabalho agora publicado dá a conhecer o percurso da adopção em Portugal, desde o momento da sua entrada na lei até à actualidade. Os diferentes entendimentos do legislador são apresentados em conjunto com as múltiplas correntes sobre a protecção à infância e sobre a família que, nos diversos momentos, sustentam todo o edifício legal. Nessa construção social onde tantos agentes intervêm, o papel da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa tem sido fundamental e largamente reconhecido. Esse património de conhecimento e de experiência da Misericórdia merece também nota. Desde a Roda até à formulação da primeira lei da adopção, fica aqui o registo dessa postura interventiva e dessa acção pioneira e responsável, que desde a sua fundação distingue a Santa Casa.


Na segunda parte do trabalho, privilegiando o género reportagem, aos técnicos que actuam na área da adopção juntam-se os testemunhos das famílias, homens e mulheres que, na primeira pessoa, contam como fizeram de uma criança um filho, por uma vontade que nasce no coração.



domingo, 4 de setembro de 2011

Textos da Rádio Costa D'Oiro de 2 de Agosto a 5 de Setembro


Textos “Algarve Pela Vida”
De 2 de Agosto a 15 de Agosto de 2011


DIA 2 de Agosto de 2011 – Terça-feira

Sabemos que o crescimento não é igual nem tem o mesmo ritmo em todas as fases do desenvolvimento. A adolescência faz-nos pensar, em primeiro lugar, na brusca mudança do ritmo do desenvolvimento.
Por outro lado, a puberdade supõe a transformação física da criança em adulto. E isto ocorre em poucos meses, durante os que sofrerá mais mudanças do que durante os últimos anos juntos.

Costuma-se distinguir na adolescência três fases:

1. A puberdade, ou a primeira adolescência.

2. Uma adolescência média (que abrangeria o período entre os 14 e os 16 anos).

3. Uma adolescência superior, que terminaria em torno dos 20 ou 21 anos.

Por puberdade entende-se o conjunto de mudanças psicofísicas que supõem o início da adolescência.
Puberdade e adolescência não querem, portanto, significar o mesmo.

Por outro lado, não há uma correspondência exacta entre puberdade fisiológica e puberdade mental. Quando o desenvolvimento físico já está completo, na maioria das ocasiões, não podemos falar de verdadeira maturidade mental e emocional.

O que é certo é que as mudanças físicas vão ser numerosas. É fundamental que nem os pais nem o jovem sejam apanhados de surpresa. Antes que se inicie este processo deve haver uma conversa pai-filho, para que o jovem vá compreendendo seu significado e sentido. Isto não vai solucionar o seu desconcerto ante o descobrimento do novo mundo de sua intimidade, mas será uma ajuda muito importante.
E, sobretudo, será uma excelente oportunidade para aumentar e tornar mais firme a relação de confiança entre pais e filhos.


DIA 3 de Agosto de 2011 – Quarta-feira

A chave de todo o processo mental que ocorre na adolescência reside no domínio do pensamento abstracto. Por exemplo, uma criança entende o que significa que uma coisa é bonita, ou que disse uma mentira, mas não é capaz de entender a beleza, a verdade etc. O adolescente, pelo contrário, já é capaz de entender.
É este o motivo que leva o adolescente a rebelar-se contra o seu mundo anterior, que considera infantil e sem e justificação
O adolescente de catorze anos necessita interpretar, justificar etc. Seu mundo é aberto ao futuro, cheio de possibilidades e novidades.
A curiosidade do adolescente é, por isso, insaciável, ainda que nem sempre esteja na linha do que deve aprender ou estudar.
Mas o que mais lhe interessa descobrir e analisar é seu próprio mundo interior, o início da descoberta da sua própria personalidade. Esta é, sem dúvida, a razão que, em última instância, justifica a rebeldia da adolescência.
É, porém, importante que estas mudanças se dêem num quadro familiar de estabilidade. É que se a descoberta do seu mundo interior se realiza no momento em que a estabilidade emocional é mais precária, a crise de personalidade do adolescente poderá assumir consequências mais gravosas.
Os pais devem, por isso, estar particularmente atentos nestes momentos de crise, sem contudo invadir a intimidade do seu filho adolescente. Acompanhar e estar presente, se for preciso, é o fundamental.




Dia 4 de Agosto de 2011 – Quinta-feira

A descoberta da intimidade, na adolescência, por regra, leva a que o jovem se feche em sim mesmo, passando longas horas "pensando" em... nada concreto e em tudo em geral.

Aqui a imaginação desempenha um papel fundamental, pois proporciona-lhe a possibilidade de ensinar, realizar, derrotar. Em suma, oferece-lhe a imagem que gostaria de oferecer ao exterior, e que considera que não coincide com a real, repleta de reacções que nem ele compreende.

Nessa busca em seu interior, os demais ocupam um lugar muito especial. Da mesma forma que ele se analisa e critica, em constante processo de auto-afirmação, analisa e critica também os demais. Necessita modelos, pautas de conduta atractivas para imitar, "heróis" que dêem sentido ao seu mundo, que descobriu cheio de defeitos e injustiças.

É neste momento que a imagem dos pais, é colocada em causa. O adolescente descobre que são simplesmente pessoas, com defeitos e com poucas virtudes. Além disso, muitos pais, por vezes, parecem não se dar conta que os filhos já não são as suas crianças de outrora.
A reflexão e a meditação requerem certas condições de isolamento que nem sempre são entendidas pelos pais, que as interpretam como auto-marginalização. Essa solidão é necessária, e deve ser respeitada.
A prática do desporto e uma sã ocupação dos tempos livres podem ser uma excelente forma dos jovens lidarem com a sua adolescência, encontrando, nessas actividades, o valor da participação cívica e do voluntariado social.


Dia 5 de Agosto de 2011 – Sexta-feira

O amor pela vida faz-nos amar, em primeiro lugar, a nossa vida e fazer tudo para que esta seja verdadeira e, por isso, santa. Este é o primeiro resultado da fé que leva à descoberta do grande valor da vida. Um compromisso sério com a nossa própria vida.
O amor, em segundo lugar, faz-nos ainda querer partilhar a vida e ajudar os outros, faz-nos ir ao encontro de todos, sem fazer acepção de pessoas e ajudar cada um nas suas necessidades imediatas ou mais profundas.
Mas, caríssimos, a primeira obra e a mais importante é a família. Cada um cuide bem da sua família e ajudemo-nos nesta tarefa. Defender a verdadeira família implica que os esposos se amem e concorram para o bem do outro em tudo, crescendo na consciência de que o verdadeiro amor passa por dificuldades e exige sacrifícios para reforçar a unidade e aumentar os frutos e só assim se pode ser feliz. Cuidar da família é cuida a educação dos filhos. Uma educação que passa muito mais por um acompanhar do que por um dar coisas ou dizer muitas palavras, que passa por sentir a responsabilidade com a própria vida para testemunhar o gosto de viver santamente e querer que os filhos sejam santos e não apenas por querer que os filhos não tenham problemas e sejam importantes neste mundo ou ricos.

Dia 8 de Agosto de 2011 – Segunda-feira

No poema épico, a Ilíada, de Homero conta-se a história de Ulisses que, a seu próprio pedido, foi preso ao mastro do navio, como símbolo da prudência que deve nortear o agir humano em face das adversidades e como símbolo do amor à sua apaixonada e fiel esposa, Penélope
Ao contrário do herói grego, Ulisses, os jovens de hoje deixam-se facilmente hipnotizar pelo canto da sereia em direcção ao engano.
Esta juventude não só não tem mais mastros aos quais lhe valha a pena amarrar, quanto mais ignora o que seja a prudência ou mesmo o significado do verdadeiro amor, que lhes é apresentado como um ato meramente fisio-biológico despojado de qualquer afectividade.
E é assim que surgem, entre outras, as drogas quais cantos de sereia que, como uma miragem, se apresentam como oferta de um alívio fugaz para um vazio existencial.
Estar atento e vigilante, propor horizontes e enchê-los de ambição, eis o antídoto para que os jovens não se percam no meio dos inúmeros cantos de sereia que hoje se apresentam.

Dia 9 de Agosto de 2011 – Terça-feira

Muitos dizem que a adolescência é a fase da vida dos filhos mais temida pelos pais.
Mas será que essa idade tem de ser sempre assim tão conturbada?
Muitos pais de adolescentes queixam-se por os filhos se terem tornado uns preguiçosos que só querem é ficar ‘esparramados’ no sofá a ouvir música, que tudo contestam e que só ligam às amigas e aos namoricos.
Entre outros, devido às mudanças hormonais, os adolescentes perdem aquela energia inesgotável que pareciam ter na sua meninice.
E aí há 2 coisas que os pais não devem fazer: estarem permanentemente a zangar-se ou pura e simplesmente nada fazerem.
Pelo contrário, os pais devem estimular os seus filhos adolescentes, com um sentido positivo, sem ameaças ou paternalismos. A prática de um desporto, o contacto com a natureza, a inscrição no grupo de escuteiros, estudar, fazer voluntariado. Enfim, ajudá-los a vencer e, sobretudo, a vencerem-se.


Dia 10 de Agosto de 2011 – Quarta-feira

A vida é uma escada em caracol
E que não tem corrimão.
Vai a caminho do Sol,
Mas nunca passa do chão.
Os degraus, quanto mais altos
Mais estragados estão.
Nem sustos, nem sobressaltos
Servem sequer de lição.
Quem tem medo não a sobe,
Quem tem sonhos também não.
Há quem chegue a deitar fora
O lastro do coração.
Sobe-se numa corrida
Correm-se perigos em vão.
Adivinhaste: é a vida,
A escada sem corrimão.
Poema de David Mourão Ferreira

Dia 11 de Agosto de 2011 - Quinta-feira

Muitas vezes o pedido da eutanásia depende em boa medida da perda do significado da vida, da sensação de falta de dignidade de si próprio e do desespero existencial. A isto há que se contrapor uma medicina mais humanizada, associada a uma eficaz terapia da dor e dos cuidados paliativos.
Mas, para um doente também é de grande importância que veja que a sua família e amigos valorizam a sua figura de marido, pai, avô. Ele está atento ao olhar daqueles que o atendem, vê-se reflectido nesses olhos e percebe neles a sua dignidade.
Estas perspectivas podem ajudar a compreender porque é que 20% dos doentes oncológicos holandeses pedem a eutanásia enquanto que os doentes terminais que eram atendidos por madre Teresa de Calcutá declaravam que se sentiam "amados como filhos e tratados como reis"
Alfonso Carrasco Rouco, Bispo de Lugo


Dia 12 de Agosto de 2011 – Sexta-feira
Quem defende o direito à vida desde a sua concepção até à sua morte natural é, em primeiro lugar, uma pessoa feliz, que encontrou o sentido para a sua existência e para a existência dos outros.
Mas, isso não significa que essas pessoas acreditem que a vida é sempre um mar de rosas onde tudo corre bem.
Por isso a sua felicidade não é necessariamente uma felicidade espalhafatosa, mas antes uma tranquila serenidade, fruto de ter assimilado que a dor e os chamados "azares da vida também dela fazem parte.
A vida é a vida, com coisas boas, mas também com muitas coisas más, imprevistos e até injustiças. Mas não é por isso que não merecerá deixar de ser vivida.


Dia 15 de Agosto de 2011 - Segunda-feira
Um dos maiores males da humanidade prende-se com o endurecimento do coração.
Essa dureza de coração nota-se na frieza como certas mães e pais olham para os filhos ou como certos filhos olham para os seus pais, na forma calculista, fria, distante e, por vezes, sem quaisquer escrúpulos como políticos, empresários ou outras pessoas de poder pensam e agem, na forma como muitos maridos e muitas mulheres se tratam mutuamente.
Tudo à nossa roda está feito, para desde muito cedo, deixarmos endurecer o nosso coração, levando-o primeiro à petrificação e depois até à própria fossilização.
Por isso são cada vez mais os corações errácticos, titubeantes, desorientados, incapazes de assumir um compromisso estável para a vida toda.
Empapar o coração em vez de o deixar endurecer, eis o grande desafio para todos nós.

Dia 16 de Agosto – Terça-feira
O poeta beija tudo, graças a Deus… E aprende com as coisas a sua lição de sinceridade…
E diz assim: “É preciso saber olhar…”
E pode ser, em qualquer idade, ingénuo como as crianças, entusiasta como os adolescentes e profundo como os homens feitos…
E levanta uma pedra escura e áspera para mostrar uma flor que está por detrás…
E perde tempo (ganha tempo…) a namorar uma ovelha…
E comove-se com coisas de nada: um pássaro que canta, uma mulher bonita que passou, uma menina que lhe sorriu, um pai que olhou desvanecido para o filho pequenino, um bocadinho de sol depois de um dia chuvoso…
E acha que tudo é importante…
E pega no braço dos homens que estavam tristes e vai passear com eles para o jardim…
E reparou que os homens estavam tristes…
E escreveu uns versos que começam desta maneira: “O segredo é amar…”
(Sebastião da Gama)
DIA 17 de Agosto – Quarta-feira
A pergunta pode ser feita numa cozinha, por uma criança que está a descobrir o mundo ou por qualquer mestre espiritual.
O nosso mundo interior é uma cebola ou uma batata?
Nietzsche, por exemplo, dizia que «tudo é interpretação», isto é, não há um núcleo de Ser a sustentar a nossa experiência de vida, tudo são cascas de cebola, modos de ver, perspectivas. Para lá disso não há mais nada.
Uma visão espiritual do mundo, por outro lado, está certamente do lado da batata, pois considera que mesmo escondida por uma crosta persiste uma realidade que é substanciosa e vital.
A verdade é que mesmo sabendo que a vida é uma batata, nós vivemo-la muitas vezes como se fosse uma cebola.
Não habitamos em nós próprios e acabamos por ser levados por ideias, pontos de vistas, cascas e mais cascas. Segundo a escritora Susan Sontag, o mais urgente seria aprofundar para além dos nossos sentidos, aprendendo a ver melhor e a escutar melhor.
Só assim poderemos ser mais batata e menos cebola.

Dia 18 de Agosto – Quinta-feira

O psicólogo John Money, falecido em 2006 é considerado o "pai" da teoria da chamada "identidade de género" e que afirma que os géneros feminino e masculino são apenas culturais e não características inatas do ser humano.
Para defender a sua teoria, Money conduziu durante anos várias experiências com os gémeos Bruce e Brian, dois rapazes norte-americanos.
Bruce fora acidentalmente castrado aos oito meses, e em consequência, Money sugeriu aos pais que a criança recebesse uma intervenção cirúrgica, hormonas femininas e uma educação com perfil feminino.
E assim Bruce tornou-se "Brenda". Na sua adolescência, porém, "Brenda" sentia-se rapaz pelo que os seus pais decidiram revelar a verdade aos seus dois filhos. "Brenda" insistiu, então, em voltar a ser rapaz. Perturbados com a descoberta, ambos os irmãos acabaram por sofrer sérios problemas psicológicos que em 2002 e 2004 os levaram ao suicídio .

Dia 19 de Agosto – Sexta-feira
Um estudo realizado pela Deco/Proteste, junto de candidatos e de pessoas que conseguiram adoptar uma criança, concluiu que o processo em Portugal, além de burocrático demora em média três anos e 12% dos inquiridos aguardaram mesmo mais de cinco anos.
Aguentar o tempo de espera e a falta de apoio psicológico durante esse tempo, são de resto as principais preocupações manifestadas pelos inquiridos”.
Por sua vez, o principal factor que pode levar a desistir é a idade da criança que, em média, pretendem crianças com idades até aos três anos, embora alguns aceitem ficar com crianças mais de cinco anos.
Segundo o último relatório do Ministério do Trabalho, no ano 2009, havia quase 10.000 crianças, sem pais, e internadas em instituições de acolhimento.
Para quando mudar este panorama?

Dia 22 de Agosto – Segunda-feira
Os governos impõem a educação sexual nas escolas.
Sempre ouvi dizer, embora como eufemismo, que praticar sexo é fazer amor, mas então como se pode administrar boa educação sexual se não se explicar primeiramente aos alunos, em que consiste realmente o amor ?
No sei se o governo ou o ministério têm algumas directivas sobre o que é o amor. Mas se o sexo é a consequência do amor e o ministério não ensinar o que é amor mas apenas o que é o sexo, está a ensinar a consequência, sem ensinar o que lhe está na origem.
Então vai ensinar o quê?
Se ensinar os métodos contraceptivos, então estará a ensinar primeiros socorros ou farmacologia, mas não estão certamente a dar educação sexual e muito menos a falar sobre o que é o amor.

Dia 23 de Agosto – Terça-feira
O divórcio "à la carte", na hora, o divórcio "simplex", radicado na ideia de que o importante é ser feliz a cada momento, os outros que tratem de si, criando a sensação que a felicidade está na infantilização dos adultos, nos Peter Pan eternos, lança diariamente para a pobreza mães e filhos. Na anterior lei, o divórcio só era obtido, uma vez regularizada a situação dos filhos. Agora, com esta lei, os filhos não são entrave. Na hora, o homem sai de casa, deixa filhos e mulher, empregada ou desempregada, tendo ela sacrificado ou não a sua vida profissional à família que queria construir. Ele divorcia-se legalmente bastando invocar essa vontade. Ela e os filhos, para reaverem alguns direitos, têm de ir a tribunal. Resultado: os tribunais estão completamente assoberbados de processos sem solução à vista, os filhos ficam sem pai e sem meios. Foi a lei mais brutalmente machista aprovada desde há muitos anos em Portugal por detrás de uma cortina de discursos de modernidade, de igualdade de género e de felicidades descartáveis ao virar de cada esquina.
A ausência de ética e de responsabilidade na sociedade, na família e em cada português eis o mote da crise actual que é, reconheça-se, uma crise sobretudo ética e de valores.

Dia 24 de Agosto – Quarta-feira
Os principais motivos para os casais não desejarem ter mais filhos prendem-se com os entraves que as mulheres sentem em conseguir integrar o mercado de trabalho; com as dificuldades na conciliação família-trabalho; com os custos associados ao crescimento das crianças; e com as dificuldades relacionadas com a sua educação. Problemas de saúde, na gravidez, parto e cuidados infantis são também outros factores mencionados.
Em face deste quadro, o economista prof. João Duque defende a necessidade políticas urgentes de incentivo à natalidade e acrescenta mesmo que uma população envelhecida tem um perfil “menos empreendedor e menor propensão para o risco e para a inovação”. Por sua vez, Luís Campos e Cunha, ex-ministro das finanças vai mais longe e afirma que, parte do défice público “está relacionado com o envelhecimento” pelo que sugere aos reformados um papel mais activo nas empresas
Conciliar de forma harmoniosa o trabalho com a vida em família eis o grande desafio para todos nós.

Dia 25 de Agosto – Quinta-feira
Em cada uma das nossas casas, existem pequenos pormenores que, de forma quase subtil, podem contribuir de forma muito positiva, para garantir o reforço e consolidação dos laços familiares. Eis alguns:
- Evitar ser pessimista e enaltecer o positivo.
- Ser compreensivo e afectuoso, renunciando, se necessário, às próprias preferências pessoais.
-Saber escutar, de forma atenta e autêntica, se necessário, parando o que estamos a fazer.
- Evitar dar lições de moral. Melhor é dar exemplo e ser subtil na forma como se tenta passar as mensagens.
- Cumprimentar à entrada e saída de casa.
- Estar atento às pequenas tarefas coisas da casa, tais como arranjos, limpezas e arrumações.
- Arranjar tempo para estar com as pessoas da família, de preferência, uma a uma, a sós.
- Nas refeições, agradecer e elogiar o cozinhado. Ser agradecido.
E, por fim,
- Ter habitual e periodicamente um pormenor de atenção para quem vive connosco, por exemplo, através da compra de uma pequena prenda ou comida que seja do seu agrado.




Dia 26 de Agosto – Sexta-feira
Afirma a psicóloga Maria Góis que da sua experiência “sem excepção, todas as mães que, por terem sido ajudadas, decidiram não interromper a gravidez, chegaram ao final da mesma com um estado de espírito completamente diferente daquele que tinham no início. Talvez a palavra que melhor caracterize este sentimento seja satisfação.
Estas mães, por muitos problemas pessoais, sociais ou económicos que tivessem, acolheram os seus filhos com grande satisfação. Por os terem tido, mas, acima de tudo, o sentimento lactente era o de, afinal, não ter sido necessário interromper o desenvolvimento da vida de cada um deles!
É esta a principal mensagem que esta psicóloga gostaria de passar:
É possível, quando confrontados com uma mãe que quer abortar, fazermos um caminho com ela.
Um caminho que exige disponibilidade, entrega, confiança, eficácia na condução e resolução dos problemas e, acima de tudo, uma grande capacidade de gerir as prioridades, ou seja, garantir o bem-estar da mãe e do filho.


Dia 29 de Agosto – Segunda-feira
Quem paga as reformas de uma geração é a geração seguinte.
As pessoas devem receber uma reforma proporcional à contribuição que deram à constituição da geração seguinte.
Há duas formas de contribuir para a sustentabilidade da segurança social:
a) tendo mais filhos
b) ou sofrendo a aplicação do "factor de sustentabilidade da segurança social".
Não é justo que dois casais com o mesmo rendimento, o casal A (com 3 filhos) e o casal B (com zero filhos), tenham o mesmo rendimento na reforma. O casal A passa pela vida com mais dificuldades criando os filhos que depois vão pagar a reforma ao casal B, sendo que o casal B usou o dinheiro que não gastou com filhos a investir, a viajar, a comprar bens importados agravando os problemas do país, a aforrar, a investir em PPR e outros benefícios fiscais.
Quem não teve filhos pode aforrar mais e por isso ter uma pensão menor. E quando esta medida de elementar justiça for tomada Portugal deixará muito rapidamente de ter a 3ª menor taxa de natalidade da Europa.

Dia 30 de Agosto – Terça-feira
O que é a teoria da anomia?
Este termo foi cunhado por Émile Durkheim em seu livro “O Suicídio”
A anomia é um estado de falta de objectivos e perda de identidade, provocado pelas intensas transformações ocorrentes no mundo social moderno.
A partir do surgimento do Capitalismo como forma de explicar o mundo, há um brusco rompimento com valores tradicionais, fortemente ligados à concepção religiosa.
A Modernidade, com os seus intensos processos de mudança, não fornece novos valores que preencham os anteriores valores demolidos, ocasionando uma espécie de vazio de significado no quotidiano de muitos indivíduos. Há um sentimento de se "estar à deriva,"
Por sua vez, Robert Merton, em 1949 no seu livro “Estrutura Social e Anomia”
associa a anomia à prática de certos crimes e comportamentos anti-sociais (alcoolismo e toxicodependência).


Dia 31 de Agosto – Quarta-feira
A prostituição não pode ser separada da questão da dignidade das mulheres. A legalização da prostituição significa que o governo e a sociedade em geral estão dispostos a aceitar a desumanização e a coisificação das mulheres.
Senão vejamos;

- Muitas mulheres estão na prostituição para sustentar a sua toxicodependência ou obter dinheiro para outras necessidades desesperadas.

- A prostituição aumenta notavelmente os riscos graves para a saúde das mulheres, particularmente sida, herpes e hepatite C.

- A prostituição está associada à violência, escravidão e ao tráfico sexual sobre essas mulheres.

- A prostituição prejudica as relações heterossexuais e as famílias. A esposa ou namorada de um homem que utiliza serviços sexuais é notavelmente afectada. Se o homem guarda em segredo o uso desses serviços, quebra os fundamentos da confiança e da honestidade na sua relação. Se os usa abertamente, pode levar à ruptura da sua relação.

- Por fim, a indústria da prostituição prejudica o ideal das relações igualitárias entre homens e mulheres.


Dia 01 de Setembro – Quinta-feira
Em 1998, a Suécia aprovou uma legislação que penaliza a compra, mas não a venda de serviços sexuais. As mulheres e crianças vítimas da prostituição não correm o risco de sanções legais, mas a compra desses serviços passou a ser um delito penal.


De acordo com um estudo oficial que, em 2 de Julho de 2010, avaliou a legislação sueca desde o seu início em 1999 até 2008, a prostituição de rua caiu pela metade após a adopção da nova lei.

Segundo o documento, esta experiência mostrou que a penalização da compra de sexo foi um instrumento importante tanto na luta contra a prostituição como contra o tráfico de pessoas para fins sexuais e teve um eficaz de dissuasão para quem compra sexo, evitando os efeitos negativos associados a esta prática.

Dia 02 de Setembro – Sexta-feira
A família no futuro e, em particular, agora nestes tempos de crise económica, devem actuar de forma a promover 3 objectivos:
Em primeiro lugar, as famílias devem ser uma fonte de vida, contribuindo para combater o grave problema demográfico de envelhecimento da população e reforçar a sustentabilidade da economia e das empresas.
Em segundo lugar, as famílias têm que ser o garante da solidariedade intergeracional já que o Estado não terá capacidade para suportar todas as situações de pobreza, desemprego, reforma e solidão.
Em terceiro lugar, as famílias, deverão assumir a responsabilidade de serem uma escola de competências e valores.
É urgente trazer este tema para o debate nacional e para as preocupações dos líderes empresariais portugueses, porque o nosso futuro será o que começarmos hoje a construir
Este texto é da autoria do Dr. Pedro Rocha e Mello, administrador do grupo Mello
Dia 05 de Setembro – Segunda-feira
No sindroma pós-aborto podem ser identificadas 3 fases diferentes:

1) Tristeza.
2) Reviver continuamente o momento traumatizante do aborto de um modo muito profundo indo aos pormenores de recordar a roupa da enfermeira, a cor da sala ou tão simplesmente o pensar “como é que seria o bebé agora”, se tivesse nascido.

3) Por fim, a depressão profunda, com ansiedade e insónias, perda da libido e em casos mais graves o equacionar do suicídio como forma de acabar com a dor.

Como diz o Profesosr Willke: "é mais fácil tirar a criança do útero do que à sua mãe tirá-lo do seu pensamento”

sábado, 3 de setembro de 2011

Métodos de Planificação Familiar Natural

Renafer

Organización Mundial del Método de la Ovulación Billings

Quiero1embarazo.com


(Realidade espanhol aqui.)

Guias para profissionais das áreas da Acção Social, Educação, Forças Policiais e Saúde

♦ Guia de orientações para os profissionais da saúde na abordagem de situações de maus tratos ou outras situações de perigo


♦ Guia de orientações para os profissionais da educação na abordagem de situações de maus tratos ou outras situações de perigo


♦ Guia de orientações para as forças de segurança na abordagem de situações de maus tratos ou outras situações de perigo


♦ Guia de orientações para os profissionais da ação social na abordagem de situações de maus tratos ou outras situações de perigo


Consultar todos estes guias aqui (Comissão Nacional de Protecção das Crianças e Jovens em Risco).

Abandono, infanticídio e aborto na sociedade tradicional portuguesa

Resenha histórica sobre abandono infantil, infanticídio e aborto na história portuguesa, aqui.