Textos rádio Costa D'Oiro dias 13 a 19 de Julho
Dia 13
Etimologicamente, eutanásia procede do grego (“eu” – bem, “thanatos” – morte) e significa morte sem sofrimento.
Ao longo da história, a eutanásia assumiu a sua expressão mais radical durante a época Nazi, na alemanha, onde vários autores defendiam a tese de que há seres humanos sem qualquer valor vital e, por isso, preconizavam a eliminação pura e simples dos incuráveis, ressaltando os benefícios financeiros daí decorrentes, diante da carga econômica que tais pessoas representavam para as famílias, a sociedade e o Estado.
O próprio Papa Bento XVI teve um primo que era portador de trissomia 21 e que, por isso, e apesar da sua juventude, foi pura e simplesmente eliminado.
Em oposição à eutanásia está a defesa aos chamados “cuidados paliativos” que tem como objectivo atenuar ou mesmo excluir a dor de doentes crónicos ou terminais.
Por cá, a profª. Isabel Galriça Neto foi uma das pioneiras na implementação dos cuidados paliativos e fundou a associação portuguesa dos cuidados paliativos, em cujo site se poderão encontrar mais informações sobre esta temática e, em particular, sobre a rede já existente em Portugal, e em particular, no Algarve.
Dia 14
O feminismo
O século XX foi produtivo em –ismos que se desvirtuaram, mesmo quando, na sua origem, se regiam por uma ideologia ou princípios humanizadores. O 1.º feminismo foi um exemplo disso. Mulheres, em maioria, mas homens também, lutaram pela dignidade da mulher ao defenderem um estatuto diferente para esta, que contemplava, como lutas reivindicativas, a igualdade no trabalho, os cuidados materno-infantis e o direito ao voto.
Sucede que o feminismo acabou por adoptar proporções diferentes, noutras fases, desvirtuando-se em apologia da eugenia ou da liberalização do aborto.
O que não é fácil de entender é como, um século volvido, o feminismo tenha passado a adquirir, não uma visão humanizadora do ser humano, mas uma visão pervertida, procuram, a todo o custo, impor leis de «saúde sexual e reprodutiva» que aprovem e promovam o aborto livre.
Ensino Profissional
O problema é que, na prática, verificamos que o ensino profissional em vez de ser um ensino de qualidade e exigente que prepare um corpo de jovens bem instruídos e preparados para o mercado de trabalho, é, na realidade muito menos exigente do ponto de vista académico.
Há mesmo relatos de de escolas onde os critérios de avaliação foram alterados de forma a favorecer as notas e a evitar a reprovação dos alunos. Basta, aliás, perguntar aos alunos do ensino profissional que prosseguiram estudos se efectivamente se sentiram preparados quando ingressaram no ensino superior.
O ensino profissional, tal como toda a educação escolar, em geral, deve oferecer níveis de qualidade e excelência e não promover o facilitismo. Para bem destes jovens e do próprio país.
Sucesso do casamento
O primeiro ponto é o saber falar e dialogar, verbalizar e exteriorizar perante o parceiro, com a máxima sinceridade possível, tudo o que lhe vai na alma, quer sejam coisas boas, quer más.
O segundo ponto está no saber ouvir o outro, o que implica estar disponível e arranjar tempo e espaço para que o outro possa contar as suas preocupações, a sua vida, etc.
O terceiro ponto está no saber compreender, sabendo que cada um tem a sua própria personalidade, virtudes e defeitos, e que, por regra, as pessoas não mudam automaticamente só porque casam.
O quarto ponto está no negociar. Isto é, em virtude das diferenças de cada um, há que saber fazer concessões ao outro. Ninguém é obrigado a ser uma cópia do outro só porque se casou.
O último ponto está no namorar sempre que possível, sendo que o namorar, com o passar dos anos, não tem que ser sempre manifestado da mesma forma. Pode-se namorar de formas diferentes. O importante é esforçar-se para manter a sedução e o carinho que se tem um pelo outro.
Dia 19
Futilidade terapêutica
Nos doentes terminais, a utilização de métodos de diagnóstico e de terapêutica que são inúteis por não contribuírem de um modo significativo para o esclarecimento das situações ou da sua evolução e que não tenham um efeito benéfico demonstrado, suportado por razoável documentação, não deve ter lugar.
Se os doentes estão conscientes da presença de uma doença progressiva e mortal toda a equipa terapêutica deve ser particularmente sensível ao seu sofrimento e às suas necessidades fundamentais, nomeadamente aos aspectos da qualidade da informação a prestar e a outros aspectos afectivos e psicológicos.
Por vezes a terapêutica da dor pode exigir analgésicos corticais e intervenções por equipas especializadas que devem ser utilizadas sempre que tal seja possível.
Em muitos casos os doentes rejeitam explicitamente formas agressivas de intervenção; a equipa médica que os acompanham, porém, não deverá abster-se de manifestar sempre a sua opinião com o objectivo de promover a melhor qualidade de vida possível ao doente terminal.
Este texto teve por base uma comunicação do prof. dr. Alexandre Laureano Santos
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