quinta-feira, 15 de julho de 2010

Da ineficácia do preservativo

Vou analisar as próprias estatísticas de Um artigo publicado pelo The Johns Hopkins School of Public Health cuja tradução está disponível no site http://www.bibliomed.com.br/lib/ShowDoc.cfm?LibDocID=12839&ReturnCatID=499.
Seu título é Preservativos: Reduzindo as Barreiras. Este documento, elaborado por uma instituição científica reconhecida, explica como os condoms são eficazes na prevenção de DSTs, porém, deixa frestras abertas, por onde nebulosas nuvens insistem em passar, não dissipando as dúvidas. Basicamente, o artigo confere credibilidade a prevenção, mas se esquiva em comentar as margens de erro desta mesma.
O que ocorre é a parcial manipulação maniqueísta de uma informação importante, que, doravante pasteurizada, chega aos ouvidos do consumidor, incompleta: Ou seja, “parcialmente eficaz” se transmuta em “totalmente eficaz”, (o que significa que, se você não utilizar o preservativo, estará sim, 100% exposto, in natura, de fato). A mentira, divulgada nos Meios de comunicação, consiste em passar total segurança sobre um método, que é sim, falível, em determinadas circunstâncias. Uma irresponsabilidade sem precendentes.

Analisando o artigo encontrei alguns dados:
Eficácia do preservativo no seu uso perfeito contra a Gravidez Indesejada:
3 em cada 100 mulheres engravidam, a “boa nova”, segundo o autor, é que essa taxa é bastante baixa, porém pílulas anticoncepcionais têm ineficácia menor que 1%.
Eficácia no seu uso típico contra a Gravidez Indesejada:
O uso típico é o uso do dia-à-dia, portanto é a natureza do que ocorre, de fato. Os estudos realizadosmostram uma ineficácia de 16%, na Tailândia e 14% nos EUA.

Eficácia contra HIV
Segundo o estudo, a taxa de transmissão do HIV, entre casais soro-discordantes, é menor que 1%. Um estudo avaliou 256 casais nessa condição e concluiu que após 20 meses não houve infecção pelo HIV, entre os casais que usaram de forma consistente o preservativo. Porém, é de se esperar que sendo o ser humano falível por natureza, esse “uso ideal”, na prática, é díficil de se obter. Entretanto, concordo que “não usar” é pratica condenável.
Alguma proteção contra outras DSTs (longe dos 100%, como o Governo Federal nos leva a acreditar)
Nos casos da Clamídia e Gonorréia, a eficácia do preservativo é de 60 a 80%, portanto há uma margem de erro de 20 a 40%. Os programas de saúde pública simplesmente não avisam, ou omitem por elipse, essas taxas de seus usuários, os médicos fazem o mesmo. O paciente, deveria estar ciente dos índices de falha de um método preventivo, qualquer que seja , como direito seu. Direito a informação, mas não parece ser do interesse da classe médica. É melhor, para o cidadão, permanecer manipulável.
A pior situação está correlacionada ao índice de falhas referente a HPV, herpes, e trícomoniase. Para esta última as possibilidades de inéficacia chegam a 70%. Segundo o estudo.

Uso incorreto é responsável por 1/4 das gravidezes indesejadas.
Outra estatística gritante. O design de um bom produto deve levar em consideração o índice de falhas do usuário, assim, uma cadeira deve ser suficientemente resistente para suportar o peso de um usuário que opta por sentar-se em seu braço, por exemplo. Porém, esse mesmo estudo mostra que o uso inconsistente do preservativo, é responsável por 1/4 das gravidezes indesejadas nos EUA. A possibilidade de se usar corretamente a camisinha passa por uma via crucis de variáveis e regras que devem ser observadas, de tal modo, que errar na sua colocação, se torna pratica corriqueira. Como confirma o estudo ao afirmar que “As pessoas freqüentemente usam preservativos de forma inconstante ou incorreta”
Taxa de rompimento é baixa, mas não chega a zero: 1 a 13%.
Os estudos apontaram uma taxa de ruptura que varia de 1 a 13% na relação vaginal, mas a média ficou abaixo de 2%. No coito anal essa taxa variou de 1,6 a 7,3%. Mas uma vez, a população não é avisada sobre a possibilidade de haver falha no uso do método. As propagandas governamentais são claras: “Transe ‘até morrer’ com quem quer que seja, desde que use preservativo”.
Casais de longa data são menos propensos a falhas no uso da camisinha.
O estudo apontou uma baixa taxa de rompimentos em casais monogâmicos. Homens com suas namoradas tendem a utilizar o preservativo de maneira mais ineficaz. Enquanto os casados o fazem com mais perícia, devido a experiência na colocação adequada do mesmo.
Defeitos de fabricação ocorrem
Mesmo diante da vigilância pesada das autoridade públicas e de saúde, imprevistos ocorrem. Em 1998, autoridades sul-africanas devolveram milhões de preservativos importados que não foram adequadamente testados. Em 1992, um estudo mostrou que 29 de 89 amostras de preservativos testados apresentavam alguma falha em sua estrutura, o que permitiria a passagem do vírus HIV através de poros existentes em camisinhas defeituosas (http://www.vivatranquilo.com.br/saude/colaboradores/ministerio_saude/preservativos/mat2.htm). Fica claro que como todo e qualquer objeto manufaturado pelo homem, a camisinha não é 100% eficaz, e que portanto o consumidor deveria estar ciente de seus riscos, até para mover ações legais contra os fabricantes e o Ministério da Saúde, que leva-o a crer numa eficácia total do método através de campanhas publicitárias. Isso, entretanto, não deve ser usado como pretexto para a abstenção sexual, ou o sexo desprotegido, e sim para uma vida sexual mais regrada, onde há diálogo e redução do número de parceiros, fortalecida com a segurança, parcial, porém importante, dos famigerados condoms.
Conclusão
Eficácia do preservativo contra o HIV: Segundo o estudo, 99% no seu uso ideal (faltam dados referentes ao uso típico).
Eficácia do preservativo contra a gravidez: Uso Ideal 97%. Uso típico: 84% no pior caso (Tailândia) com falha de 14% nos EUA.
Taxa de ruptura: 1 a 13%.
Falha na prevenção contra outras DSTs:
Clamídia e Gonorréia: 20 a 40%.
HPV, herpes, e trícomoniase: Até 70%.
Portanto, levando-se em consideração que o preservativo tem um eficácia superior a relação sexual desprotegida, ele deve sempre ser utilizado.
O inconveniente, perigosissímo, reside no fato do governo omitir as taxas de falha intrínsecas e extrínsecas do método para a população. O consenso geral é de que o uso do preservativo por si só, resolve todos os problemas referentes a gravidez indesejada e transmissão de DSTs. O que não é verdade. Ele confere proteção parcial, bastante alta, contra gravidez, mas apresenta um índice de falhas não desprezível. Ainda com relação a outras DSTs, o preservativo confere alguma proteção, mas pode chegar a apenas 30% nos casos de clamídia e HPV. Portanto é uma conduta criminosa e irresponsável, esta adotada pelo Ministério da Saúde.
Não alertar a população sobre o índice de falhas do preservativo, incentivando, inclusive, meninas de 13 anos a manter relações sexuais precoces (Vide campanha do governo federal: “Bom de cama é quem usa camisinha.”).
O preservativo, deve sim, ser proposto dentro de uma política “holística”, que inclui educação sexual, redução do número de parceiros, diálogo, e observação dos órgãos sexuais dos parceiros a procura de eventuais verrugas e ulcerações.
Ainda que, isoladamente, essas políticas, segundo os próprios estudos, se mostrem falhas, no conjunto são efetivas, pois tendem a preencher os percentis, onde a camisinha deixa lacunas perigosas, (Vide Política do ABC, empregada em Uganda, http://www.usaid.gov/our_work/global_health/aids/News/abcfactsheet.html).
Fontes:
The ABC of The AIDS preventions, http://www.usaid.gov/our_work/global_health/aids/News/abcfactsheet.html, 11.05.2008, 8:35hs.
Preservativos: Reduzindo as barreiras, Qual é a eficácia dos preservativos?,http://www.bibliomed.com.br/lib/ShowDoc.cfm?LibDocID=12839&ReturnCatID=499

Fonte e autoria: Sognare Lucido

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