Aborto e modelos alternativos de educação para a sexualidade
A Federação Portuguesa pela Vida, com o apoio da Plataforma Algarve pela Vida levou a cabo, neste fim-de-semana, mais um Encontro Vida que teve lugar em Albufeira, no Centro de Novas Oportunidades da Santa Casa da Misericórdia de Albufeira.
O Encontro iniciou-se com a apresentação de um estudo realizado pelo gabinete de estudos da Federação, a partir dos dados publicados pela DGS sobre a realidade do aborto em Portugal (em anexo). Deste estudo resulta, entre outros, que em 2009, ano em que o número de nascimentos ficou pela primeira vez abaixo dos 100 000, foram já realizados 19456 abortos por mera opção, sendo o Algarve o distrito com maior taxa de incidência, apesar apenas representar 7% do total dos abortos no país. Destacou-se também a repetição de abortos pela mesma mulher, que, em 2009, representaram já 21% do total.
Este panorama mostra que o aborto está a originar comportamentos compulsivos de irresponsabilidade e desrespeito pela dignidade humana. Muitas mulheres que entram na espiral do aborto perdem completamente o controlo da sua própria vida, registando-se, inclusive, casos de 10 abortos consecutivos.
O deputado eleito pelo Algarve, Prof. Jorge Bacelar Gouveia, convidado para se pronunciar sobre estes resultados, manifestou grande preocupação e chamou a atenção para a importância da revisão da actual lei da I.V.G., de forma a corrigir algumas disfunções que se têm vindo a revelar na prática.
Durante o encontro trocaram-se experiências positivas de solidariedade, que se propõem resolver problemas em vez de eliminar pessoas. A apresentação do SOS Vida- valência da Cáritas Diocesana do Algarve, foi seguida com particular atenção, pela ajuda que está a prestar a muitas mulheres e crianças em dificuldade.
Durante a tarde, foram debatidos vários modelos de educação da sexualidade, nomeadamente o programa “Protege o teu Coração” levado a cabo pela associação “Família e Sociedade” e o programa “DIP3 Desenvolvimento Integral da Pessoa”, da autoria da Profª Teresa Tomé Ribeiro, do Porto. Estes dois programas caracterizam-se por envolverem os pais de forma activa, integrarem a sexualidade num projecto de vida abrangente, que inclui a formação do carácter, a educação da vontade e a gestão dos impulsos, em vez de fomentarem o sexo irresponsável ou se preocuparem apenas com o evitar da transmissão de doenças.
Num outro prisma, estiveram também presentes alguns pais, fundadores da Plataforma Resistência Nacional que afirmaram dever haver liberdade de escolha, não aceitando que o Estado se sobreponha às famílias impondo uma Educação Sexual com carácter obrigatório.
Entre o público, estiverem professores de várias escolas do Algarve que lamentaram a falta de formação por parte do Ministério da Educação nesta matéria e a forma meio caótica e desigual como a nova Educação Sexual está a ser aplicada nas várias escolas públicas.
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