quinta-feira, 1 de novembro de 2007
A associação Juntos pela Vida afirma que "não está a ser realizado um verdadeiro aconselhamento" às mulheres que se deslocam aos serviços de saúde para fazer interrupções voluntárias da gravidez, afirma o seu secretário-geral, António Pinheiro Torres.
É uma das críticas que hoje é feita numa conferência de imprensa em Lisboa onde o movimento faz o balanço dos primeiros três meses de aplicação da lei que despenalizou o aborto por opção da mulher até às dez semanas.
António Pinheiro Torres considera que o aborto legal está a ser facilitado, "sem que seja feito esforço para proporcionar alternativas". Manifesta preocupação pela forma como o Governo faz um balanço positivo do processo, dizendo que "tudo está a correr bem", quando até agora terão sido feitos cerca de três mil abortos.
O responsável diz que têm relatos de mulheres que foram aos hospitais e depois a centros de apoio à vida que dão conta de situações em não está a ser feito "verdadeiro aconselhamento".
Para António Pinheiro Torres esta é uma consequência do facto de apenas fazerem parte do processo de aborto profissionais de saúde para quem o aborto "é indiferente ou são favoráveis a que se realize".
Referindo-se a relatos na imprensa, António Pinheiro Torres acrescenta ainda que, tal como previam, "o aborto ilegal não terminou". O responsável da Juntos pela Vida nota também que "há grandes dificuldades na objecção de consciência", já que nos formulários fornecidos para os profissionais assinarem têm que dizer que, mesmo não estando de acordo, têm que encaminhar estas mulheres para os serviços onde se fazem interrupções voluntárias da gravidez. "Muitos profissionais assinaram declarações de objecção individuais".
Ao mesmo tempo afirma que há profissionais que foram pressionados a não fazerem objecção e fala do caso de um enfermeiro do Algarve que teve que ser acompanhado por um advogado.
Como boa notícia assinala o nascimento de "novas obras de apoio a mulheres com dificuldades", referindo-se, por exemplo, a um centro de apoio à vida em Lamego, Évora, Caldas da Rainha e Setúbal, locais onde não existia a valência.
Público - 23-Out.-2007
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