Associação de Famílias Numerosas diz que «medidas de emergência» têm de ser aprofundadas A Associação Portuguesa de Famílias Numerosas (APFN) considerou esta sexta-feira que as medidas de apoio à natalidade anunciadas pelo primeiro-ministro representam um «pacote de emergência», defendendo o apoio financeiro às famílias como forma de travar o défice demográfico em Portugal.
«Estas medidas mostram na prática que o primeiro-ministro está preocupado com o défice demográfico, mas são medidas de emergência que têm que ser aprofundadas», disse à agência Lusa Fernando Ribeiro e Castro, presidente da APFN, congratulando-se por demonstrarem um apoio crescente às famílias numerosas. «São as famílias com três ou mais filhos que podem contribuir para a média de 2,1» filhos por mulher em idade fértil, sublinhou.
Fernando Ribeiro e Castro aconselhou José Sócrates a aplicar ao défice demográfico a política que tem usado para as contas do Estado, sugerindo-lhe que divulgue o valor do défice demográfico actual, estabeleça quais os valores que quer atingir anualmente e defina medidas para atingir esses objectivos. «Só assim as pessoas poderão avaliar se as medidas estão a ter resultados», disse.
O presidente da APFN considera que são necessários «fortes apoios financeiros» às famílias para que estas sintam que tem condições não apenas de ter os filhos, mas de os criar.
Um aumento ainda maior dos abonos, um sistema fiscal que «não seja frontalmente contra a família» ou a indexação das pensões de reforma ao número de filhos, são algumas das medidas sugeridas por Fernando Ribeiro e Castro que defende a aplicação em Portugal do modelo francês.
«É preciso que os apoios financeiros às famílias lhes permitam decidir livremente se querem colocar os filhos em creches ou se se querem desempregar ou trabalhar em part-time para tomar conta deles, como acontece na Europa onde as famílias são fortemente apoiadas», afirmou.
Os últimos dados do Instituto Nacional de Estatística divulgados a 11 de Julho revelaram que nos últimos 20 anos Portugal caracteriza-se pelo decréscimo da taxa de natalidade tendo passado de uma média de 12,2 para 10 crianças por cada mil habitantes.
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