«Recurso a aborto ilegal continua»
Este título encabeça um artigo no «Diário de Notícias» de ontem (22 de Outubro de 2007, da autoria de Fernanda Câncio, defensora do sim ao aborto).
O artigo não se estende em estatísticas mas, de facto, os números são aterradores. A quantidade de crianças abortadas, em Portugal, disparou.
O Ministério da Saúde divulgou as primeiras estatísticas de abortos pagos pelo Governo e qualquer pessoa sensata sente um calafrio. E, obviamente, como diz a articulista, o aborto clandestino continua.
Por que não havia de continuar? Desde há anos, em Portugal, aborto «clandestino» não significa inseguro, mas com mais privacidade. Fernanda Câncio cita médicos e enfermeiras que praticam abortos clandestinos e surpreende-se de que a clientela deles prefira desfazer-se do filho sem passar pela burocracia do sistema oficial de saúde.
Afinal, porquê tanta paixão pela burocracia? Para que serve o sistema burocrático, além de fazer o contribuinte pagar a despesa do aborto?
O drama não é que as pessoas prefiram pagar um pouco mais para fugir à burocracia. O problema é que a sociedade incentive uma decisão tão errada, cuja simples recordação pode arruinar para sempre toda a vida da mãe, em vez de lhe oferecer alternativas.
Última observação, de passagem. Mesmo que a maioria dos abortos escape às malhas do controlo burocrático, fica claro que as estimativas apresentadas pela APF e pelo Governo antes do referendo estavam totalmente erradas. Apesar de o aborto ter disparado, ainda está longe das estimativas apresentadas pelo «sim».
Infelizmente, a este ritmo, dentro de poucas décadas chegaremos lá.
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