Os desafios do casamento
Hoje, no meu dia de trabalho, cruzei-me com uma pessoa que contou estar em processo de pré-divórcio. Dizia uma frase curiosa, mas muitas vezes, verdadeira que no tempo de namoro os defeitos do outro são virtudes e que uns anos depois já as virtudes do outro são defeitos.
O sucesso da vida a dois é um verdadeiro desafio. É raro encontrar o casal perfeito que se dá plenamente com o outro sem quaisquer discussões ou divergências.
A isto acresce o viver permanentemente um ao lado do outro, aturando as manias, defeitos e má disposições de cada um.
Por fim, com o aumento do stress motivado pelo trabalho, a falta de tempo ou a dedicação aos filhos, por vezes, vão-se levantando barreiras entre o casal que a dada altura limita-se só a partilhar a casa, as despesas comuns e pouco mais.
Infelizmente, muitas vezes, confude-se “erro de casting” como disse uma vez o Prof. Fernando Rosas com “crises passageiras” e não há dúvida que existe um efeito multiplicador do divórcio quando se começam a ver mais casos de divórcio do que de casamentos duradouros.
É muito importante que hajam sinais de alerta para o casal e sobretudo que procurem arranjar um tempo para estarem a sós, sem trabalho ou mesmo sem os filhos.
É claro que a partilha do tempo com os filhos é importante, mas, é indispensável também de tempos a tempos o estar sós, fazer um programa social a sós, etc..
A este propósito sei de um casal que, pelo menos uma vez à semana, tenta trabalhar menos, aproveitando folgas e gerindo agendas de forma a poder estar a sós, sem os filhos, a passear, a ir ao cinema, às compras, etc..
É importante que o casal se dê bem e esteja refrescado e rejuvenescido pois só assim é que os filhos poderão beneficiar da sua boa disposição.
A sinceridade, a compreensão, o diálogo, as cedências mútuas, o perdão são também outros dos remédios que ajudam a manter mais tempo um relacionamento a dois.
Lembro-me de ter ido ver com a minha mulher, há muitos anos atrás, um filme chamado “A Story of us” que fala de um casal que sofre o desgaste de 15 anos de uma relação, atravessa uma crise que passa por uma separação momentânea mas que, por fim, retomando a memória dos princípios, volta com novo ânimo e desejos de felicidade.
Por fim, queria dizer que, muitas vezes, a nossa arrogância intelectual concluí que só temos que estudar ou reflectir sobre assuntos directa ou indirectamente relacionados com a nossa actividade profissional e esquecemo-nos de que ser pai, ser mulher, ser marido são coisas que, apesar de terem algo de inato, também exigem muito a nossa aprendizagem.
Nesse sentido, organizações como o cenofa procuram realizar sessões ligeiras e informais sobre paternidade, casamento, relacionamento conjugal, etc.. que são muito úteis.
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