terça-feira, 30 de outubro de 2007

Escolas privadas e públicas


Desde a publicação nos media do ranking das escolas, uma iniciativa do Jornal de Notícias vários foram os que "rasgaram as vestes", escandalizados com a liderança dos privados.


Muitos argumentam que nas escolas privadas há uma selecção dos melhores alunos e que as condições são outras precisamente por ser pago e há até ainda quem ache que o Estado deveria retirar os apoios às escolas privadas, etc...


Sabemos que as escolas públicas têm muitas dificuldades que uma escola privada não tem, mas também é injusto dizer que nas escolas privadas só andam os melhores.


Quem conhece escolas privadas sabe que, também aí há de tudo e que, inclusive, em algumas delas existem subsídios e bolsas para os alunos carenciados.


Considero indispensável que exista uma liberdade de escolha dos pais relativamente à escola onde pretendem que os seus filhos andem, que as escolas privadas concorram com as escolas públicas, que o Estado procure dar às escolas públicas as melhores condições possiveis mas também que as escolas privadas sejam apoiadas, de forma a possibilitar o seu acesso por crianças carenciadas.


Sabemos, por exemplo, que em alguns países nórdicos e em alguns estados dos EUA existe a figura do cheque-ensino que permite o acesso dos estudantes a escolas privadas, à semelhança, aliás, do que já acontece em Portugal com as cirurgias pagas pelo Estado no privado.

Em alguns países, esse cheque é reembolsado mais tarde pelo aluno quando ingressa na vida profissional e em outros casos é lhe até entregue a fundo perdido.


A discussão continua e é importante reflectir sobre a razão do sucesso de uns em relação aos outros, sem cair em raciocínios simplistas ou preconceituosos.


Aqui deixo já o meu contributo para a discussão:

Ontem encontrei uma amiga minha que é professora na escola primária pública, estava abatida e desanimada; perguntei-lhe o que se passava. Disse-me que para além de ter uma turma bastante indisciplinada passava a vida a preencher formulários e elaborar relatórios cuja utilidade ela própria duvidava e terminou lamentando o facto de ter pouco tempo para os alunos e para a preparação das aulas precisamente por andar muito ocupada com as burocracias do Ministério da Educação...

Sem comentários: