terça-feira, 12 de fevereiro de 2008
Associação assinala primeiro aniversário do referendo e lembrou 6099 «vítimas da lei» que dele nasceu
1500 cruzes foram colocadas na Praça do Marquês de Pombal numa iniciativa da Associação Juntos pela Vida – AJV para assinalar a data do referendo ao aborto em 2007, que abriu portas para a alteração da lei em Portugal, permitindo a prática do aborto em estabelecimentos de saúde.
As cruzes identificadas com nomes fictícios, simbolizavam as crianças “vítimas da lei”, explica à Agência ECCLESIA Catarina Almeida da AJV. “Crianças que não nasceram mas também as mulheres que vão viver o resto da vida com uma dor e ferida”.
Uma representação cénica em plena Lisboa que não deixou indiferente quem passava. A AJV refuta a encenação drástica. Em contrapartida, aponta que drásticos e agressivos são “os números que têm sido apontados com leviandade e apresentados como positivos para o país”.
Catarina Almeida frisa que a legislação sobre o aborto provoca violência e gera milhares de vítimas. 6099 abortos é o número apontado pela DGS. A AJV lembra que este não é apenas um número “porque lembra pessoas”.
A Associação acusa os defensores do Sim de apresentaram “inverdades”.
“Não existem 25 mil abortos em Portugal”, aponta Catarina Almeida, que indica igualmente ser falso o argumento da DGS que apontava a necessidade da lei para por termo à gravidez na adolescência, e indica que apenas “0,5 dos abortos foram realizados por adolescentes”.
Catarina Almeida lembra ainda que o aborto clandestino não terminou. “O anterior Ministro da Saúde admitiu que não se está a acabar com as práticas clandestinas”.
Catarina Almeida dá conta de algumas reacções dos transeuntes no Marquês de Pombal com reacções de aprovação à acção pública e manifestações que “nos alentaram para a continuação do nosso trabalho”.
A AJV não desiste da revogação da lei, pois consideram-na “má e geradora de vítimas”. Todas as iniciativas que tenham em vista a alteração da lei serão apoiadas pela Associação que concretiza o seu trabalho “não em iniciativas, mas em acções contínuas junto de associações que diariamente lutam contra o aborto, apoiando as mulheres”.
Catarina Almeida considera que a elevada taxa de abstenção tanto em 1998 como em 2007 mostra que “os portugueses sentem-se incomodados com esta questão e não querem expressar a sua opinião”, considerando que “apenas um em cada quatro portugueses aprovou a lei”. Por isso “o argumento de «os portugueses já falaram» não é válido”.
Neste quadro que considera ser possível de alterar afirma que “não vamos parar de lutar pela revogação da lei”.
Notícia daqui.
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