Necessidade de formação pré-matrimonial
Ou seja, o Estado investe muito no facilitar o divórcio, mas praticamente nada investe no apoio à consolidação emocional, afectiva e económica das famílias.
A ocorrência de multíplos divórcios para além de prejudicar os próprios ex-marido e ex-mulher e os filhos dos casais desavindos é também um factor negativo para a economia, na medida em que fragiliza a capacidade económica das famílias tornando-as menos capazes de lidar com as suas dívidas ou impedindo-as de realizar investimentos, contribuindo desta forma para o fortalecimento da economia.
Situações como pagamento de prestações de alimentos, aumento do litígio judicial nos tribunais de família, acções judiciais de execução de hipotecas por incapacidade de pagamento das respectivas prestações bancárias, pobreza e endividamento, etc.. são umas, entre várias, das consequências negativas do divórcio. A isto há que acrescentar os muitos casos de possível insucesso escolar, toxicodependência, alcoolismo, acidentes de viação, etc. associados a efeitos colaterais do divórcio.
Verifica-se que muitos casais não estão preparados para as vicissitudes de uma vida em comum ou para o nascimento e educação dos filhos em face do stress e dos desafios laborais cada vez mais exigentes da sua carreira profissional, a necessidade de salvaguarda de momentos de lazer, de diálogo frontal e sincero entre o casal e, em particular, há muitos casais a lidar muito mal com a conciliação entre família e profissão.
Urge, pois, apostar na formação pré-matrimonial, através de cursos de formação de preferência intensos, curtos e rápidos nos quais se deveria apostar no aprofundamento e análise de situações potenciais de crise matrimonial (por ex. lidar com os familiares do cônjuge, lidar com a gestão doméstica, lidar com a conciliação família-trabalho, lidar com os desafios da educação dos filhos, ausência de espaços temporais de reconciliação ou "refrescamento" do relacionamento no interior do casal, lidar com a gestão financeira familiar, ocupação dos tempos livres do casal, lidar com as várias crises de idade do homem e da mulher, etc.etc.), mas também de situações que possam estimular e consolidar o bom relacionamento afectivo e conjugal dos casais desde o início, passando pelo aparecimento dos filhos, até mais tarde.
O Estado deveria credenciar instituições de natureza privada, nomeadamente associações civis e comunidades religiosas no sentido destas ministrarem cursos de formação pré-matrimonial obviamente de carácter facultativo (já que o contrário seria de constitucionalidade duvidosa) e fazer campanhas de incentivo à frequência pelos nubentes desses mesmos cursos.
A economia, os filhos, o sucesso escolar e a felicidade e realização pessoal dos próprios agradeceriam
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