quinta-feira, 18 de março de 2010
(...) Meus caros, hoje em dia não são as mulheres em risco de vida ou as mulheres violadas que abortam. Muitas jovens decidiram substituir o preservativo pelo aborto e numa sociedade de desresponsabilização, nem colocam a hipótese de estarem a praticar um acto eticamente condenável.
O que está aqui em causa não é a posse da barriga, como diziam uns senhores há uns anos. A posse da barriga está mais que definida e eu não quero tirar nada a ninguém. O que está aqui em causa são vidas. Vidas que foram e são todos os dias impedidas com motivos que não podem ser válidos numa sociedade desenvolvida.
(...)
O que não pode acontecer, leitor, é o que vemos hoje: uma aproximação cada vez maior aos padrões de países subdesenvolvidos e um caminho para uma sociedade cada vez com menos sentido ético. Não consigo aceitar que nos transformemos gradualmente num país que, à semelhança de outros, encara o aborto como uma extracção de um dente. Espero, sinceramente, que possa haver novo debate nacional sobre o tema e abertura para uma revisão à lei. Ou isso, ou a vergonha, minha, de aqui andar.
Tiago Moreira Ramalho, in Expresso
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário