segunda-feira, 11 de janeiro de 2010
De 1965 até 1985, os países europeus viveram um período de liberalização sexual, de emancipação da mulher e afirmação dos valores individuais. Costumes retrógrados foram subvertidos e o patriarcado posto em causa.
Mas hoje verifica-se que, em França, 2 millões de crianças estão separadas do pai e 600 mil deixaram de o ver por completo.
Da Suécia a Portugal, a situação é semelhante. Quando os casais se desfazem, os filhos permanecem quase sempre com a mãe e o pai afasta-se de boa ou má vontade. Qual o papel do pai hoje? Que efeitos pode ter numa criança a ausência do pai? Por que não os divórcios cada vez mais pedidos pelas mulheres?
"Que pais? Que filhos?", de Evelyne Sullerot, obra bastante polémica, é um livro que custa a ler pela violência dos casos narrados, pela desonestidade em que se converteu a luta das mulheres.
Vale a pena ler, pois a autora:
- questiona o silêncio dos homens,
- questiona a discriminação de que são alvo,
- interroga o facto de serem as mulheres a decidir quando e quantos filhos querem ter,
- alerta para a ausência do pai na educação dos filhos,
- alerta para a "morte verbal" do pai em expressões como "família monoparental";
- analisa o crescimento do número de divórcios e o seu impacto na família;
- interroga os abortos feitos, não conhecidos pelo pai da criança;
- analisa os falsos estereótipos;
- fala sobre o sofrimento do pai;
- condena o feminismo torpe e doentio que não luta pela verdadeira igualdade de direitos;
- apela para a importância da figura paterna na formação da identidade das crianças;
- e sustenta que o sexo fraco, agora, é o sexo masculino...
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5 comentários:
daqui a pouco defende-se que a mulher tem de deixar de trabalhar e participar activamente na sociedade, que tem de se subjugar à vontade do homem e que tem de lhe ser subserviente...
e sim, as mulheres têm o direito de escolher quantos filhos terão, pois o corpo é delas. por mais que o homem queira ter mais filhos, e está no seu direito, a decisão final cabe exclusivamente à mulher.
já pensaram que esses pais (muitos deles) não convivem com os filhos porque não querem? culpem as mulheres, já foram culpadas pelas maiores atrocidades e já...
Caro anónimo (desculpe tratá-lo/a assim, mas não se identificou),
A história foi muito cruel para com as mulheres e continua a sê-lo. Com efeito, elas são ainda, em muitas e diversas culturas, em diferentes situações, ostracizadas, menosprezadas e repudiadas. O século XX foi aquele onde elas mais puderam libertar-se do papel “escravo” a que foram votadas durante muito tempo. Mas, convinhamos, também se opera(ra)m, na nossa sociedade, reversos da medalha. Pensar que os homens são capazes de também educar os seus filhos, em plena igualdade de papéis sociais com as mulheres, incomoda ainda muitas pessoas. Gerou-se uma espécie de “politicamente correcto” dizer que os homens são todos machistas, que não têm os mesmos direitos que as mulheres no que concerne à paternidade, que são irresponsáveis, etc. Muitos serão assim, outros não, e não será menos verdade dizer que este tipo de pensamento machista existe e persiste, porque também faltam às pessoas modelos de vida, de co-responsabilidade na educação dos filhos, etc. Cabe às mulheres e aos homens do século XXI: a) desmistificar os estereótipos (formando-se, por vezes, como forma de criar defesas com medo de voltar ao tempo da outra senhora), b) denunciar ainda comportamentos machistas, que em nada respeitam as mulheres (o inverso também).
O livro citado, de Evelyne Sullerot, provocou, nos meios feministas, um grande turbilhão, pois tocava aspectos ainda muito pouco abordados do ponto de vista sociológico, na década de 80. Não podemos ser inocentes ao ponto de dizer que tudo o E. Sullerot expôs é uma miragem ou falsidade. A análise está feita, tendo como base dados atestados e casos reais. Além do mais, E. Sullerot foi das primeiras feministas de França a lutar pelos direitos das mulheres, alguns com os quais eu não me identifico, hoje, mas, quem sabe, me poderia identificar nos inícios do século XX! As suas posições certamente nos farão pensar e esse foi o objectivo do livro.
Leia-se também o livro “Amor de Pai – divórcio, falso assédio e poder paternal”, de Maria Saldanha Pinto Ribeiro, um livro que aborda, no caso português, alguns dos aspectos focados em “Que filhos? Que pais?”.
Há pessoas boas e más em todo o lado, quer sejam homens, quer sejam mulheres. Dê-se a cada um os seus direitos e um deles é poder saber quem são os seus filhos, e de com eles conviver, assim como o de uma criança saber quem é o seu pai e a sua mãe.
Penso que a sociedade deve valorizar o homem e a mulher e que os exageros machistas devem de facto ser combatidos... Mas também se deve combater os radicalismos do movimento feminista que passou a ver o homem como o inimigo a abater...
Um dos pontos citados neste post refere-se à disciminação a que os homens estão sujeitos na questão do aborto... Como? Primeiro é triste observar que essa nova vida no ventre materno, em vez de ser acolhida com amor, é destruída como se de um apêndice se tratasse. Depois, ver o homem à margem, sujeito a que a mulher aborte o filho que também é seu choca. Numa conversa comigo, um desses homens lamentava precisamente que a companheira tivesse abortado o seu filho que ele tanto queria ter!
É verdade que muitas mulheres foram vítimas... mas também à homens vítimas desta mentalidade radical que em nome de uma causa acaba por contradizer-se...
Esta lei recente, que permite que a mulher a simples pedido aborte, não presta... nem para a mulher, nem para o indefeso filho, nem para o homem...
Luís Lopes
Não há volta a dar: o que este «post» diz é verdade...
E não adianta protestar contra a verdade incómoda.
Ser construtivo, ajudar a enfrentar a realidade, é mais exigente, mas é mais útil do que fugir dos problemas.
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