Números preocupantes
Dos 210 milhões de casos de gravidez registados anualmente em todo o mundo, cerca de 80 milhões são indesejadas e 22 milhões terminam em aborto, segundo dados avançados, em Berlim, durante o lançamento oficial do Dia Mundial da Contracepção, noticia a Lusa.
Os números revelam ainda que nos países desenvolvidos existem 28 milhões de gravidezes por ano, das quais 49 por cento não são planeadas, sendo que 36 por cento destas terminam em aborto.
«Há 210 milhões de gravidezes, das quais 38 por cento não são planeadas e 22 milhões acabam em abortos, o que tem consequências devastadoras, com muitas destas mulheres a perderem a vida ou a sofrerem doenças porque fazem abortos não seguros», revelou Dana Hovig, da organização não governamental Maria Stopes International, segunda-feira, durante a cerimónia de apresentação do Dia Mundial da Contracepção.
O drama das gravidezes indesejadas mata 68 mil mulheres todos os anos
Por iniciativa da Bayer, o Dia Mundial da Contracepção é assinalado este ano pela primeira vez na próxima quarta-feira, 26 de Setembro, e pretende alertar para a importância dos métodos de contracepção junto dos jovens, com vista a evitar gravidezes não planeadas e não desejadas.
Dana Hovig lembrou ainda que o drama das gravidezes indesejadas mata 68 mil mulheres todos os anos, salientando que «todos os dias uma mulher perde a sua vida» por este motivo.
O responsável sublinhou que, ao contrário do que se possa pensar, a iniciativa de sensibilização é tão importante nos países subdesenvolvidos como nos industrializados, onde perto de metade das gravidezes não são desejadas e 36 por cento dessas acabam em aborto.
«Vejo as mesmas caras no Nepal que vejo nas clínicas em Londres, caras de raparigas de 16, 17, 18 anos que estão assustadas e estão a confrontar-se com uma escolha que não deviam ter de fazer. O Dia Mundial da Contracepção quer ajudar estas adolescentes a não terem de fazer esta escolha», acrescentou.
«Os temas relacionados com a reprodução nunca são discutidos»
Segundo Olga Loeber, secretária-geral da Sociedade Europeia da Contracepção, as adolescentes na Europa têm de estar conscientes das possibilidades da contracepção e poder decidir quando e como querem ser mães.
Apesar de actualmente existir uma maior circulação e divulgação de informação sobre contraceptivos, a secretária-geral da Sociedade Europeia da Contracepção ressalvou que, «em muitos países, os temas relacionados com a reprodução nunca são discutidos, nem antes, nem depois do casamento».
Outro dos aspectos destacado por Olga Loeber diz respeito à importância da discussão familiar sobre contracepção, sendo que os adolescentes com maior abertura por parte da família e dotados com mais informação têm «um começo mais tardio da sua actividade sexual e com mais protecção».
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