Desenhos animados
Um dia decidimos fazer um estudo sobre desenhos animados exibidos na TV. O desafio era exigente uma vez que não existia muita coisa sobre o assunto. As 3 principais figuras, nesta área, em Portugal, eram a Prof. Maria Benedita Monteiro, do ISCTE de Lisboa; o Prof. Manuel Pinho, da Universidade do Minho e a Dra. Maria Emília Brederode dos Santos, investigadora e consultora da RTP2, na altura.
O objectivo era basicamente dar uma ideia aos nossos associados e ao público em geral, sobretudo aos pais com filhos menores, sobre o tipo de desenhos animados que estavam no ar e as suas respectivas características. Para isso, contámos com a colaboração da Prof. Helena Águeda Araújo, Professora da Faculdade de Psicologia de Lisboa que nos sugeriu a classificação da programação infantil segundo vários critérios objectivos.
Desta forma, um conjunto de pessoas procurou visionar a totalidade da programação infantil e classificá-la de acordo com os tais critérios que iam desde a agressividade da música, da linguagem e da imagem das personagens, à análise do conteúdo em termos, por exemplo, de saber se os fins justificam os meios ou se o conteúdo era pedagógico ou meramente lúdico, etc...
Hoje a APET chama-se ACMEDIA, mas, desde Julho de 1997, nunca mais foi divulgado qualquer estudo sobre os desenhos animados.
Na altura em que se discutiu a questão da violência na televisão, era Ministro da Presidência, o actual líder do PSD, Dr. Marques Mendes, surgiram duas correntes: uma minimalista que defendia que os bonecos tipo Dragan Ball Z só afectavam crianças que já de si viviam num ambiente familiar social e económico instável e degradado e outra, por nós defendida, segundo a qual, para além desse grupo, todas as outras crianças de menor idade, pela sua natural vulnerabilidade psicológica, sentiam-se afectadas pelos desenhos animados mais agressivos, não só ao nível da repercussão da violência, mas também do medo e da insegurança, provocando fobias e insónias.
Para terminar, aqui fica, com todos os naturais condicionalismos, a minha classificação da programação infantil, a título exemplificativo, na perspectiva de pai de um filho com 4 anos:
Bons
Maus
Vejam se concordem e perguntem aos vossos filhos a opinião deles...
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