terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Um novo “cavalo de Troia” para introduzir o aborto como um direito da mulher


Estrasburgo: aprovada nova resolução sobre saúde sexual e reprodutiva



Um novo “cavalo de Troia” para introduzir o aborto como um direito da mulher


A Assembléia Parlamentar do Conselho da Europa aprovou, na semana passada, uma resolução, proposta por Christine Mc Cafferty, de teor alarmante: pede que todos os 47 Estados-Membros “despenalizem o aborto se ainda não o tiverem feito”, e garantam o direito das mulheres a esta prática, removendo quaisquer restrições ainda existentes.



A resolução foi aprovada com 50 votos favoráveis, 14 contrários e 4 abstenções. Os quatro representantes italianos votaram contra a proposta.



O documento trata da assim chamada “saúde sexual e reprodutiva”, determinando, apesar do uso de um palavreado “tranquilizador”, o livre acesso - inclusive por menores e sem conhecimento dos pais - a métodos contraceptivos, aborto legal seguro e gratuito, esterilização, fecundação artificial e liberdade de “orientação sexual”.



A aprovação da resolução nestes termos representa um novo “cavalo de Troia” para a introdução do aborto como um direito.



Dessa forma, realiza-se, apesar de algumas vigorosas objeções, o objetivo ideológico dos movimentos feministas, determinados a converter o aborto num novo direito fundamental da mulher. E concretiza-se também o desejo do poderoso lobby da indústria farmacêutica – uma devastadora aliança pela cultura da morte – às vésperas da Jornada Italiana pela Vida, que ocorrerá no dia 7 deste mês.



Ainda mais preocupante é constatar que tal documento representará a base do plano de ação para a próxima Conferência da ONU sobre População e Desenvolvimento. Qual será o próximo valor a ser atingido por um “cavalo de Troia”?



O que está em jogo não é apenas o conceito de fertilidade como um valor humano a ser reconhecido e tutelado - e não tratado como uma doença – mas o próprio significado da pessoa humana, seja homem ou mulher, imagem e semelhança de Deus: uma verdade que nos precede, nos foi dada, não foi criada pelo homem. Com sua presunção prometeica de se considerar único autor de sim mesmo, o homem moderno se arrisca a não mais ser capaz de reconhecer-se a si próprio.




Por Angela Maria Cosentino - é responsável pela disciplina “Tutela da Vida e da Saúde Procriativas” na Universidade do Sagrado Coração de Roma e delegada para a Confederação Italiana para a Regulação Natural da Fertilidade.


ROMA, segunda-feira, 1° de fevereiro de 2010 (ZENIT.org)

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