"Médicos de vários hospitais do País já não têm dúvidas de que muitas portuguesas não tomam anticoncepcionais ou não usam qualquer tipo de protecção durante o acto sexual, levando a que façam vários abortos"
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Já o ginecologista Pedro Canas Mendes, do Hospital Particular de Almada, lembra os custos que esta atitude traz ao Estado e defende a alteração de alguns pontos na lei: "O legislador devia ter previsto a penalização à reincidência. As mulheres já começam a ver a interrupção da gravidez como um método de planeamento familiar e isso não pode acontecer." Para Canas Mendes, "já se banalizou a situação". Ou seja, "muitas mulheres encaram a interrupção da gravidez com naturalidade, como algo inócuo, sem consequências".
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Custa-me pensar que uma mulher fez três abortos às minhas custas e às custas de outros contribuintes", diz, acrescentando: "Acho que devia haver um limite de abortos gratuitos. O aborto recorrente está a tornar-se um grande problema de saúde pública."
Daí que Oliveira e Silva também culpe as mulheres por esta atitude. "Depois da IVG, são obrigadas a ir a consultas de planeamento, mas muitas faltam. Por isso, informação existe, as mulheres é que continuam a ter comportamentos irresponsáveis."
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"A Associação para o Planeamento da Família preocupa-se mais com a liberalização do aborto do que em promover o ensino da contracepção. Nesta área, o seu papel é zero", acusa.
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