Textos desta semana na rádio Costa D'Oiro
Dia 9 - A Educação foi uma das áreas que mais transformações sofreu, nas últimas décadas, em Portugal. Apesar disso, estudos da O.C.D.E. comprovam que os resultados estão muito aquém do que seria desejável.
As polémicas em torno da Educação têm incendiado os ânimos em várias posições, trazendo, para a praça pública, assuntos variados. Constata-se, porém, que se discute muito pouco aqueles que estão no cerne de toda esta “luta”: os alunos. Sabemos que todas as discussões e medidas os afectam indirectamente, sendo, então, imprescindível ir ainda mais fundo nas questões, sob pena de aligeirarmos os problemas, como se tomássemos uma aspirina, quando o nosso mal é a gripe.
Investir na Educação é investir em cada criança. E cada uma é um ser único e irrepetível, com uma história de vida particular, com necessidades educativas específicas, as dela concretamente. A diversidade é imensa: problemas emocionais, dificuldades na aprendizagem da matemática, da leitura ou da escrita, défice de atenção, já para não falar de cegueira ou baixa visão, surdez e hipoacusia, comportamentos graves, paralisia cerebral, spina bífida, deficiência mental, dotação e sobredotação, autismo, problemas de saúde, entre outros. Tudo isto é uma verdade comum, mas, infelizmente, é ainda muito ignorada nas medidas que se tomam num todo e em específico.
Todas as questões, em Educação, são importantes, mas também o são, estamos certos disso, questões como a qualidade e a exigência, a burocratização do trabalho nas escolas, a formação inicial e contínua dos professores, ou a especialização destes para áreas que comprometem o seu trabalho, por exemplo, um professor de Português terá de saber trabalhar com um aluno disléxico. Dadas as graves dificuldades de algumas crianças, poderá mesmo haver necessidade de haver dois professores numa sala de aula!
Quando nos foi dada, nestes últimos tempos, a oportunidade, de ao falarmos dos professores, abordarmos e discutirmos estes assuntos? Quem ouvimos falar disto?
Em Educação, vamos centrar-nos no que também é importante para servirmos os alunos. Hoje é uma oportunidade para determinar outros caminhos nos problemas sentidos pelos Portugueses, em cada lar onde cresce e se instrui uma criança. Amanhã pode já ser tarde.
Surpreendentemente falamos de crianças sobredotadas, talentosas ou “génios”. Têm uma capacidade extraordinária, acima da média, e destacam-se pela extrema criatividade ou inovação, assim como pela persistência ou empenho numa determinada tarefa.
Howard Gadner, psicólogo da Universidade de Harvard, propôs, em 1983, um novo quadro teórico sobre a inteligência, a Teoria das Inteligências Múltiplas. Sugeria, então, sete inteligências autónomas em que se têm destacado exímias figuras da nossa História: linguística, lógico-matemática, musical, interpessoal, intrapessoal, espacial e corporal. Mais recentemente, tem-se mesmo especulado sobre outras inteligências como a naturalista e a espiritual. Ora, as crianças sobredotadas destacam-se numa destas áreas, podendo, ainda assim, apresentar dificuldades na escola. Para as ajudar é preciso estar informado e aberto às suas necessidades, pois os mitos acerca da sobredotação são imensos.
«Se uma criança ou jovem sobredotado não tiver um acompanhamento adequado, mesmo que tenha aprendido a ler e a escrever sozinho, poderá vir a ter problemas de insucesso escolar e de inadaptação social, podendo vir a desenvolver comportamentos de isolamento e de baixa auto-estima, que podem degenerar em marginalidade.» Pais, educadores, professores, psicólogos, políticos, em Portugal, têm de estar despertos e atentos para esta realidade. A ajuda pode ser colhida junto de pelo menos quatro instituições: a Associação Portuguesa das Crianças Sobredotadas, a Associação Nacional para o Estudo e Intervenção na Sobredotação, o Centro Português para a Criatividade, Inovação e Liderança, e o Instituto da Inteligência.
Não nos esqueçamos: as crianças sobredotadas também precisam da nossa compreensão e atenção.
Na segunda semana: “Professora, quando é que vamos dar aquela parte dos bebés?”
Na terceira semana: “Professora, falta muito para darmos os bebés?”
A curiosidade de uma pré-adolescente de 12 anos, nas aulas de Ciências, manifestou-se assim durante algumas semanas junto de uma professora. Queria a rapariga saber tudo sobre os bebés: como se formavam, como cresciam, como se alimentavam ou sentiam.
É importante dialogar, esclarecer dúvidas com as crianças e adolescentes sobre o modo como um embrião se desenvolve no ventre materno. Surgem, assim, também mais oportunidades para falar e aprofundar, com linguagem adequada a cada idade, os temas da vida, da sexualidade e dos afectos.
Os documentários “Vida no Ventre Materno” da National Geographic são materiais didácticos de qualidade que podem ser usados em aulas de Ciências ou Educação Sexual, dando a conhecer os acontecimentos e as teorias mais espantosas sobre o mundo oculto da gestação nos seres humanos. Abordam a fecundação, os genes e o desenvolvimento de um feto até ao momento do parto.
“Vida no Ventre Materno”, também com um documentário sobre os gémeos, trigémeos e quadrigémeos, é uma viagem espantosa ao início da vida de cada um de nós. A não perder.
Para visitar o Centro contacte pelo telefone 282 968380 ou ainda consulte o site http://www.arocha.org/
A educação ambiental começa em cada um… no seu lar, na sua rua, no seu Emprego, na sua cidade!
Sem comentários:
Enviar um comentário