terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Estão a ensinar o quê aos meus filhos?


Segue-se uma entrevista com Miriam Grossman, autora do recentemente publicado livro “You’re teatching my child what?”. Uma médica expõe as mentiras da educação sexual e como fazem mal aos seus filhos.


IMFC: Qual foi a sua motivação para este novo livro?


Miriam Grossman: Francamente, escrevi-o porque fiquei aborrecida. Como sabe, trabalhei durante 12 anos como psiquiatra de estudantes no campus UCLA aqui na Califórnia. Durante esse tempo, centenas de jovens vieram ao meu gabinete. Fiquei alarmada como muitos deles tinham infecções sexualmente transmissíveis e preocupada com os estudantes, a maioria raparigas jovens, cujo estilo de vida sexual as colocou em risco de doença, angústia emocional e mesmo infertilidade na sua vida futura. Fiquei frustrada por ver doente atrás doente em situações semelhantes, contudo tinha as mãos atadas. Não havia muito que eu pudesse fazer por eles. Eram jovens que foram aliás bem informados e proactivos sobre a sua saúde. Tiveram cuidado com o que comiam, fizeram exercício, evitaram o tabaco e assim por diante. Mas nesta única área, no seu comportamento sexual, correram riscos alarmantes, e isto era embaraçoso. Comecei a questionar estes alunos cuidadosamente, e examinei como a saúde no campus e os centros de aconselhamento abordavam os assuntos de saúde sexual. Estas descobertas foram discutidas no meu livro “Unprotected: A Campus Psychiatrist Reveals How Political Correctness in Her Professiona Harms Every Student.”.


Este novo projecto é uma extensão desse. Aprofundei neste campo da educação sexual, olhando exactamente para o que é ensinado aos jovens, e para a história da educação sexual nos Estados Unidos. Procurei na Internet e explorei websites, livros, panfletos e vídeos criados para crianças e jovens adultos. O que descobri era profundamente perturbador, e é sobre isso que o livro trata.


IMFC: No livro afirma que os educadores sexuais e activistas destroçaram os fundamentos do desenvolvimento das crianças, e omitiram descobertas críticas da neurobiologia, ginecologia e doenças infecciosas. Sugere que isto tem profundas consequência, particularmente para as raparigas. Como?


MG: Absolutamente. Temos uma riqueza da nova ciência que é omitida da educação sexual. Por exemplo, na década passada a nossa compreensão do cérebro adolescente, e como raciocinam e tomam decisões durante momentos de grande estimulação cresceu estrondosamente. Não sabíamos até recentemente que a área do cérebro que é responsável por tomar decisões racionais e reflectidas, a área que considera os prós e os contras e consequências das decisões, é imatura na adolescência. Os circuitos não estão completos; a transmissão é inacabada. Os educadores sexuais insistem que, como os adultos, os adolescentes são capazes de tomar decisões responsáveis, só têm pouca informação e acesso a contraceptivos. Assim, a forma de lutar contra as infecções sexualmente transmissíveis e gravidezes na adolescência, afirmam estas autoridades, é disponibilizar aos adolescentes informação e contraceptivos, e ensiná-los competências de como dizer não e como pôr um preservativo. Mas a recente investigação neuropsicológica não sustém esta posição. Sabemos agora que as decisões pobres dos adolescentes não são devidas à falta de informação, mas à falta de critério. E só há uma coisa que o traga: o tempo.


Outro exemplo de informação crítica omitida da educação sexual: a vulnerabilidade biológica das raparigas às infecções sexualmente transmissíveis. O cervix das raparigas adolescentes é coberto por uma camada que é apenas uma célula mais densa. Esta área é facilmente penetrada pelo vírus papilloma humano (HPV), que pode causar cancro cervical. (O vírus papilloma humano é a infecção sexualmente transmissível para a qual temos agora vacina, e isso é outro assunto controverso) Com o tempo, a superfície é coberta por células que têm 30 ou 40 camadas mais densas, e é portanto mais difícil de infectar. As raparigas precisam de compreender isto cedo. Temos imagens dramáticas (de cervix imaturos) que devemos mostrar às raparigas para que possam compreender a importância de atrasar o comportamento sexual. Estes jovens devem ser informados que pondo todas as questões de moralidade de lado, se já são sexualmente activos cedo em idade, estão em risco de infecções que podem ter impacto no seu bem-estar físico e emocional no decurso das suas vidas.


Um terceiro ponto é que não é dito aos jovens é que o sexo oral está associado com o cancro de garganta. É inútil dizer que isto é importante, e de facto salva-vidas, informação que além disso é impedida aos jovens, o que é o cúmulo da irresponsabilidade. Um dos pontos que faço no livro é que organizações como Planned Parenthood e SIECUS (Sexuality Information and Education Council of the US) reclamam estar a dar informação actualizada e cientificamente rigorosa. Mas não fazem nada do género.


Em vez disso, estas organizações ensinam os jovens que eles são “sexuais” do berço à sepultura, que a adolescência é a altura natural para explorar a sexualidade e que têm o direito de expressar a sua sexualidade da maneira que escolham. Esta mensagem promove a liberdade sexual, não a saúde sexual. Isto é ideologia, não ciência. Quando a liberdade sexual é a prioridade, a saúde sexual sofre. E de facto, as estatísticas nos Estados Unidos sobre infecções sexualmente transmissíveis, HIV, gravidez adolescente e aborto estão paralisadas.


IMFC: Onde é que estas organizações substituem o papel dos pais na sua ideologia? O que é que andam a dizer aos jovens sobre os pais?


MG: Isto é outra característica perturbadora do fiasco da educação sexual. Descobri que existe duplicidade. Ao falar com os media, e no seu material para os pais, os educadores sexuais afirmam que a educação sexual deve começar em casa e que os pais devem ser os primeiros educadores sexuais das crianças. Mas no material dirigido às crianças a mensagem é totalmente diferente. Eis o que a SIECUS diz num folheto online para jovens chamado “Tudo sobre sexo”. Abre com oito páginas de direitos sexuais: “Todo o ser humano tem direitos básicos. Mesmo assim, os adultos podem dizer ou fazer coisas que fazem com que os jovens se sintam como não tendo direitos. É importante saberes os teus direitos para que possas decidir por ti quando necessário.” Depois um pouco mais à frente: “Tens o direito de decidir como expressar a tua sexualidade em todos os pontos da tua vida. Podes escolher se e como expressas a sexualidade.”
Noventa porcento dos pais querem que os seus filhos atrasem o comportamento sexual, e esperam que os educadores sexuais reforcem essa mensagem. Organizações como SIECUS prometem fazê-lo, mas não fazem. “Tudo sobre sexo” é um bom exemplo do que realmente se passa. O objectivo é que os jovens reconheçam que, certamente, os adultos podem ter as suas opções, mas os jovens de todas as idades têm o direito às suas próprias ideias sobre a sexualidade, assim como direito a comportarem-se como quiserem. Em nenhum sítio desse panfleto é dito aos jovens: nós ansiamos que tu atrases o comportamento sexual porque é a escolha mais saudável.


IMFC: O livro será um abrir de olhos para os pais. O que podem os pais preocupados fazer?


MG: A situação é séria mas apesar de tudo a minha mensagem é positiva. As boas notícias são que todos estes problemas de saúde sexual são 100% evitáveis. E há muito que os pais podem fazer para proteger os seus filhos. Nós sabemos que as crianças são profundamente influenciáveis pelos seus pais, a mensagem que tenham dos seus pais, as suas percepções do que acreditam os pais, os valores dos seus pais, e quais as expectativas dos seus pais. Há muitos estudos que eu falo no livro que demonstram que um estilo parental que seja afectuoso e protector, e de facto ter expectativas altas e regras firmes tem profunda influência nas crianças e adolescentes e nas decisões que tomam. Obviamente os pais precisam de ser informados. Eles precisam da informação deste livro; não a vão encontrar em mais lado nenhum. Eu sou médica e explorei ultimamente as infecções sexualmente transmissíveis, como as raparigas são mais vulneráveis emocionalmente e fisicamente que os rapazes, o que é dito aos jovens sobre a atracção pelo mesmo sexo, identidade de género, e muitos outros tópicos. O meu livro não é politicamente correcto, mas é cientificamente rigoroso. Eu explico verdades biológicas que não são discutidas em mais lado nenhum. Por exemplo, é dito às crianças que podem ser masculino, feminino ou outra coisa qualquer; que há mais de dois géneros e que é natural questionar-se quem se é em qualquer altura da vida. Isto é uma loucura. Não é apenas cientificamente incorrecto, confunde as nossas crianças e leva-as a um campo de minas de riscos emocionais e físicos.


IMFC: O que diria a quem faz as políticas?


MG: Têm de ter coragem para desafiar o satus quo. As pessoas precisam de se levantar, ser politicamente incorrectos e admitir a verdade da biologia. Certos grupos objectarão, porque o que é visto ao microscópio e em scaners ao cérebro contradiz a sua visão. Vai ser precisa essa coragem para mudar a política, para haver uma alteração extrema da nossa abordagem à educação sexual. Sabe, os educadores sexuais têm teorias do século XX institucionalizadas e agendas sociais, mas a ciência deste século desacredita completamente estas teorias e agendas. A educação sexual precisa de vir para o século XXI e deixar para trás ideias que são vestígios da revolução sexual e feminismo.


Entrevista tirada daqui.
Ver filme aqui.

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