Os mais idosos, os mais pobres, os que vivem sozinhos, as mulheres e os que residem nas cidades são os segmentos da população sénior portuguesa mais vulneráveis, segundo um estudo a que a Lusa teve acesso.
O estudo, financiado pela Fundação Aga Khan e realizado pelo Centro de Estudos e Desenvolvimento Regional e Urbano e pela Boston Consulting Group, tem como objectivo central promover o conhecimento das tendências e necessidades da população portuguesa com 55 ou mais anos de idade.
À semelhança do registo demográfico a nível mundial, também a população portuguesa tem evidenciado um assinalável envelhecimento. No decurso das últimas quatro décadas, a proporção de população idosa cresceu de oito por cento, em 1960, para 16,4 por cento, em 2000.
Este fenómeno do envelhecimento da população portuguesa é uma tendência que se irá manter durante as próximas décadas, estimando-se que em 2050 represente já quase 1/3 do efectivo da população nacional.
De acordo com o trabalho - que inclui um inquérito a 1324 pessoas com 55 ou mais anos -, a população sénior mais idosa (com 85 ou mais anos) constitui um segmento particularmente vulnerável, uma vez que se encontra associado a piores condições habitacionais, condições económicas e com dinâmicas familiares mais frágeis, quando comparado com os demais grupos etários.
Por outro lado, o estudo revela também que são os mais idosos que necessitam de mais ajudas e apoios, que com um estado de saúde mais frágil, uma ocupação menos dinâmica dos tempos livres, sendo também os que mais recorrem à utilização dos equipamentos sociais e de saúde.
"Com o avançar da idade, os estados de saúde vão ficando mais fragilizados e os indivíduos vão perdendo a sua autonomia, ficando cada vez mais dependentes e vulneráveis, incapazes de fazer face a um conjunto de situações do seu quotidiano", explica o estudo.
O outro segmento vulnerável é o dos mais pobres, com uma receita média mensal igual ou inferior a 300 euros, vivendo abaixo do limiar da pobreza, deparando-se com necessidades associadas aos seus baixos rendimentos.
Este é o grupo que vive em piores condições habitacionais, o que regista relações familiares menos estruturadas, mais vulnerável à dependência de apoios e ajudas e com pior saúde, embora seja o que usa mais os equipamentos de saúde.
É neste grupo que se registam os piores cenários de ocupação dos tempos livres e é ainda o mais dependente da utilização dos equipamentos sociais.
O terceiro grupo é o dos que vivem sozinhos por se encontrarem mais isolados. Apresentam piores condições habitacionais, económicas, relações familiares mais frágeis, maior dependência de apoios, piores estados de saúde e maior dependência dos equipamentos colectivos de saúde e de natureza social.
Com base no género, o estudo revela profundas disparidades entre a população sénior em Portugal, em particular ao nível económico, estando as mulheres mais fragilizadas.
O último grupo identificado pelo estudo como mais frágil é o dos que residem em contexto urbano: vivem em piores condições económicas e são os que apresentam dinâmicas familiares mais frágeis com menos contactos com os seus descendentes directos.
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