domingo, 2 de maio de 2010

Textos Rádio Costa D'Oiro



Semana: 27/04/10 a 3/05/10


Dia 27 - Antigamente, a disciplina que estuda as interfaces dos computadores, no curso de Informática do Técnico, chamava-se «interacção homem-máquina». Com a modernidade, teve de ser substituída pelo estudo da «interacção pessoa-máquina». Antigamente, a expressão «casal com filhos» incluía rapazes e raparigas. Com a modernidade, as raparigas deixaram de estar incluídas e, portanto, é preciso especificar que o casal tem «filhas», ou «filhos e filhas», ou só «filhos», conforme os casos. Quando sabemos que o casal tem filhos (na acepção antiga), mas não nos lembramos se se trata de rapazes ou de raparigas, não podemos dizer que tem «filhos e filhas», porque pode ter só filhos ou só filhas. Teremos, então, de dar uma resposta inclusiva vaga. Por exemplo: «efectivamente, a árvore genealógica daquele casal não se interrompeu»; ou «há pessoas com ligação filial àquele casal»; ou «trata-se de um casal com descendência». O que levou a sociedade a tornar-se tão caricatamente moderna? Qual a vantagem? É verdade que se fala do homem, para referir a humanidade. Mas fala-se na pessoa humana para indicar esse homem abstracto. Dizemos o habitante, o autóctone e o povo, mas compensamos com a individualidade, a personalidade, a gente, a população, a multidão... Dir-se-ia que a tradição gramatical portuguesa não subalterniza o sexo feminino. Inclusivamente, o género feminino tem mais cotação na gramática. Por razões que remontam a alguns milénios atrás, as línguas latinas adoptaram sistematicamente o género feminino para indicar uma maior consideração por alguém, seja homem ou mulher. Não é só a «vossa excelência». Todos os títulos são femininos: vossa santidade, vossa alteza, vossa majestade, vossa eminência, vossa senhoria, vossa reverência, vossa graça, vossa mercê... e, portanto, os homens importantes são tratados no feminino. Esta digressão linguística sobre a consideração gramatical pelo género feminino vem a propósito de acusarem as línguas latinas de desconsideração gramatical pelas senhoras. Só é pena que esta declaração chegue tarde, quando já não há maneira de convencer os políticos e as políticas de que eles e elas, bem como os portugueses e as portuguesas, poderiam viver muito respeitosamente sem se modernizarem tanto.

Dia 28 – A propósito da enorme apatia e desânimo que se verifica na sociedade portuguesa, é de referir um diálogo do filme “Leões para cordeiros” entre um professor universitário e um dos seus melhores alunos. O encontro deu-se num sábado de manhã e o motivo era saber a razão pela qual um dos melhores alunos passou a faltar às aulas e a desinteressar-se por completo dos estudos. O diálogo é interessante porque os argumentos do aluno são fortes: razões de natureza pragmática, pessimismo, impotência, incapacidade, conformismo, passividade, gozar a vida. Nas instituições de solidariedade social, nas associações de defesa do consumidor, nos próprios partidos políticos, faltam cabeças e mãos para trabalhar. E assim com tanta passividade e absentismo o mundo vai, a pouco e pouco, avançando para o abismo.


Dia 29 – No passado dia 9 de Fevereiro, o talk-show de Oprah Winfrey, entrou num dos conventos que nos EUA têm tido maior procura. O Convento de freiras Dominicanas em causa tem uma média de idades de 26 anos e, neste momento, está com a lotação esgotada. Da entrevista de Oprah cujos excertos estão disponíveis no You Tube, chamou à atenção a comparação que uma das entrevistadas fez entre o seu compromisso e o compromisso de uma mulher casada. Dizia que os deveres são assumidos na sequência de um compromisso que, por sua vez, implica renúncias. Tal como uma mãe não compra tudo o que quer, porque tem de pensar no orçamento familiar ou não viaja para onde quer, porque tem de estar presente na família. Para as pessoas casadas, nem sempre se pensa nos deveres que se têm de cumprir como a realização de uma missão à qual voluntariamente se quis aderir no dia do casamento.

Dia 30 – Em face da inevitabilidade dos desenhos animados, tem-se várias vezes destacado aqui algumas séries infantis de qualidade, tais como Noddy, Vila Moleza ou Ruca. O ideal será que essas séries além de apelativas, sejam também educativas e é indispensável que os pais façam uma boa monitorização desse visionamento. Essa monitorização deverá ter 2 objectivos:
- Garantir uma supervisão e uma selecção eficaz do que é visto pelos filhos.
- Potenciar e explorar o conteúdo educativo de algumas séries infantis a favor da educação e formação dos miúdos.
Assim, aqui ficam mais 2 séries, neste caso, infantis e ambas dobradas em português para toda a família ver:
- Little Einsteins, da Disney (disponível no canal Disney) que, para além de educação para a música, fala também dos vários países do mundo e das suas culturas. E ainda
- Sid, the Science Kid (disponível na RTP 2, de manhã) que aborda de forma divertida a educação para a ciência.


Dia 3 - Ser Mãe é ser Esperança, aguardando e querendo sempre o nascer de um filhoPois é assim que ela se realizaSer Mãe é ser Espírito, estando e continuando presente no caminho dos seus filhosPois eles precisam de sua segurançaSer Mãe é ser Coragem, sendo forte e firme nos momentos difíceis da vidaPois desta maneira se obtém a maturidadeSer Mãe é ser Carinho, sorrindo e abraçando os filhos quando estão carentesPois só assim se obtém a felicidadeSer Mãe é ser Atenção, observando e cuidando de cada passo dado pelo filhosPois eles viverão com muita saúdeSer Mãe é ser Liberdade, proporcionando e garantindo aos seus a filhos participaçãoPois eles conseguirão a plenitudeSer Mãe é ser Amor, educando e criando os seus filhos com muito afectoPois é assim que se constrói a comunhãoSer Mãe é ser como a Mãe de Cristo, padecendo e entendendo o sofrimento dos filhosPois é assim que determina a Lei de Deus. Marcos Leandro

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