A vida limitou os movimentos de Sofia e o tempo estragou-lhe a cadeira de rodas. Ao fim de 12 anos as baterias deixaram de funcionar e Sofia precisa que a «empurrem» para todo o lado. Entrou com um pedido na Segurança Social para uma cadeira nova, mas o processo ficou esquecido numa secretária O parto foi difícil e Sofia nasceu a ferros. O resultado foi uma paralisia cerebral. A cadeira de rodas faz parte da sua vida diária mas, ao fim de 12 anos, ficou sem baterias e deixou de ser eléctrica desde meio de 2007. Agora, Sofia precisa que a empurrem para todo o lado. Está «presa» em casa há meses. Para piorar a situação, o pedido que a mãe (Ana Maria) entregou na Segurança Social de Amora ficou esquecido em cima de uma secretária.
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«Tenho os mesmos direitos» Habituada a alguma independência, Sofia, vê-se «presa» em casa. Até da sala para o quarto é preciso que a levem. Ana Maria admite que já «não tem a força que tinha» e custa-lhe empurrar a cadeira, por exemplo, em subidas. O pai está lá fora «para ajudar com mais dinheiro» e cabe à mãe a tarefa de acompanhar a filha.
Sofia tem aulas de natação dois dias por semana, hipoterapia (equitação) uma vez por semana e sessões de acupunctura para relaxar os músculos. Sempre quis frequentar escolas «normais» por considerar «que tem os mesmos direitos que as outras pessoas» apesar da sua deficiência física. «Não é intelectual», garante. Concluiu o 9º ano e entrou para o 10º. Mas enfrentou muitos preconceitos «de professores» e barreiras arquitectónicas que a «desmotivaram». Mesmo assim quer voltar, porque quer ter um curso e um emprego «como qualquer pessoa».
Viajar também faz parte dos seus planos. Moçambique «pelas praias, a paisagem e a cultura». Cuba «pelos médicos e pela esperança de ganhar ainda mais autonomia».
Incapaz de simplesmente esperar, Sofia criou um blogue na internet, onde deixa pensamentos e o NIB da sua conta para quem quiser ajudar
http://www.desabafoazul.blogspot.com/. «No Natal também fizemos uma rifas e juntámos mais algum dinheiro», conta Ana Maria. «Na minha conta já tenho mais de três mil euros», diz Sofia. A cadeira mais barata custa cerca de oito mil e quatrocentos euros.
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