segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

Um Filho para a Eternidade


No início da sua gravidez, Isabelle de Mézerac é informada pelos médicos de que o filho é portador de uma deficiência fatal, em virtude da qual virá a falecer pouco tempo depois do nascimento. No entanto, contra todas as expectativas e a habitual recomendação de um aborto provocado, Isabelle decide, juntamente com a família e apoiada por amigos e profissionais de saúde, acompanhar o filho com todo o amor até ao termo da sua curta vida.


O livro "Un enfant pour l'éternité", de Isabelle de Mézerac descreve a aventura emocionante de uma mãe diante do diagnóstico pré-natal de trissomia 18, e que decide continuar com a gravidez e acolher seu filho condenado a morrer a partir de seu nascimento. É muito duro seguir passo a passo esta mãe que quer com toda a sua alma ao filho que leva em seu interior, e que está condenada a chorar a sua morte inexoravelmente anunciada. Estamos destroçados, como ela, seu marido e seus filhos, diante da tormenta de sentimentos contraditórios que enfrentam penosamente durante esta espera. Este caminho conduz a um sentimento assombroso de plenitude apesar do sofrimento. "Plenitude deste amor gratuito completamente entregue. Plenitude deste caminho realizado na verdade. Plenitude desta relação conduzida até o final."


"Ir o mais longe possível na relação com aquele que vai morrer, inclusive por tratar-se de um filho que vai nascer, nos deixa tempo para dar tudo, dizer tudo e nos autoriza a reerguer a vida".


Isabelle de Mézerac dá o seguinte testemunho: "aceitar os limites da medicina, sem enganar, olhar nosso sofrimento de frente, sem pretender esquivar-se, enfrentar a morte na sua hora, sem querer antecipá-la, é tudo o que aprendi com Emmanuel, e é por isso que reergo a vida!".


Ela também nos confia a reflexão de um de seus filhos, na noite da morte de seu irmão pequeno: "me olhou intensamente, e através de suas lágrima me garantiu que agora sabia que eu o teria amado, até o final, mesmo se ele tivesse tido uma mal-formação!.


Mal-estar em torno do diagnóstico pré-natal


A leitura deste livro nos causa uma impressão violenta do mal-estar que rodeia a prática e o anúncio do diagnóstico pré-natal. Diante do conhecimento de uma malformação grave de seu bebé antes do nascimento, os pais se encontram completamente vulneráveis, perdem sua liberdade de escolha e se encontram nas mãos dos cuidadores, os quais geralmente lhes propõem o aborto. Isabelle de Mézerac fala de uma engrenagem infernal, de um jogo de bilhar que se converteu em uma loucura, e diz que antes da intervenção de uma amiga geneticista, nem se quer sabia que era medicamente possível prosseguir com a gravidez. No caso de malformação mortal, o aborto é o normal, e a continuação da gravidez é uma alternativa que raramente é proposta pelos médicos.

1 comentário:

Anónimo disse...

Sei exatamente o que Isabele e toda família sentiu, pois passei e estou passando por tudo isto, tenho uma filha com Edward está com 3 meses. Não acredito que ela irá morrer por mais que me falem isto, estou curtindo sofrendo, porque cada dia é um milagre, tenho um menino com 4 anos perfeito que é o mue porto seguro me ajuda a ser confiante.