quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

O outro lado do Banco Alimentar


A última campanha do Banco Alimentar Contra a Fome recolheu cerca de 1600 toneladas de alimentos em Portugal, o que, para Isabel Jonet, é «muito positivo», já que começou com «15 toneladas na primeira campanha».


«É impressionante porque começámos apenas com o banco de Lisboa e hoje em dia estamos a apoiar 219 mil pessoas com carências alimentares comprovadas», adiantou, confessando: «Não entregamos nada directamente às pessoas. São as instituições que o fazem».


Quando um alimento entra num dos armazéns do Banco Alimentar, é integrado num cabaz composto por vários produtos «adequados às necessidades de cada família ou de casa pessoa apoiada».


Esses produtos são depois entregues a instituições de solidariedade social previamente seleccionadas e acompanhadas na sua actividade pelo Banco Alimentar de cada região, e são estas instituições que os entregam às famílias.


A distribuição é feita exclusivamente no território nacional e na área de actividades de cada banco. Onde não há bancos alimentares, «como em Trás-os-Montes», não há entrega.


Confiança das pessoas

«Penso que as pessoas se habituaram a ver no Banco Alimentar uma instituição merecedora de muita confiança, porque sabem que os produtos são bem entregues a quem deles precisa, e porque é um projecto com o qual se identificam e no qual acreditam», esclarece.


«A grande receptividade que existe por parte das pessoas que vão às compras, dos voluntários ou das empresas que dão os produtos, deve-se ao facto das pessoas confiarem no Banco Alimentar», acrescenta.


«Ajuda fundamental»


«De facto, aquilo que é entregue é uma ajuda fundamental», afirma Isabel Jonet. «Há muita gente com graves carências alimentares, pessoas que nem sequer têm garantidas duas refeições por dia».

«A refeição que têm é aquela que os miúdos comem nos infantários e nos ATL, quando chegam a casa já não comem mais nada até ao dia seguinte de manhã. Muitas crianças quando voltam de férias perderam peso porque tiveram uma alimentação completamente deficitária», lamenta.


O Banco Alimentar está sempre em actividade. Diariamente são distribuídos 78 mil kg de alimentos, pelo que as campanhas representam 11 por cento do adquirido.


Para a presidente, «uns 11 por cento muitos valiosos», porque muitos dos produtos não têm excedentes de produção. «Por exemplo, o azeite só nos entra em campanha porque não há excedentes de produção», conclui.


Fonte: Portugal Diário, 2007/12/09

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