terça-feira, 5 de maio de 2009
Nestes últimos meses tem-se legislado muito e mal.
A legislação saí com erros, é feita de forma precipitada, estouvada e, por vezes até, tecnicamente mal redigida.
No caso da educação e da avaliação dos professores, a própria Ministra reconheceu erros e corrigiu legislação.
Insiste-se em condicionar e mudar a sociedade através de regulamentações baseadas em suposições e teorias que, depois, na prática, não se adaptam à realidade do dia a dia.
Já com a nova legislação sobre divórcio, há uma quase unanimidade dos agentes judiciários acerca das falhas, lacunas e errozitos causadas por uma precipitação alucinada e pela ânsia ideológica de "mudar a sociedade".
Quem lida directa ou indirectamente com escolas públicas conhece o enorme desgaste, o stress, o conflito, o mau ambiente de trabalho e o mau estar entre professores gerado pelo novo sistema de avaliação regulado pelo complexo Decreto Regulamentar nº2/2008 de 10 de Janeiro.
Este Decreto Regulamentar é um chorrilho de conceitos, comissões, critérios mistos de avaliação, quase todos incertos e confusos e está a gerar uma autêntica trapalhada no dia a dia das escolas públicas.
À medida que se vai aplicando a miríade de decretos regulamentares, circulares, etc.. sobre a avaliação dos professores vão surgindo novas dúvidas e encontram-se novas lacunas. Daí à natural e justa reacção dos professores vai um breve passo.
Sou totalmente a favor da avaliação de professores, mas feita de forma ponderada, participada e o menos burocrática possível.
O Estado actual, com as suas políticas de tudo querer controlar, é o principal responsável pelo sufoco das famílias, das empresas e dos professores.
Os professores perdem tempo com sindicatos, multíplas reuniões, conspirações entre colegas e contra conselhos executivos quando deviam estar mais preocupados com o ensino e o acompanhamento dos seus alunos.
E é a esta escola desmotivada, revoltada e desorientada que o mesmo Estado pede que dê educação sexual aos seus alunos ?
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