sábado, 7 de fevereiro de 2009

O futuro do Estado pós-crise

Estaremos perante uma enorme oportunidade perdida se esta crise não levar os responsáveis políticos e mundiais a requestionar tudo o que aconteceu até aqui: os sistemas económicos, financeiros, de assistência social, a forma como se encara o trabalho, a forma como se aplicam os impostos, como se encaram os idosos, as crianças, a família, etc.etc.
O maior dos erros será promover as reformas necessárias apenas com o mero intuíto de voltar ao anterior cenário que esteve precisamente na origem desta crise. É importante evitar a aplicação da frase “Há que mudar alguma coisa para que tudo fique na mesma”. Não é só o sistema económico comunista que demonstrou o seu fracasso. Este sistema de economia de mercado é um sistema acabado e que “já deu o que tinha a dar”. Não traz felicidade, nem prosperidade às pessoas. Sem dúvida que será o menos mau dos sistemas, mas só isso não chega.
Há que reinventar um novo sistema, quebrando tabus e clientelismos.
Não basta promover a produtividade ou combater o déficit orçamental, há que promover antes um sistema que tenha como base, princípio e fim a humanidade em todas as suas vertentes, desde o momento da sua concepção até ao momento da sua morte natural.
Estas considerações são totalmente contrárias às constatações feitas recentemente por especialistas mundiais que, no documentário “Inverno Demográfico” (também disponível em português), concluem pela necessidade urgente de promover não só a natalidade mas também e, sobretudo, a família como elemento estabilizador da natalidade e da educação. Dizem aí esses professores universitários que embora a necessidade de promover a natalidade seja algo praticamente aceite de forma unânime pelos especialistas, tal é praticamente omitido pelos grandes por ser politicamente incorrecto.
Esta mentalidade economicista que condiciona a vida de valor intemporal a circunstancialismos e condicionalismos de natureza meramente temporal e provisória é a mesma mentalidade que está por detrás da defesa da eutanásia, com destaque para a eliminação dos mais idosos- seres improdutivos e que apenas causam despesa e aumentam o déficit público.
Há, pois, que repensar seriamente o que pretendemos da nossa sociedade e dos nossos Estados e, a partir daí, reestabelecer e reinventar novos critérios e sistemas de governação.
(Artigo publicado no "Notícias de S.Brás" de Fevereiro)

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