Dois anos após a liberalização do aborto em Portugal

Dois anos após o referendo que legalizou o aborto até às 10 semanas, tem aumentado o número de casos de mulheres, em Portugal, que utilizam a interrupção voluntária da gravidez como se se tratasse de um método contraceptivo e continuam a existir situações de aborto clandestino.

É a leitura do ginecologista João Paulo Malta, que se opôs à aprovação desta lei.A ideia de que parte da população recorre ao aborto como se fosse um método anti-concepcional é também admitida pelo ginecologista Luis Graça, que, em 2007, defendeu o sim no referendo.

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O secretário-geral da FPV defende que haja “liberdade de escolha efectiva”, sublinhando que “o consentimento informado não está a ser cumprido”. Isilda Pegado, presidente da FPV, diz que os três dias que a lei prevê para reflexão não estão a ser usados para informar a mulher das alternativas. A responsável diz que as mulheres não estão a ser encaminhadas para instituições de apoio à vida que, apesar disso, têm aumentado: são 32, oito nasceram após o referendo. A responsável diz que os médicos se limitam a dizer às mulheres: “agora têm que esperar três dias”.

Pinheiro Torres diz que “é um direito das mulheres, que ao menos sejam confrontadas com aquilo que representa uma gravidez. Façam a ecografia e mostrem-na”, para que as mulheres vejam que às dez semanas “há um coração a bater”. O responsável nota que as informações dadas às mulheres sobre “as consequências para a sua saúde física e psíquica” antes da prática de um aborto estão desactualizadas e não incluem informação científica mais recente.