CARTA ABERTA À AMNISTIA INTERNACIONAL
Português: (See translation below)
Tenho acompanhado com muito interesse o vosso trabalho, que considero de grande valor e tenho subscrito iniciativas vossas na defesa dos direitos humanos. Desejava continuar a ver-vos como uma organização que defende os direitos de todos os seres humanos.
No entanto fiquei preocupado com notícias segundo as quais a vossa organização se preparava para apoiar ou tolerar o aborto...
A ser verdade abre-se um terrível precedente, pois assim passariam a negar os direitos humanos daqueles que ainda estão por nascer e a praticarem um tipo de discriminação.
Espero bem que a Amnistia Internacional se continue a bater pelos direitos de todos os seres humanos, e não despreze aqueles que ainda estão no ventre materno, e que merecem amor e protecção.
Com os melhores cumprimentos.
Luís Lopes
English:
I've followed your work with great enthusiasm, and I value it very much, subscribing your defense of human rigths. I would like to see you as an organization that defend the rights of every human being.
But I´m worried about news sugesting that your organization is going to suport or tolerate abortion...
If it is true that´s terrible, because you would deny the human rights of those yet to be born, wich is segregation...
I hope that International Amnesty carry on the work, defending every human being rights and does not despize those on mother´s womb, who deserve love and protection.
My best regards
Luís Lopes
1 comentário:
Caro Luís Lopes,
Antes de mais, gostaria de agradecer as suas palavras de reconhecimento em relação ao trabalho levado a cabo pela AI.
Já em relação às suas preocupações, as quais também agradecemos, pois a Amnistia Internacional é, efectivamente, uma organização composta pelos seus membros, apoiantes e todos os activistas, e que traça o seu rumo com as opiniões de todos, não podemos deixar de fazer notar que a Amnistia Internacional não tomou em tempo algum, nenhuma posição pró ou contra o aborto, ao contrário do que foi recentemente difundido por alguns meios de comunicação.
Em altura alguma, a Amnistia Internacional procurou defender o aborto como direito universal. O que não pode deixar de defender, é, tão somente, o direito das mulheres à sua integridade sexual e reprodutiva, no contexto de graves violações de direitos humanos, tais como violações, praticadas, por exemplo, como crimes de guerra. Consideramos nosso dever manter uma prática de solidariedade face às mulheres vítimas de graves abusos de direitos humanos, sendo sujeitas como sucede, por exemplo, no Darfur, a gravidezes forçadas, que muitas das vezes as levam a ser ostracizadas pela sua própria comunidade.
É esta a posição da Amnistia Internacional. Estar atenta a um fenómeno global, procurando garantir os direitos, especialmente a saúde e a integridade, de todas as mulheres, que como deve saber, são vítimas de grande parte das violações de direitos humanos por todo o mundo.
Esperamos que fique esclarecido sobre os objectivos da AI no seu trabalho sobre Direitos Sexuais e Reprodutivos, uma política abrangente, que não se fica pelas questões do aborto, mas que visa obter maiores garantias de saúde para todos e todas.
Melhores cumprimentos,
Cláudia Pedra
Directora Executiva/ Executive Director
Amnistia Internacional Portugal
Tel: (+351) 21 386 16 52
Fax:(+351) 21 386 17 82
e-mail: c.pedra@amnistia-internacional.pt
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