O que é o casamento, segundo a ICAR ?
Infelizmente também, uma parte significativa dos casamentos católicos são celebrados sem que os nubentes tenham efectivamente uma verdadeira percepção do seu significado e isso, muitas vezes, resulta em crises matrimoniais, quando não mesmo divórcios.
No caso do casamento católico latino, ele exprime-se através de um sacramento que é um sinal exterior no qual o ministro que o confere NÃO É O SACERDOTE, mas sim OS PRÓPRIOS CÔNJUGES (Ponto 1623 do Catecismo da Igreja Católica).
Ora, o facto de serem os próprios cônjuges os autores e sacerdotes do seu próprio sacramento tem consequências práticas no dia-a-dia muito importantes.
Senão vejamos:
Cardeal Ratzinger, hoje Bento XVI, diz o seguinte “o que constitui o matrimônio é o amor pessoal dos cônjuges”, é o sinal do que foi prometido no altar. Mesmo porque “o rito é realizado uma só vez, no entanto o sacramento realiza-se no dia-a-dia, em cada momento da existência conjugal, em cada gesto de doação, de entrega, de modo especial no ato conjugal que é a mais intensa expressão do dom mutuo” (Fr. Raniero Cantalamessa, ofm, cap. apud revista “Orar” nº 32,Out-Dez, 2003, pág. 54).
Daí que se trata de um sacramento que não se esgota num acto, praticado algures atrás no tempo, no dia do casamento. Antes é algo de permanente, porquanto “permanece com eles” toda a vida, como ensinou o Vaticano II, seguindo o que Pio XI ensinara na “Casti Conubii” (nº 68; GS 48/351; Cat. Ig. Cat. 1642).
"Ora, o amor conjugal não é algo abstrato, puramente teórico, sem concretude.
Em resumo:
Ao assumir o casamento como um sacramento, os cônjuges assumem também que esse sacramento precisa de se manifestar e de se vivificar de forma permanente até à morte, em atos diários e concretos.
Por outras palavras, quando realizo as lides domésticas, quando troco as fraldas do meu filho, quando dou um beijo de boa noite ou de boas vindas, quando desculpo uma má disposição ou um comentário mais desagradável, etc, etc, etc estou, de novo e de forma permanente, a casar-me.
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