segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Como ajudar o seu filho a não ser ansioso

Quando critica uma criança com frequência por suas faltas, esta acaba sentindo-se culpada. Se torna medrosa ante as nova situações e se sente insegura em suas relações com os demais. Qualquer ameaça, critica pessoal ou sugestão desfavorável aumenta seus sentimentos de insegurança.

Em outras ocasiões, o medo ao fracasso não provém das altas expectativas dos pais, mas da própria criança; como quando deseja igualar os êxitos de seu irmão maior, ou parecer-se a seu pai.

Há crianças que podem ir muito bem ao colégio, mas o que lhes motiva é o medo ao fracasso em lugar da necessidade de êxito. Enquanto que o que motiva a criança não é o obter um êxito, mas o evitar a todo custo um fracasso, qualquer erro gerará uma notável dose de ansiedade.

PROBLEMAS FAMILIARES. Quando os pais têm problemas, discutem com frequência, têm problemas de trabalho ... as crianças podem desenvolver uma ansiedade intensa. Muitos pais pensam que seus filhos não se dão conta da existência destes problemas, já que procuram não discutir na sua presença. Deve ter em conta que seu filho tem uma espécie de “radar” e detecta facilmente qualquer problema.

AS RELAÇÕES COM OUTRAS CRIANÇAS: As relações com outras crianças podem ser, também, fonte de ansiedade. As ameaças por parte de um menino mais forte, as conversas dos companheiros, podem supor para algumas crianças uma ansiedade considerável.

INQUIETUDES SEXUAIS: Pode originar-se com frequência como consequência de cenas vistas na televisão de filmes visto às escondidas, de brincadeiras de caráter sexual de outras crianças. Os pais devem ter em conta que a melhor forma de prevenir este problema é conversando com os filhos e adiantando-se em tratar sobre os temas de educação sexual para ser os primeiros em estabelecer as idéias positivas.

PAIS INSEGUROS E ANSIOSOS: As crianças ansiosas costumam ter pais, e em especial MÃES, com altos níveis de ansiedade.

Os medos específico não se passa de pais para filhos, mas o que pode ocorrer é que a criança herde um SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO mais sensível à estimulação e, portanto, uma tendência à ansiedade, uma maior vulnerabilidade à ansiedade.

Mas, fundamentalmente, a ansiedade se transmite de pais para filhos através de seu comportamento. Quando os próprios pais são medrosos ou inseguros podem transmitir a criança seus medos. Se continuamente lhe advertimos possíveis perigos, se lhe superprotegemos e não lhe deixamos ser independentes, não é de estranhar que nosso filho se sinta inseguro e imite nosso comportamento .

LEMBRE QUE A ANSIEDADE É
CONTAGIOSA. MANTENHA A CALMA
E A SERENIDADE

Frequentemente, a ansiedade se disfarça em forma de mau humor, irritabilidade, comportamento agressivo, impulsividade e outras formas de má conduta.

Além disso, muitas crianças ocultam suas inquietudes por:

- Medo a que não se leve a sério.

- Medo a parecer bobas ou infantis ou covardes.

- Medo a que lhe repreenda, ridicularize ou humilhe.

Para averiguar com certeza o que é que está preocupando a seu filho deverá observar atentamente e aprender a escutar-lhe com uma mentalidade receptiva.

CADA CRIANÇA É DIFERENTE
CONHEÇA A SEU FILHO

Uma forma de identificar a causa das ansiedades de seu filho é que se proponha a levar um pequeno diário de seu comportamento. Não é necessário descrições longas e detalhadas. Basta que anote brevemente o que a criança fez durante o dia junto com qualquer sintoma de ansiedade: dor de barriga, perca de apetite, pesadelos, choro.

Dito em registro convém que se refira ao que ocorreu imediatamente antes e depois das manifestações de ansiedade.

Anote o que aconteceu justo antes de que seu filho mostrasse sintoma de ansiedade, o momento do dia, e o lugar onde esta se apresentou (antes da aula de ginástica, quando criticou, quando viu a determinado professor), assim como o ocorrido como consequência deste comportamento: se lhe castigou, se lhe permitiu sair com uma das suas ...

A cabo de uns dez dias releia todas as anotações e tente ver se há algo a fazer em comum: por exemplo, pode descobrir que seu filho tem dor de barriga cada vez que tem um jogo de futebol ou que fica de mau humor cada vez que tem uma festa; estas anotações lhe darão importantes pistas do que está acontecendo com a criança.

Também é fundamental que saiba ESCUTAR a seu filho: uma escuta atenta que lhe permita entender o que disse além daquilo que não disse resulta fundamental. Para isso, convém que tenha em conta as seguintes recomendações:

- DEIXE O QUE ESTÁ FAZENDO: As crianças nem sempre escolhem o momento mais oportuno em que querem ser escutadas. Se está na cozinha fazendo a torta para o jantar tem duas opções: ou deixar a torta e escutar-lhe atentamente ou dizer a seu filho que nesse momento não pode escutar-lhe com suficiente atenção e logo lhe chamará para conversar com ele. Mas NÃO FAÇA AS DUAS COISAS AO MESMO TEMPO.

- NÃO ESCUTE QUANDO ESTIVER ABORECIDA: Quando seu filho chega em casa com uma notificação do colégio por seu mau comportamento é provável que seu aborrecimento não lhe permita escutar as explicações que seu filho tenta dar-lhe. Não tente escutá-lo enquanto não tiver se acalmado e puder valorizar a situação de forma objetiva.

- NÃO ZOMBE nem ignore os argumentos de seu filho.

- ESCUTE POSITIVAMENTE. Isto implica que dever escutar com os olhos além de com os ouvidos. Reserve um tempo no qual possa prestar total atenção o qual seu filho quer contar-lhe. Uma boa hora costuma ser quando estão deitados na cama antes de dormir. Escute-lhe e trate de intervir o menos possível. Qualquer interrupção, sobretudo se for para criticar-lhe, fará com que a criança se retraia.

Anime seu filho para que fala com liberdade, sem dizer-lhe nada mas escutando-lhe com interesse. Ensine-lhe que não há nada de tão ruim que não possa contar. Peça exemplos concretos dos comportamentos que lhe causam ansiedade.

SABER ESCUTAR É IMPORTANTE
PARA CONHECER SEU FILHO

Como posso ajudar?

Se seu filho padece de algum tipo de ansiedade deve levá-lo a sério. Muitos pais dão pouca importância aos medos de seus filhos e pensam que se trata de algo que desaparecerá com a idade. Outros se aborrecem com seus filhos por considerá-los muito “moles” ou covardes.

Em primeiro lugar, mantenha-se tranquila e tenha confiança em si mesma. Lembre que a ansiedade pode ser contagiosa.

Brigar com a criança ou dizer-lhe que “deixe de comportar-se como uma boba”, não costuma dar resultado e frequentemente piora as coisas. Deixar passar um tempo tampouco costuma ser uma boa estratégia.

Para ajudar seu filho a esforce-se primeiro em compreender sua ansiedade e os desagradáveis sintomas mentais e físicos que o acompanham. A seguir deverá esforçar-se em averiguar por que seu filho está ansioso e ensinar-lhe alguns procedimentos para combater os sintomas físicos e mentais da ansiedade.

Também deverá melhorar sua auto-estima para ensinar-lhe a enfrentar-se à vida com mais confiança, segurança e boa adaptação.
UMA ALTA AUTOESTIMA É UM
BOM ANTÍDOTO CONTRA
A ANSIEDADE

Do mesmo modo, as situações familiares negativas para a criança e os conflitos familiares deverão solucionar-se para que a criança encontre em sua família um ambiente relaxante, e realizar as mudanças ambientais necessárias para eliminar as fontes de ansiedade e estress inecessárias.

Pode também proporcionar a seu filho algumas habilidades e recursos para que consiga enfrentar as situações conflitivas com maior confiança.
ENSINAR-LHE A RELAXAR-SE


Uma forma de ensinar seu filho a controlar seus medos e preocupações é ensinando-lhe a relaxar.

A relação é o antídoto natural do corpo contra a ansiedade. Existem muitas formas de aprender a relaxar-se, ainda que nem todas são fáceis de aplicar com crianças. Certamente, à maioria das crianças lhes encanta que lhes ensinem técnicas de relaxamento se lhes apresentam como um jogo divertido.

Fonte: Livro “Como resolver situações cotidianas de seus filhos de 6 a 12 anos” de TERESA ARTOLA GONZÁLEZ (Via Portal da Família)

Sem comentários: