Exposição sexual no Pavilhão do Conhecimento
Esta exposição sobre educação sexual é redutora porque restringe a sexualidade humana a um conjunto de impulsos, desejos e alterações hormonais, não fazendo, portanto, a necessária distinção entre sexualidade humana e animal.
É moralista, no mau sentido, porque transmite uma moral aberrante, permissiva e hedonista. Ora esta moral acéfala, propagada na exposição, separa a educação sexual da cultura, da religião e dos princípios e valores educacionais transmitidos de pais para filhos. Neste contexto, os pais e a família não contam para nada; o que importa é mostrar, incentivar, e estimular aquilo que para muitas crianças ainda não se coloca. Será conveniente destacar que nem todas as crianças alcançam a maturidade emocional (e sexual) ao mesmo tempo, sendo por isso deplorável que se informe, por exemplo, uma criança de 9 anos de que pode usar a pílula abortiva do dia seguinte, como acontece na referida exposição.
Nesta exposição o sexo reduz-se a uma questão de desejo e de vontade; reduz-se assim a sexualidade a um nível primário que dispensa o pensamento ou qualquer ordem, seja ela de que natureza for. Por essa razão, a exposição não educa porque não impõe limites, nem oferece qualquer tipo de diretrizes, deixando ao livre arbítrio da criança a tomada de decisão de iniciar a vida sexual, ainda que não esteja ainda preparada para isso.
Senão, veja-se, por exemplo, a seguinte frase retirada da exposição:
"Faz-se sexo pela primeira vez em idades diferentes, dependendo das pessoas. Independentemente da idade, é quando temos vontade e nos sentimos preparados, e cada um tem o seu ritmo!".
Por tudo isto, a referida exposição sobre educação sexual é um abuso de confiança à vida íntima das crianças. Faremos ouvir o nosso protesto. Esteja atento às próximas iniciativas.
1 comentário:
"Senão, veja-se, por exemplo, a seguinte frase retirada da exposição:
"Faz-se sexo pela primeira vez em idades diferentes, dependendo das pessoas. Independentemente da idade, é quando temos vontade e nos sentimos preparados, e cada um tem o seu ritmo!"."
De fato o trecho citado é demasiadamente psicologista e pedante, porém, revela algo verdadeiro, que é o peso da liberdade individual frente a tradições rígidas. É uma ingenuidade acreditar que, para todas as pessoas, a vida sexual vai começar apenas no casamento de papel passado e seguindo todo o ritual. Do ponto de vista histórico e antropológico nem tudo no comportamento sexual é unanime nas sociedades. Em tempos passados a vontade do sujeito estava subordinada a do grupo... E a moral sexual sempre foi objeto de discussão desde os primórdios do cristianismo. Mas a questão é que na contemporaneidade ocidental o casamento tende a ocorrer depois dos 25/30 anos. Nem todos acreditam que a castidade é necessária e não necessariamente ficam pensando em sexo 24 hs. por dia. Há uma variedade de comportamentos: famílias e comunidades religiosas bastante conservadoras que se casam entre o seu grupo, outras mais flexíveis e por aí vai. O problema é que os católicos e demais cristãos raciocinam em preto e branco, no 8 ou 80, quem não concorda está sempre errado e conspirando contra eles. Entre a promiscuidade autodestrutiva e o comportamento considerado correto ditado pelas Igrejas, na maioria das vezes regras elaboradas por homens celibatários, existe uma variedade de caminhos. Alguns podem ser perniciosos, tipo pedofilia, abuso sexual, violência contra a mulher, etc, e outros inofensivos, que dizem respeito apenas ao casal que, por várias razões está vivendo de maneira diferente daquela prescrita pelos que se julgam seguidores da Palavra.
Marcelo B
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