sábado, 17 de outubro de 2009

Mais de um milhão de pessoas na manifestação anti-aborto


Mais de um milhão de pessoas reuniram-se este sábado em Madrid para participar numa grande manifestação contra o projecto de liberalização do aborto proposto pelo governo espanhol.

Os organizadores anunciaram várias estimativas de participação até ser fixada, definitivamente, em dois milhões de pessoas, enquanto que a região de Madrid, governada pelos conservadores, aponta para 1,2 milhão de participantes.

"Há mais de um milhão de pessoas", afirmou o assessor de imprensa da organização católica HazteOir, Víctor Gago, acrescentando que um registo oficial de participação vai ser divulgado mais tarde.

Uma verdadeira maré humana invadiu o centro da capital espanhola: idosos, pais e mães com crianças em carrinhos, grupos de adolescentes com camisolas pintadas e faixas vermelhas com as palavras "Direito à vida".

Um grande cartaz marcava o início da manifestação, dizendo: "Cada vida conta".

A manifestação foi convocada pelo Fórum da Família, uma plataforma de organizações católicas conservadoras, que já tinha levado centenas de milhares de manifestantes às ruas em 2005, num protesto contra a lei autorizando o casamento homossexual.

O projeto de lei que está na base desta manifestação foi aprovado no dia 26 de Setembro pelo Governo espanhol e inspira-se na legislação em vigor na maior parte dos países da União Europeia.

O projeto contém uma disposição polémica, mesmo entre o eleitorado de esquerda: menores de 16 e 17 anos poderão abortar livremente, sem o consentimento nem informação prévia dos pais.

O projeto de lei socialista, que reforma uma lei em vigor desde 1985, prevê liberdade total para abortar, desde que tal aconteça num prazo de 14 semanas.

Actualmente, em Espanha, o aborto é autorizado apenas em caso de violação (até 12 semanas de gravidez), má-formação do feto (22 semanas) ou "perigo para a saúde física ou mental da mãe" (sem limitação de tempo).
Notícia daqui.

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