segunda-feira, 19 de maio de 2008

Aborto: sim ou não?

Se há um ponto na questão do aborto em que há acordo quase total é sobre a complexidade do tema. Filósofos e cientistas, crentes e ateus, ricos e pobres, todos reconhecem que a questão envolve demasiadas dimensões da vida humana, e imensões de tal forma delicadas, que muito dificilmente se poderá alguma vez chegar a acordo. O aborto é uma questão muito polémica, muito complea, e que suscita fracturas muito sérias na sociedade.


Com quanto se disse acima concordam certamente muitas pessoas. Não obstante todo aquele discursos vale nada. O aborto é uma questão polémica, e é uma questão complexa, mas esta complexidade é psicológica: não é uma complexidade real. Também a escravatura foi uam questão muito polémica, muitos argumentos se alinharam de ambas as partes, aqui e ali os confrontos entre os dois partidos causaram mortes e guerra, e nem por isso a questão era realmente complexa. A escravatura foi possível porque muitas pessoas sucumbiram a uma complexidade artificial que levantou uma cortina de fumo por trás da qual os esclavagistas manobravam eficazmente.


No caso do aborto passa-se exactamente o mesmo. A questão do aborto é uma questão essencialmente técnica e nesses termos teria de ser vista. Mas o que haveria de ser simples e claro, ficou profundamente turvo e obscurecido por argumentos sem valor nenhum e que confundem sem levar a nada. O objectivo deste livro é tentar separar as águas. Talvez no final o leitor também fique pasmado com a falta de relação entre o que se diz do aborto e o que ele de facto é.
Este livro não pretendia ter ideias originais e, de facto, só por lapso as terá. Contudo, isso não quer dizer que as ideias não sjam novas para a esmagadora maioria dos portugueses. O processo de diversão, de confusionismo, já de tal forma ganhou o terreno que aquilo que deveria ser conhecido de todos é afinal ignorado pela maior parte. É muito provável que da primeira até à última página o leitor encontre aspectos e ângulos da questão tão desconhecidos e supreendentes que dificilmente poderá compreender os termos em que a discussão está neste momento a decorrer em Portugal.
O livro divide-se em quatro partes. Na primeira analisam-se as grandes ideias que estão subjacentes ao aborto. A questão é estudada, ensinada e debatida nas mais prestigiadas universidades do mundo, existem já dezenas de teses de doutoramente sobre o assunto, alguns dos maiores especialistas na respectiva área escrevem sobre o aborto, pelo que é natural pensar que na questão haja ideias. Há que as expor.
Na segunda parte trata-se a realidade do aborto. Abortar é fazer algo, não é discutir ou discorrer em abstracto. Seria no mínimo estranho que quem aceita as ideias ignorasse ou rejeitasse a realidade.
Na terceira parte reúnem-se e analisam-se aqueles slogans que foram julgados mais representativos. Já não se discutem ideias, nem a realidade, mas simples estribilhos que as pessoas lançam a esmo na defesa da sua posição. Embora os slogans não envolvam dados de valor, discuti-los tornou-se fulcral num país onde a discussão do problema praticamente esqueceu as ideias, esqueceu a realidade, e se limita a um punhado de estribilhos repetidos até à saciedade.
Na última parte apreciam-se alguns textos institucionais. Uns pareceres sobre diagnóstico pré-natal, dois acórdãos sobre o aborto e, por fim, a pergunta colocada aos portugueses no referendo de 28 de Junho de 1998.
Sem embargo da complexidade com que se amaldiçoou o tema, todos os aspectos serão tratados com a simplicidade do senso comum: a única fonte de boa Filosofia, de bom Direito e de boa Ética.
In "Aborto: Sim ou Não?", de João Araújo (ISBN: 9722218883)

Daqui.


Textos do livro:
- "Feto e Aborto - Que Diz a Ciência?"
- "Breve história do aborto"
- "Slogans pró-aborto"
- "Que diz a ciência"
- "Falácias dos Slogans Pró-Aborto"

Sem comentários: