terça-feira, 5 de junho de 2012

Casamento, para sempre ?


Pergunta ao Papa Bento XVI no encontro Mundial das Famílias:
Somos Fara e Serge, vimos de Madagascar.
Falando do casamento,
há uma palavra que nos
atrai mais do que nenhuma outra e ao mesmo nos assusta:
o "para sempre"



R. - Na Europa, até ao sec. XIX havia um matrimónio dominante:
muitas vezes o casamento era no fundo um contrato entre clãs,
com que se procurava conservar um clã, abrir o futuro, defender
as propriedades, etc. Procurava-se um para o outro em nome do
clã, esperando que se adaptassem um ou outro.


Depois, a partir do século XIX, veio a emancipação do indivíduo,
a liberdade da pessoa, e o casamento deixou de se basear na
vontade dos outros, e passou a assentar na decisão pessoal.
Antes vem o namoro, que depois se converte em noivado,
e posteriormente em casamento.

Nessa época
todos estávamos convencidos de que este era
o único modelo justo e que o amor garantia, por si mesmo,
o "sempre",
porque o amor é absoluto, quer tudo e,
em consequência, também a totalidade do tempo
é "para sempre".

Infelizmente, a realidade não é assim: vê-se que apaixonar-se
é belo, mas talvez nem sempre seja perpétuo,
tal como o sentimento:
não permanece para sempre.


É belo este sentimento de amor, mas deve ser purificado,
deve avançar por um caminho de discernimento, isto é,
nele deve tornar-se presente também a razão e a vontade,
devem unir-se razão, sentimento e vontade.


No rito do matrimónio a Igreja não diz: "estás apaixonado?",
mas "queres?", "estás decidido?". Isto é, o namoro deve
converter-se num amor verdadeiro, envolvendo a vontade
e a razão num caminho que é o do compromisso
, da purificação,
de maior aprofundamento, de tal modo que realmente todo o homem,
com todas as suas capacidades, com o discernimento da razão
e da força de vontade diz: "Sim, esta é a minha vida".

Fonte: Newsletter "É o Carteiro"

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