quarta-feira, 14 de março de 2012

A moda e a mulher



A moda é um fenômeno universal.

Por essa razão, mais do que ao homem, a moda apaixona a mulher. (...)
É com nossa roupa que expressamos nossa personalidade, valores e espírito. Também, nossa roupa mostra a nossa participação em uma ou outra classe social.
A roupa, definitivamente, reflete o pensamento de uma pessoa e, por isso, o ato de vestir-se ou de adotar um determinado estilo pessoal próprio não é algo que deva ser feito de modo apressado.
Quando uma mulher se veste e prepara sua imagem, o motivo que deveria guiá-la não deveria ser o de apenas exibir um corpo bonito e bem conservado por dietas e exercícios, mas sim o de inspirar, através do seu bom gosto e decoro, outras mais jovens a irem em busca da verdade, manifestada em sua aparência pessoal.
Apenas as mulheres podem fazer isso e ensiná-lo a outras.
Como exemplo podemos dizer que os animais não usam roupas porque eles são incapazes, num sentido radical, de ter, de possuir. Além disso, eles não têm nada para expressar porque não escondem nada, nem tem que passar por esta ou aquela prova em sociedade.
Na verdade, a externalidade, no sentido próprio da palavra, só a pode ter aquele que possui uma interioridade. E é o ser humano, constituído por uma unidade substancial de corpo e alma, o único que pode viver uma interioridade a partir da sua sexualidade, masculina ou feminina.
É precisamente de acordo com a fineza de seu ser interior que o homem ou a mulher se veste, são criativos com sua arrumação pessoal e com sua forma de se apresentar exteriormente ao mundo.
Se nesse interior há valores vivos o resultado será uma presença que encanta, cheia de bom gosto e elegância. Se em vez disso, compra-se de tudo o que é moda, sem considerar o mundo interior, o resultado exterior expressará frivolidade e vazio.
Por isso, poderíamos pensar na frase “vista-se e me mostre seu interior”, já que quando vestidos, a roupa usada serve para que cada um exteriorize, do modo que lhe pareça mais conveniente, quem é por dentro.
Com o que eu visto, como mulher posso querer ser vista, chamar a atenção de uma forma provocativa ou, ao contrário, inspirar respeito. Com um vestido posso deixar as minhas pernas descobertas numa minissaia, ou cobrí-las para cuidar do meu interior.
Como mulher, se eu tenho um corpo bonito, não importando a idade que se tenha, posso decidir até onde vou mostrar e exibir. Mas, para poder ver claramento isso devo estar em íntima conexão com os valores que eu decidi viver.
Sheila Morataya

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