A Juíza Beatriz Borges, com quem já tenho participado em várias sessões no Tribunal de Família de Faro, e é, diga-se, uma excelente juíza nesta área complexa do Direito da Família, participou na semana passada numa conferência sobre esta temática na qual, entre outras, aludiu à problemática do adulto infantilizado em que “a imaturidade dos pais apresenta repercussões na capacidade de contenção dos filhos, quer ao nível do consumo de bens supérfluos, quer no cumprimento de regras básicas de saúde, educação e convivência que se espelha em aspetos tão básicos como a falta de pontualidade e assiduidade na escola”.
“Assistimos a uma regressão do estado adulto em que os pais se comportam como adolescentes ao invés de se apresentarem como um modelo para as crianças e em que desculpabilizam os comportamentos desadequados dos filhos imputando a terceiros (incluindo a escola) a falta de educação dos seus descendentes”, criticou.
A oradora lamentou que as decisões parentais percam “autonomia” face à “pressão do consumismo”, lembrou que “a autoridade parental não pode ser transmitida pela escola ou pelo juiz” e defendeu que o “instrumento para combater este consumismo é a família com maturidade”.
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