quarta-feira, 16 de março de 2011

BERNARD NATHANSON: ÍCONE DO MOVIMENTO PRO-VIDA

"Não foi preciso passar muitos anos para este médico ter dado uma volta de 180º nas suas posições em relação ao aborto"

Faleceu no passado dia 21 de Fevereiro o Professor Bernard Nathanson, médico ginecologista, de nacionalidade norte-americana. Foi um dos líderes do movimento pela legalização do aborto nos Estados Unidos da América, tendo fundado para o efeito a Liga de Ação Nacional pelo Direito ao Aborto. Tudo isto se passou na década de sessenta do século vinte. Depois da legalização do aborto na América, o Professor Nathanson tornou-se Diretor de uma das maiores clínicas de abortos do mundo, tendo realizado com as suas próprias mãos milhares de abortos e orientado outros médicos nessa prática. Porém, não foi preciso passar muitos anos para este médico ter dado uma volta de 180º nas suas posições em relação ao aborto, mudando de campo e passando de ativista pro - aborto a ativista provida, tornando-se mesmo numa das maiores referências a nível mundial na luta contra o aborto, ao ponto de muitos verem nele, um ícone do movimento provida. O que se passou para uma mudança tão radical, foi muito simples: Não foi nenhuma revelação divina, nem nenhuma visão ou sonho, nem algo de transcendente ou religioso, foi apenas e tão só fruto da evolução cientifica e tecnológica, da ciência, que lhe permitiu a ele e a todos os homens honestos poderem ver com os seus próprios olhos a vida intra-uterina, a vida, os movimentos e reações do feto no ventre materno.

Nos finais do ano de 1972, passou a ser possível através da nova técnica de ultracenografia, vulgarmente designada por ecografia, passar a acompanhar e a visionar o comportamento e o desenvolvimento do feto no seio materno. Confrontado com essas imagens, e com as conclusões de uma nova ciência, a fetologia, o Professor Bernard Nathanson, alterou radicalmente a sua posição e passou a ser contra o aborto por reconhecer que no feto há vida humana, vida que é e só pode ser humana. A partir de então, o Professor Nathanson consagrou a sua existência a percorrer o mundo na luta contra o aborto e as práticas abortivas, desdobrando-se em conferências, filmes e estudos. O seu testemunho muito incomodou os abortistas. Esteve em Portugal, mais de uma vez para denunciar o crime do aborto e as técnicas mentirosas dos promotores da legalização do aborto.

Tive o gosto de escutá-lo numa dessas conferências. A sua mensagem está sintetizada e pode ser vista e ouvida no filme "O grito silencioso", acessível no You Tube, onde podemos visionar o seu magnífico testemunho, que todos os médicos e profissionais de saúde não deveriam deixar de ver, filme que não devemos ter qualquer pudor em mostrar a toda a mulher que pondere realizar um aborto.

Ainda recentemente, o Papa Bento XVI se referiu ao tema do aborto. Ao receber os membros da Academia Pontifícia para a Vida, disse o Papa que "sobre um cenário cultural caracterizado pelo eclipse do sentido da vida, pede-se aos médicos uma especial fortaleza para continuarem a afirmar que o aborto não resolve nada, mas mata a criança, destrói a mulher e cega a consciência do pai da criança, arruinando, frequentemente, a vida familiar", acrescentando ainda que é necessário que toda a sociedade se coloque em defesa do direito à vida do concebido e do verdadeiro bem da mulher".

Se durante a sua vida, o Professor Nathanson se transformou num ícone universal do movimento provida, muito mais o deverá ser agora que viveu a sua Páscoa e entrou na Eternidade. Partindo da ciência, ele chegou a Deus, converteu-se à fé católica e foi batizado em 1996, aos setenta anos de idade.

O seu exemplo é eloquente. Ele poderia ter continuado a fazer fortuna à custa do aborto. Mas a partir do momento, em que através da investigação cientifica chegou à conclusão que no feto há vida humana, por respeito ao valor da vida humana, passou a defendê-la de modo empenhado e intransigente, denunciando o aborto como uma pratica criminosa e abominável, que "mata a criança, destrói a mulher e cega a consciência do pai da criança, arruinando, frequentemente, a vida familiar". Apesar dos cinco mil abortos que realizou ele é verdadeiramente um bem-aventurado pelos muitos milhares de abortos que evitou, pelas muitas vidas que salvou.

Luis Seabra Galante

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