domingo, 30 de agosto de 2009

A "obrigatoriedade" da Educação Sexual

O ensino de conteúdos factuais, como sucede noutras disciplinas, não dará espaço a grandes discussões sobre se devem ser leccionados ou não. Matérias que interfiram com o campo dos valores pessoais não devem, porém, ser impostas.
Completamente alheios às famílias e às vitórias de Abril, quem nos governa e preside decretou (inclusive contra o artigo 43.º da Constituição da República) que, a partir de agora, é o Estado quem sabe e decide o que se ensina em matéria de educação sexual.
Não é uma técnica nova – basta reler os manuais escolares do antigo regime onde, além de informação neutra e factual, se encontrava matéria ideológica para doutrinar o Povo.
Temo que 35 anos de democracia ainda não tenham arrancado os “brandos costumes” aos Portugueses nas suas relações com quem governa.
Quem discorda desta lei (que foi desastrosa noutros países) pode e deve exigir que esta disciplina de educação sexual seja facultativa ou que se abra a possibilidade a outros modelos para a mesma.
Que, por altura das matrículas escolares, não deixem os encarregados de educação de referir, por escrito, que não desejam que os educandos tenham esta disciplina, se assim o entenderem. Quem lhes pode negar este direito?
Nelson Brito

Educação do desejo



Dos 13 aos 16 AnosPara rapazes: a educação do desejo

Por Ana Otte, Doutora em Medicina e Orientação Familiar


O adolescente masculino começa a viver nestas idades transformações a todos os níveis: psicológicas, biológicas e afectivas. Nele também começa a surgir o interesse pelas raparigas, procurando querer a alguém e sentir-se querido. É nesta altura que devemos falar com o nosso filho do amor, entrega e sentimentos, tudo orientado a uma educação ordenada do desejo e da afectividade.
Existe hoje uma grande preocupação dos pais pela educação dos filhos, mas por vezes estabelecem prioridades equivocadas. Podem gastar muito mais energias, tempo e dinheiro para que o rapaz aprenda inglês e informática do que em fazer dele uma pessoa honrada, responsável e íntegra.
Apoiá-lo emocionalmente
Cada rapaz necessita um desenvolvimento harmónico de todo o seu ser, o que implica que os seus pais lhe transmitam valores. Daqui que a educação sexual deve incluir a afectividade, a educação da vontade, dos sentimentos e das emoções. Assim, devem aprender a reconhecer os seus próprios sentimentos, compreender os sentimentos dos demais e partilhá-los, aprender a escutar, descobrir as necessidades de um amigo; aprender a orientar a ansiedade, a ira e a tristeza, saber controlar as emoções; assumir a responsabilidade das decisões e atrever-se a um compromisso. Muitos pais temem que quando os filhos cheguem à adolescência, a influência familiar fique eclipsada pelo círculo de companheiros, convertendo-se em origem dos conflitos. No entanto, o ambiente familiar é determinante: os adolescentes que se sentem unidos à sua família têm menos risco de assumir condutas como o consumo de drogas, álcool, tabaco ou as relações sexuais prematuras. Isso sim, têm que poder contar com algum dos pais em casa em momentos chave do dia, como o regresso da escola, colégio ou instituto, a hora do jantar ou de chegada de outras actividades ou saídas. Os filhos devem saber que se necessitam falar com os pais pelo menos um deles vai estar acessível, ainda que seja pelo telefone, porque a proximidade emocional è, inclusivamente, mais importante do que a física.

Desenvolvimento das características sexuais secundárias
Ainda durante a puberdade, desenvolvem-se no corpo do jovem hormonas sexuais, que aumentam consideravelmente nessa etapa e são responsáveis pelo desenvolvimento definitivo dos órgãos sexuais. As alterações que se vão produzir na estrutura corporal a partir dos 12 anos são especialmente chamativas: o clássico “esticão” que conduz a um enorme aumento do apetite, aparição de pelos na cara, axilas e púbis; a laringe aumenta de tamanho, as cordas vocais alargam-se e produz-se uma alteração na voz. As glândulas do suor são mais activas e produzem um odor desagradável; há que insistir em que têm que cuidar da higiene corporal e não se exporem a que alguém lhes chame a atenção. Finalmente, ocorre o desenvolvimento e primeira actividade dos órgãos genitais. Produzem-se pela primeira vez os espermatozóides capazes de fecundar, aparece o primeiro derrame (polução) de forma natural durante a noite, acompanhado de sonhos eróticos e sensação de prazer.

O despertar da sexualidade
Nestas idades surge com força o despertar da sexualidade, quando ainda não chegou a maturidade psíquica e pessoal. Vontade e conhecimento não são no entanto suficientemente fortes para dominar e controlar o impulso sexual. Com facilidade este potente impulso pode conduzir à masturbação, que consiste em dar a si próprio, solitariamente, o prazer sexual pela excitação voluntária das partes genitais, que se pode converter num hábito quando não se aplica nenhum remédio para dominar esse impulso. Nos anos de desenvolvimento, esta atitude não é um sinal de um desejo sexual exagerado, nem tem efeitos secundários físicos, mas pode estar acompanhado de sentimentos de mal-estar porque o poder sexual não está feito para um só, mas para fazer feliz outra pessoa. O papel dos pais consistirá em desdramatizar e oferecer uma orientação positiva para ajudar a superá-lo: evitar o isolamento, a solidão, a incomunicação, os hábitos de vida muito fechados e introvertidos, assim como música e filmes excitantes.

Dúvidas sobre a homossexualidade
Outra preocupação hoje em dia dos pais é uma possível tendência homossexual do seu filho, desde que o tema deste transtorno afectivo está na rua. A homossexualidade consiste em sentir uma atracção erótica sobre pessoas do mesmo sexo, acompanhado de uma certa indiferença sobre pessoas do sexo oposto. Isto não quer dizer que qualquer pessoa que alguma vez na sua vida tenha experimentado uma relativa ambivalência nas suas tendências sexuais seja gay. Estas tendências aparecem por vezes na adolescência e são passageiras, quando os rapazes estão em pleno desenvolvimento. Inclusivamente, é típico ter sentimentos ambíguos. Os pais devem fomentar uma vida saudável, estimular o contacto com a natureza, desportos, excursões, hábitos de uma boa higiene, horas de sono suficientes, uma alimentação sadia e que tenham um círculo de bons amigos. Mesmo assim, é importante que se esforcem numa luta ascética pessoal, disciplina dos sentidos, da imaginação e força de vontade.

ASPECTOS PARA ABORDAR A EDUCAÇÃO DA AFECTIVIDADE


Ensinar-lhes a interessarem-se pelos problemas dos outros.
Que aprendam a assumir a responsabilidade das decisões tomadas.
Estimular o gosto pelas boas leituras.
Ensinar-lhes a delicadeza no trato com os outros, incluindo o vocabulário.
Serem coerentes na educação, dando exemplo.
Criar um ambiente de confiança.
Ter tempo para eles e saber escutar.
Perdoar e pedir perdão. Os filhos dão-se conta dos defeitos dos pais.
Que saibam que o seu lar é um refúgio, aconteça o que acontecer.

Treinar a vontade
A ninguém lhe escapa que aos rapazes de hoje lhes falta vontade. Isso mesmo podemos verificar nas próprias classificações escolares: se tiram más notas, na maioria das ocasiões é porque não estudam e não estudam porque lhes falta vontade. Para treinar a vontade há que: aprender a dizer que não a pequenas coisas, acostumar-se a se levantar pontualmente, arrumar as suas coisas, fazer a cama ou cumprir um horário. Actualmente “todo o mundo”, e os pais não são excepção, tem medo de dizer que não, medo à autoridade. Mas, a autoridade com carinho faz falta para ajudar ao desenvolvimento de uma pessoa – os filhos – que ainda não está totalmente formada. O característico desta etapa da vida é a insegurança pessoal, que se acentua com o permissivismo e a falta de autoridade de muitos pais e professores. Se tudo é permitido e não há critérios morais, incrementa-se a insegurança e o medo em adquirir compromissos, aparecendo um certo temor ante as dificuldades do futuro.

ASPECTOS PARA ABORDAR A EDUCAÇÃO DA SEXUALIDADE


Que tenham critérios para saber distinguir entre o bem e o mal.
Que não se envergonhem de não agirem como “todo o mundo”.
Que conheçam o significado da sexualidade humana.
Que saibam tudo o que está relacionado com a procriação humana.
Que conheçam também a biologia da mulher.
Que conheçam os inconvenientes da anticoncepção artificial.
Que aprendam a respeitar as peculiaridades psico-sexuais das raparigas.
Que os pais sejam oportunos e verdadeiros nas conversas sobre a sexualidade.
Que conheçam os amigos dos filhos.
Que saibam com quem e aonde vão.
Enfrentar a realidade do mundo
Os nossos filhos vivem em três mundos distintos: o mundo que os pais lhes descobrem, o mundo dos seus próprios sentimentos e desejos e o mundo do ambiente que os rodeia. A sociedade propõe-lhes como um direito humano viver ao máximo a própria sexualidade, apelidando de problemáticos os adolescentes que ainda não tenham tido relações sexuais. Assim, lojas e máquinas de venda automática apresentam-lhes preservativos de todas as cores e para todos os gostos, tal como se fossem caramelos. Neste ambiente é compreensível que os jovens estejam desorientados: o que lhes contam os seus pais não só é contrário aos seus desejos e sentimentos, mas também se contradiz com o que vêem e ouvem diariamente. Nós pais devemos falar com eles e fazer-lhes ver a realidade: o homem excita-se com facilidade e reage a estímulos mais viscerais, senda a implicação psíquica menos profunda que na mulher e deixando menos marcas na actividade sexual.

A educação pela espera equivale à educação da paciência e da fortaleza
A mulher quase sempre sai a perder, não só porque é mais idealista e a sua entrega é mais profunda, mas também porque é ela a que sofre as consequências de uma possível gravidez. Este facto deve ser compreendido pelos adolescentes, se verdadeiramente queremos que aprendam a respeitar a mulher e a si próprios. Frequentemente a informação que recebem a respeito deste tema dirige-se exclusivamente a evitar a gravidez. É recomendado o uso do preservativo; mas a sua segurança é relativa, dada a possibilidade de ruptura. Devemos ser nós os que lhes expliquemos que com o preservativo existe uma taxa de gravidezes de aproximadamente 15%, mas que nas mãos dos adolescentes poderá chegar aos 50%, pois requer habilidade, maturidade, autodisciplina, planificação e motivação. Os adolescentes - imaturos, impulsivos e arriscados – não parecem bons candidatos para praticar estas qualidades.

Porquê esperar?
Esta é uma das perguntas que tantos filhos costumam formular aos seus pais: Porquê esperar por estarmos casados se já nos amamos? Para começar, porque saber esperar é muito formativo: devem aprender a dominar-se, a conter-se, e há que explicar-lhes as razões pelas que merece a pena fazer este esforço. Se os pais não perdem a calma e se mantêm firmes, isso fará muito bem aos filhos. A educação pela espera equivale à educação da paciência e da fortaleza: esperar uns minutos que a mãe acabe de falar com uma amiga, esperar uns dias que se lhes compre umas sapatilhas de desporto que tanto desejam, esperar umas semanas ou meses para fazer uma viagem que lhes havia sido prometida, esperar uns anos para ter a idade apropriada para dispor de uma moto e finalmente, esperar durante o noivado e não ter relações sexuais até chegar ao casamento. E além disso, explicar-lhe que o acto sexual é expressão corporal do amor. A capacidade de amar é o que de maior e mais íntimo tem a pessoa humana. No amor sexual a intervenção do corpo dá um carácter irreversível à relação, porque ele se entrega de todo. Entregar o corpo sem se ter comprometido para sempre é o mesmo que prostituir-se. Para viver a sexualidade em plenitude, é preciso maturidade física e psíquica, compromisso, fidelidade e aceitação total do outro com uma entrega unida à transmissão da vida. Tudo isto não acontece nas uniões superficiais e sem nenhum compromisso.

PARA PENSAR…

- Não dá bom resultado convidar o adolescente para um passeio programado para “falar”. Quase sempre resistem a este tipo de informação sexual, por lhes ser violento.
- Procurar ser diplomatas e aproveitar situações espontâneas, como por exemplo, uma notícia da televisão ou uma cena de um filme, para tentar provocar uma conversa nesse sentido.
- Falar sempre com naturalidade de “relações sexuais” e não de maneira envergonhada de “fazer isso” ou de forma enjoativa de “fazer uso do matrimónio”. Utilizar nomes pouco comuns apenas provocará mau estar no filho que ouve.
-Para educar a afectividade e sexualidade também é necessário estar próximo deles, conhecer os seus amigos, controlar horários e hábitos. A felicidade dos filhos dependerá em grande medida de como aprendam a desenvolverem-se num ambiente mais permissivo e difícil.
Algo que os filhos devem compreender é que não faz falta a aprendizagem “técnica” das relações sexuais; sabem-no fazer até os animais, não é uma arte. A capacidade de realizar actos biológicos vai-se desenvolvendo espontaneamente: ninguém necessita aprender a respirar, a olhar, comer, andar, etc., porque são actos instintivos.

E ACTUAR
Adiantar-se nestes temas não só evita a desconcertação nos filhos, mas também os enche de segurança para enfrentar a nova etapa. Nestes temas sempre fala melhor o pai, ainda que, se o rapaz faz perguntas à mãe, ela também deve responder com clareza.

In HACER FAMILIA, Junho 2009, págs. 28 a 31.
Traduzido por Rui Amandi (Montemuro)

Decidir contra o povo


Quando foi sugerido que a questão da legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo fosse submetida a referendo, como expressão mais fiel da legitimidade democrática, partidários dessa legalização disseram que a questão teria de ser subtraída à vontade da maioria, por mais expressiva que esta fosse, uma vez que dizia respeito ao princípio constitucional básico da igualdade e da não discriminação. A questão estaria já decidida a partir do momento em que a Constituição veio incluir a orientação sexual entre os factores explicitamente referidos como motivo de indiscriminações inadmissíveis. Parecia, até, que o assunto estava encerrado no plano da discussão da política legislativa, em nome da superioridade dos princípios constitucionais.
O recente acórdão do Tribunal Constitucional nº 359/09 vem deitar por terra esta argumentação. De acordo com esse acórdão, o princípio da igualdade constitucionalmente consagrado não impõe a legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo. Fica, assim, aberto o campo de discussão no plano da política legislativa. É certo que não houve unanimidade entre os juízes (em cinco, dois votaram vencido), mas o facto de se tratar de questão controversa só reforça a ideia de que não pode o argumento da inconstitucionalidade servir de barreira à discussão de política legislativa relativa a esta questão.
E não pode servir de barreira à possibilidade de submissão desta questão a referendo. A superior consideração da legitimidade democrática aconselha essa submissão. Trata-se, como a questão do aborto, de uma questão de consciência transversal aos eleitores dos vários partidos políticos. Ainda que seja incluída no programa eleitoral de um partido, não pode dizer-se que a generalidade dos eleitores desse partido a sufrague, uma vez que serão normalmente outras questões, que mais preenchem a agenda política, a pesar na sua opção de voto.
Numa matéria de tão grande significado ético, cultural e civilizacional, onde se joga o modelo de referência de família como núcleo social fundamental, onde se pretende alterar um modelo secular, seria inadmissível que uma opção tão relevante fosse tomada em função de estratégias políticas ou modas ideológicas e contra o sentir da maioria do povo, como o vêm revelando várias sondagens. Se é o povo que está supostamente “atrasado”, pois que se aproveite o referendo para o “esclarecer”. Mas que não se decida contra ele.
Pedro Vaz Patto

sábado, 29 de agosto de 2009

Informar à mãe abortista que está a matar uma vida...

...não é uma frase de base ideológica, mas sim de base científica, decidiu um juíz nos EUA.

Aqui

Uma anedota verosímil

A regulamentação das uniões sexuais fortuítas

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Conciliar Família e Trabalho

Hoje em dia, só mesmo na televisão ou em filmes “delicodoces” se retrata a família como uma realidade perfeita, com estabilidade financeira e tempo para estar com todos.
A realidade é outro filme. O do ‘stress' diário de cumprir horários, das tarefas inadiáveis, das urgências com a filha mais nova, do ajudar o mais velho com os trabalhos, de arrumar a casa, do ter que trabalhar muito para pagar as contas, etc. Neste filme neo-realista, resta pouco tempo para os idosos, para brincar com as crianças ou até namorar com o parceiro. Neste filme, haverá, pouca vontade de aumentar a prole familiar ou sequer de ter filhos. Por isso, por vezes, a história termina em insucesso escolar, disfunções comportamentais, discussões, divórcio e muita infelicidade.
A prazo o filme pode transformar-se numa série de terror. Basta recordar que a queda da natalidade, fomentada por estilos de vida "sufocantes", terá graves consequências, sobretudo ao nível do cuidado com os idosos, do colapso dos sistemas de segurança social e de saúde.
Para lidar com esta situação, não basta construir creches ou distribuir subsídios de 200€ por nascimento, como pretende o PS. Há que ir mais além e permitir que os pais trabalhadores tenham mais tempo disponível para a família, reforçando a coesão familiar, sem prejudicar a vertente financeira.
Mas não será esta uma quadratura do círculo?
O Instituto Sá Carneiro, em documento recente, responde a essa questão ao destacar a necessidade da valorização da família, numa dupla perspectiva: por um lado, dar mais tempo à família através de políticas que promovam a conciliação com a vida profissional. E, por outro, usar a família como a assistente social por excelência de crianças e idosos, levando desta forma o Estado a poupar recursos. Para isso há que incentivar não só o recurso ao teletrabalho, à flexibilização dos horários, ao ‘part-time' e à criação de creches no próprio emprego. Mas também a uma maior participação do homem nas lides domésticas e educativas, ao incremento do apoio domiciliário e dos benefícios fiscais para quem toma conta das crianças, entre outras.
Conciliar trabalho e família não será a única solução para resolver o problema da crise familiar e da quebra da natalidade. Mas será certamente um forte contributo. A este propósito, relembro que o pai da democracia norte-americana, Thomas Jefferson, dizia que os momentos mais felizes da sua vida não tinham sido a independência dos EUA, ou os êxitos profissionais, mas sim "aqueles, poucos, que pude passar em minha casa, com a minha família".

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Luto, sofrimento e tristeza após aborto

O Centro de Formação, Investigação e Conhecimento do Hospital de Faro promove no próximo dia 2 de Setembro, pelas 11h30, no auditório, mais uma sessão do Ciclo Contextos Científicos, este mês sob o tema “Luto, sofrimento e tristeza após aborto” e apresentado pela Mestre Maria de La Salete Miguel Coelho Santos

Nascem mais bebés no Algarve que no resto do país

O Algarve voltou a ser a região de Portugal continental onde mais bebés nasceram em 2008. Segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), no ano passado nasceram 4942 crianças, mas 50 que no ano anterior. A contribuir para a liderança da região na lista dos nascimentos estão os filhos de mães estrangeiras, cerca de 20 por cento do total de 2008.


De acordo com a Administração Regional de Saúde (ARS) do Algarve, que cita dados do INE, no ano passado nasceram na região 11,5 bebés por cada mil habitantes, enquanto que a média nacional é de 9,8 por cada mil. O Alentejo está no fundo da lista de nascimentos com 8,1.
Para explicar o número elevado de nascimentos no Algarve em relação ao resto do país, a ARS diz que as imigrantes têm uma influência crescente nos dados do Algarve, uma vez que, segundo a instituição, cerca de 20 por cento dos bebés que nasceram no Algarve em 2008 são filhos de mães não portuguesas. Entre as cidadãs estrangeiras, foram as brasileiras que mais bebés tiveram nos hospitais do Algarve em 2008 (365), logo seguidas das ucranianas (150) e das romenas (130). A mães estrangeiras moldavas tiveram 100 bebés e as inglesas 67 bebés, mas as cidadãs da Guiné-Bissau (35), Angola (34), Cabo Verde (32), França 20) e Bulgária (19) também contribuíram para o aumento da taxa de natalidade algarvia.
A Unidade de Neonatologia do Hospital Central de Faro - a única que, na região, recebe prematuros com menos de um quilo e meio e ajuda cerca de 50 bebés por ano a sobreviver a um parto muito precoce - é outra das razões que tem contribuído, segundo a ARS, para elevar os números de natalidade e baixar a mortalidade infantil. Com base nos dados do INE e da Direcção-Geral da Saúde, o Algarve registou também, em 2008, a menor taxa de mortalidade infantil da região nos últimos cinco anos: 3,2/1000. Os portugueses, tal como acontece com outros europeus, têm vindo a retardar a natalidade e a diminuir o número de filhos. A taxa de natalidade em Portugal passou de 28 por cento, em 1935, para 10 por cento, em 2006: ou seja, praticamente três vezes menos. Isto significa que não está a ser feita a renovação de gerações, que só será possível com 2,1 crianças por mulher, quando a média é actualmente de 1,36 filhos por mulher em idade fértil, explicou à Lusa Mariano Ayala, médico de saúde pública do Hospital de Faro. Apesar de medidas recentes do Governo para apoio à natalidade, o índice de filhos por mulher em 2008 foi de apenas 1,37 em Portugal, quando em França, o país da Europa onde se tem mais filhos, cada mulher teve, em média, 2,2 bebés, segundo o Eurostat.

Notícia daqui.

CICLO MULTIMÉDIA

A Associação FARO 1540 vai levar a efeito nas próximas três terças-feiras (dias 1, 8 e 15 de Setembro), na Sociedade Recreativa “Os Artistas” (Rua do Montepio, 10 – Faro), com o apoio desta Sociedade, um ciclo audiovisual com a exibição das obras:


HOME – Nosso Planeta, Nossa Casa – Dia 1 de Setembro / 22H45

Zeitgeist the Movie – Dia 8 de Setembro/22H45

Zeitgeist Addendum – Dia 15 de Setembro/22H45

É de referir que estes dois últimos filmes foram vencedores, respectivamente, do prémio 2007 e 2008 do “Artivist Film Festival” atribuído por Hollywood na categoria de melhor película.

Os filmes/documentários Zeitgeist explicam e demonstram a falência e a ruptura do actual modelo económico/financeiro que “gere” o mundo. Para além disso apresentam provas de como os grandes grupos económicos e financeiros actuam a nível mundial para exercer directa ou indirectamente a sua influência em governos e economias mais fracas, contribuindo assim para o colapso da economia mundial e para o surgimento da inevitável crise financeira que agora atravessamos.

Como forma de combater este cenário de recessão mundial, o projecto Zeitgeist apresenta um modelo alternativo ao actual modelo económico/financeiro e explica como este funciona e pode ser implementado.

O filme HOME faz a descrição da exploração desenfreada que o Homem tem tido na gestão dos recursos do nosso Planeta sobretudo nos úlimos 50 anos e prevê os cenários se nada for feito para inverter esta tendência e qual a tecnologia que se encontra já disponivel para inverter essa situação.

A entrada é livre e os filmes são legendados em português!

domingo, 23 de agosto de 2009

Medidas de apoio à natalidade são insuficientes


Para o demógrafo Mário Leston Bandeira, os incentivos materiais, os subsídios ou o aumento das licenças parentais adoptados por este governo "são medidas positivas num país onde os bebés que nascem são insuficientes para repor naturalmente as gerações", mas agora falta outro tipo de medidas "que favoreçam a conciliação entre a vida familiar e o trabalho profissional, tanto para homens como para mulheres".

O demógrafo, que já presidiu à Associação Portuguesa de Demografia, defende que antes de alargar, como anunciado, a escolaridade obrigatória para o 12.º ano, o governo deveria "baixar a idade para os três anos, porque as mulheres portuguesas são das mais activas da Europa e é necessário criar condições para que elas possam trabalhar e ao mesmo tempo serem mães", num país onde "são elas quem acaba por ter mais obrigações em relação aos filhos".

"Muito mais importante do que o TGV e o Aeroporto é investir em creches em todo o país, porque não existem os equipamentos necessários para que toda a gente possa pôr os filhos em infantários e, por outro lado, continua a haver muita discriminação no emprego contra as mulheres que tenham filhos ou declarem estar a pensar ter filhos", salientou. Por isso, Leston Bandeira defendeu medidas que garantam efectivamente emprego para as mulheres que estão grávidas ou que têm filhos pequenos e ainda uma "presença efectiva do Estado a sancionar todos aqueles que discriminam no emprego estas mulheres".

"É um crime anti-social, porque não estão a pensar no futuro, quando a imigração já não for suficiente para resolver o problema da mão-de-obra", considerou. Entre os factores que contribuem para que muitos casais não tenham mais filhos, Leston Bandeira aponta ainda o desemprego ou emprego precário, que atinge sobretudo os jovens e adia a sua disponibilidade para ter filhos, as mulheres que estudam até mais tarde e adiam a maternidade para depois dos trinta anos e, por outro lado, o casamento cada vez mais tardio. Num país onde "as famílias têm baixos salários, as famílias numerosas são cada vez menos as mais pobres, mas sim quem tem mais rendimentos, porque a classe média não consegue", realçou.

Mário Leston Bandeira salienta o sucesso de políticas de apoio como as adoptadas nos países nórdicos e em França, o país da Europa onde se tem mais filhos. "Em França existem creches gratuitas desde os dois meses da criança e o ensino pré-escolar é universal e gratuito desde os três anos, entre outras medidas como descontos sérios nos impostos e permissão para que as mulheres possam ter emprego a tempo parcial, mas com garantia de direitos", exemplifica.

Fonte: Público

sábado, 22 de agosto de 2009

ONG radical pinta abortistas como defensores dos direitos humanos

Num relatório divulgado recentemente do Centro de Direitos Reprodutivos (CDR), o grupo de defesa do aborto está apelando para que a ONU formalmente reconheça os provedores de aborto como “defensores dos direitos humanos”. Em “Defendendo os Direitos Humanos”, o CDR pressupõe que o aborto é parte do sistema aceito de direitos humanos e tem como alvo as restrições legais ao aborto, ao financiamento do aborto e o “fracasso de reduzir o estigma relacionado ao aborto” como “violações dos direitos humanos”.

O CDR afirma que os provedores de aborto têm de ser reconhecidos como “defensores dos direitos humanos” porque todo ataque aos provedores de aborto viola os direitos humanos fundamentais das mulheres ao restringir “a capacidade de as mulheres realizarem seu direito à assistência de saúde reprodutiva, inclusive abortos seguros”.

De acordo com o site da Secretaria da Alta Comissão da ONU sobre Direitos Humanos, “defensor dos direitos humanos” é um termo usado para descrever pessoas que, “individualmente ou com outras, agem para promover ou proteger os direitos humanos”. Para ser um defensor dos direitos humanos, uma pessoa “tem de agir para lidar com qualquer direito humano em favor de indivíduos ou grupos” e “buscar a promoção e proteção de direitos civis e políticos bem como a promoção, proteção e realização de direitos econômicos, sociais e culturais”.

Os críticos apontam que nenhum dos tratados de direitos humanos da ONU válidos menciona o aborto ou “direitos reprodutivos” e que o CDR está usando recomendações não obrigatórias dos comitês da ONU e uma interpretação criativa de direitos humanos existentes para afirmar que há um direito internacional ao aborto.

A interpretação do CDR da lei internacional liga o aborto a direitos humanos reconhecidos e estabelecidos. No documento, o CDR afirma que o direito humano à dignidade, liberdade e segurança “exige que as mulheres tenham autodeterminação reprodutiva e sexual”. Esse direito à “autonomia reprodutiva” inclui a “capacidade de as mulheres controlarem o número e espaçamento de seus filhos”, o direito a informações, privacidade e confidencialidade. Além disso, o direito à saúde necessariamente abrange o direito à saúde sexual e reprodutiva, inclusive “serviços de assistência de saúde reprodutiva” — que incluem o aborto, segundo o CDR.

O CDR acusa que as políticas e medidas legais para regular o aborto se qualificam como discriminação contra os provedores de aborto, que estão atuando como “defensores dos direitos humanos”. O CDR cita as leis de obrigatório adiamento e aconselhamento como uma violação dos defensores dos direitos humanos”. Essa violação, segundo o CDR, “proíbe” o exercício dos direitos dos provedores de efetuarem abortos”.

O CDR também busca fazer o governo apresentar o aborto de uma forma positiva, afirmando que o fracasso do governo de lidar diretamente com o “profundo estigma” do aborto equivale a desculpar e encorajar “a colocação de provedores como alvo de tormentos e restrições legais contra seu trabalho”. O CDR também acusa que as restrições de financiamento ao aborto são discriminatórias porque “selecionam para extermínio uma categoria de serviços medicamente necessários”.

As recomendações do CDR incluem criar medidas para aumentar o número de médicos que realizam abortos (inclusive ensinando aborto nas faculdades médicas), advogar a rejeição de leis que restringem o aborto e derrubar toda restrição ao aborto.
Texto daqui.

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Selo Apóstolo da Vida




A recente proximidade das eleições autárquicas e legislativas na qual estou envolvido e, em particular, a minha participação no blogue de cariz político Jamais, fez com que só agora tivesse tido oportunidade de responder.


Aqui no nosso blogue no qual convivem cristãos não praticantes com cristãos católicos e evangélicos a posição do Bispo Dom José Cardoso Sobrinho teve leituras diferentes.


Da minha parte, na altura, expressei a minha que apenas a mim me vincula e responsabiliza, louvando a coragem do bispo e aderindo, sem reservas, à sua iniciativa de explicar, em termos de direito canónico, quais as consequências da prática de um aborto.


De qualquer forma, compreende-se qual a lógica deste prémio de blogues pró-vida e, seguindo as regras do prémio passo, então, a indicar outros galardoados.


Assim, se fosse possível, indicaria os meus colegas de blogue, como meus premiados, pela suas persistência e pela companhia que nos têm feito aqui já desde há mais de 2 anos.


De qualquer forma, como haveria que indicar outros blogues, indico


- O Blogue anti-aborto, pela vida, da autoria de Vitor Ramalho, Joaquim Cymbron e Manuel, também por serem, à semelhança do nosso, dos poucos que mantém actual o tema do aborto, 2 anos após o referendo.

- O Inimputável, com destaque para o Juiz Pedro Vaz Patto, do médico Pedro Afonso e do advogado, meu colega, Miguel Alvim, pela originalidade e perseverança na defesa da vida e na denúncia da cultura de morte.

- O Cláudio Anaia e o seu Relances., por se tratar de um jovem socialista que ousou dar a cara, com uma enorme coragem e contra o seu próprio partido político, em favor da defesa dos nascituros e, ainda hoje, mantém no seu blogue alguns posts sobre esta temática.


Caso os meus colegas de blogue, queiram indicar outras pessoas e respectivos blogues, podem acrescentá-los aos que, agora, indiquei.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

A China e o Aborto


Na China o futuro do aborto já chegou: estudantes tem 50% de desconto para abortar. Assim. Fácil. É só querer. E se essa triste realidade de um país no qual o cristianismo não teve tantos avanços choca, o que dizer do mundo ocidental de cultura cristã que aos poucos vai se deixando seduzir pelo discurso da banalização da vida?


O recorte acima é um anúncio – com os telefones para contato devidamente retirados da publicação aqui… – que circula na cidade de Chongqing. A peça foi notícia no site Shanghaiist, no qual se pode ler o anúncio em inglês. Aqui vai a tradução:


As estudantes são o nosso futuro, mas quando algo acontece a elas, quem irá protegê-las e ajudá-las? O Hospital da Mulher de Chongqing Huaxi deu início ao Mês de Cuidado às Estudantes, durante o qual as garotas que buscam um aborto poderão ganhar 50% de desconto se mostrarem sua carteira de estudante. Oferecemos abortos com as técnicas cirúrgicas mais avançadas do mundo, que não causam elasticamento (no seu útero), nem machucam. É rápido e logo após você poderá fazer o que quiser, sem comprometer seus estudos ou seu trabalho.”


O Governo Chinês informa que ocorrem 13 milhões de aborto por ano no país. Um aborto na China custa cerca de 600 yuan, ou US$88.


Aborto: os números falam ao contrário

A ideia e o argumento da legalização do aborto prendem-se com a ideia de reduzir a mortalidade da mulher que aborta clandestinamente. Não conheço os números em Portugal porque desde que José Sócrates chegou ao poder, o regime socratino transformou a transparência estatística em “translucidez opaca”, ou seja, dá a impressão de que passa alguma informação para o público, mas é só impressão ― só se publica nos "media" aquilo que a esquerda quer e como quer.

O país da América Latina com menos mulheres mortas devido à gravidez, é o Chile, que é conhecido pelas suas leis anti-aborto e pela protecção da maternidade. O país do sub-continente com mais mulheres mortas no processo de gravidez e/ou maternidade, é a Guiana, com uma taxa de mortalidade 30 vezes superior à do Chile; acontece que na Guiana não existe restrição legal ao aborto desde 1995.


A Nicarágua foi alvo, durante muitos anos, de um ataque feroz do lóbi abortista internacional. A Suécia cancelou a sua ajuda àquele país da América Central de 20 milhões de Euros anuais porque a Nicarágua se recusava a ceder às pressões abortistas, o que levou a que o país cedesse, e há três anos para cá, liberalizou o aborto. Recentemente, a Amnistia Internacional emitiu um relatório em que se dava conta de que a taxa de mortalidade maternal cresceu depois de que a Nicarágua liberalizou o aborto, apesar da negação dos "media" sobre os factos evidenciados pela Amnistia Internacional.


Na África do Sul, a taxa de mortalidade maternal subiu em 20% no período de 2005 / 2007, num país que tem uma lei abortista permissiva. Uma parte significativa das mortes são devidas a “complicações devidas ao aborto”, segundo o IPPF (International Planned Parenthood Federation). O país africano com menos mortes femininas são as Ilhas Maurícias, segundo relatório da Organização Mundial de Saúde de 2009. A legislação das Maurícias é a das mais proteccionistas em relação à maternidade e ao direito dos seres humanos não-nascidos no continente africano.

Países como a Etiópia cederam à pressão abortista internacional e legalizaram o aborto. O resultado é uma taxa de mortalidade da mulher 48 vezes superior à existente nas Maurícias.

No continente asiático, o Nepal liberalizou o aborto e tem a taxa de mortalidade feminina mais alta da sua região. Em contraponto, o Sri Lanka tem uma legislação mais proteccionista em relação à maternidade e tem por isso uma taxa de mortalidade feminina 14 vezes inferior à do Nepal.

Em todo o mundo, o país com a taxa de mortalidade feminina mais baixa é a Irlanda, uma nação que proíbe o aborto e cuja constituição explicitamente defende os direitos dos seres humanos não nascidos. Trata-se de um país civilizado.


Texto daqui.

Falhas nos preservativos

"Há, no entanto, um consenso de que o discurso da prevenção focado apenas no uso do preservativo está saturado e precisa ser repensado. “O discurso do uso do preservativo em todas as relações sexuais está tendo um efeito reverso e isto pode ser visto tanto na área da sexualidade com o crescimento dos grupos que praticam o bareback (penetração anal sem uso de preservativo), como na área da reprodução, com um número cada vez maior de casais soropositivos ou sorodiscordantes querendo exercer o direito à paternidade e à maternidade”, afirmou Daniela Knauth, do Departamento de Medicina Social da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul)"
(....)
Novas metodologias de prevenção
Dentro ainda da crítica à prevenção focada no uso do preservativo, os participantes discutiram as novas tecnologias de prevenção, como a circuncisão, os microbicidas e a profilaxia pré e pós exposição. “Nenhuma dessas tecnologias tem 100% de eficácia, por isso, o futuro da prevenção será uma combinação de todos os métodos disponíveis, incluindo as tecnologias novas que se confirmarem eficazes e o bom e velho preservativo”, afirmou Daniela Knauth da UFRGS. “Mas não podemos esquecer que a prevenção só será completa com a participação das comunidades, da sociedade civil, considerada uma das grandes responsáveis pelo sucesso da resposta brasileira à epidemia de aids”, concluiu. Flávio Pontes, do Rio de JaneiroEspecial para a Agência de Notícias da Aids
Seminário “Prevenção das DST/Aids: Novos Desafios” organizado pela ABIA (Associação Brasileira Interdisciplinar de Aids) , no Rio de Janeiro.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

A viabilidade da vida


Manifestação contra educação sexual obrigatória


Manifesto de Protesto ao Governo, na pessoa da Exma. Senhora Ministra da Educação, oito dias após a publicação da Lei 60/2009.
Repudiamos a Lei 60/2009 sobre educação sexual em meio escolar por ser uma lei que suprime a liberdade de educação dos Pais portugueses. Manifestamos o nosso compromisso de lutar para devolver aos Pais portugueses o direito fundamental de escolherem qual a educação sexual a dar aos filhos. A lei não respeita:
A Constituição da República, que reconhece os direitos das famílias (Artigo 36, nº. 5), e a liberdade de aprender e ensinar (Artigo 43).
A Declaração Universal dos Direitos Humanos (Artigo 26, nº. 3)
A razão de ser da Democracia


A única forma de garantir que aqueles com quem concordas possam educar os seus filhos como querem, é garantir aos que não concordam contigo o direito a educar os filhos como querem (Eleanor Holmes Norton).


O Parlamento não foi capaz de indicar:
um país com um modelo igual ao nacional-sexualista português agora aprovado.
uma prova cientifica sólida que recomende esse modelo A lei é errada. Vai causar danos.

Acabará por ser superada. Dá pena ver as autoridades de hoje irremediavelmente associadas a este passo em falso.

Lisboa, 14 de Agosto de 2009

Plataforma de Resistência Nacional


segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Homossexualidade tem tratamento

Para alguns homossexuais que pretendam modificar as suas opções sexuais, há a possibilidade de tratamento e esse tratamento é deontológico e tecnicamente viável.

Ver, aqui, a notícia do The Wall Street Journal

domingo, 16 de agosto de 2009

Centro de Medicina de Reabilitação do Alcoitão


Seja voluntário.

Ver mais aqui.

Cientistas britânicos descobriram forma de melhorar mobilidade dos tetraplégicos

Uma experiência com ratos mostrou que é possível melhorar a mobilidade das pessoas tetraplégicas mediante injecção de determinadas proteínas na medula espinal e exercícios específicos, segundo um estudo publicado este domingo na revista Nature.

Um grupo de investigadores chefiado pelo professor James Fawcett, do Departamento de Neurociência da Universidade de Cambridge (Reino Unido), encontrou forma de os roedores com uma lesão grave na espinha recuperarem parcialmente a sua capacidade de movimentos.

Fawcett e a sua equipa associaram um exercício específico da perna dianteira de roedores com a injecção de uma enzima chamada condroitina, obtendo como resultado um crescimento notável das fibras nervosas dos animais.

As suas conclusões sugerem que estas injecções duplicam as possibilidades de sucesso dos exercícios físicos concretos.

Actualmente, não há tratamento disponível para ajudar os doentes tetraplégicos - pessoas com mobilidade nula ou parcial dos braços e pernas - para que recuperem as funções desses membros após uma lesão grave na medula espinal.

«Embora os possíveis efeitos secundários das injecções de condroitina - que ajudam a obter mais plasticidade - exijam ainda muitos estudos antes de aplicação a doentes humanos, estes resultados sugerem uma possível nova terapêutica para as pessoas afectadas por uma lesão grave da medula espinal», explicou Fawcett.

Uma lesão na medula espinal, que é um feixe de nervos que transporta as mensagens entre o encéfalo e o resto do corpo, provoca geralmente a diminuição ou ausência da mobilidade, bem como da sensibilidade táctil.

Fonte: TSF (aqui).

O valor da vida humana para uma certa tradição judaíca


Uma das afirmações mais eloquentes sobre o valor da vida humana vem de uma fonte muito estranha: a admoestação administrada pelos antigos tribunais judaicos às testemunhas em casos envolvendo a pena capital. Além dos esperados avisos contra o perjúrio, os juízes ofereciam um comentário sobre a razão por que Deus povoou originalmente o mundo com uma só pessoa, Adão. «Para nos ensinar,» avisava-se a testemunha, «que quem quer que destrua uma vida é considerado pela Torá como se tivesse destruído um mundo inteiro, e quem quer que salve uma vida é considerado pela Torá como se tivesse salvado um mundo inteiro» (Mishna Sanhedrin 4:5).

Tendo sugerido pelo menos uma lição ética que pode ser aprendida da criação singular de Adão, os rabinos propunham duas outras: «[Deus criou toda a humanidade através de Adão] em nome da paz entre as pessoas. Assim, ninguém pode dizer ao seu próximo, «O meu pai é mais que o teu pai [já que todos os seres humanos descendem do mesmo pai]». Além disso, a criação de Adão «proclama a grandeza de Deus, pois, quando um homem bate muitas moedas com um só cunho, elas são idênticas, mas o Rei dos Reis, Deus, fez cada ser humano com o selo de Adão, e nem um é igual aos outros». [...]

A crença rabínica de que cada vida humana é de valor infinito tem implicações legais, e não apenas homiléticas. Significa, por exemplo, que salvar muitas vidas, a expensas de uma vida inocente, não é permitido, pois, por definição, muitos «infinitos» não podem valer mais do que uma «infinidade».


Tradução de Jorge Costa, via Cachimbo de Magritte

sábado, 15 de agosto de 2009

Adolescente usada para promover eutanásia, mudou de opinião e recebeu coração


Em novembro do ano passado, o drama da adolescente britânica Hannah Jones foi usado como bandeira para promover a eutanásia. Com o apoio de seus pais, Hannah, de 13 anos, negava-se a receber um transplante de coração defendendo seu suposto direito a morrer. Meses depois, mudou de opinião e optou por salvar sua vida.


Vários anos atrás Hannah foi diagnosticada com um tipo estranho de leucemia. Quando os especialistas obtiveram a remissão do câncer descobriram uma cardiomiopatia; seu coração tinha uma cavidade e era necessário removê-lo para que Hannah seguisse com vida.


Ao conhecer os riscos da operação e a eventual necessidade de um novo transplante depois de dez anos, a menor disse aos seus pais e às autoridades de saúde que não queria mais tratamentos e que voltaria para casa embora isso implicasse sua morte.


Ante a sua negativa, a direção do hospital que a atendia, o Herefordshire Primary Care Trust de Hereford (Reino Unido), decidiu ir aos tribunais para retirar temporalmente a custódia a seus pais e “obrigar” a adolescente a submeter-se à cirurgia; entretanto, depois de vários procedimentos legais e o relatório de um funcionário do gabinete do defensor do menor, o hospital decidiu retirar a demanda.


Seu caso foi usado como bandeira por vários grupos anti-vida para promover a legalização da eutanásia e o suicídio assistido.


Segundo o jornal Telegraph, Hannah mudou de opinião após sofrer uma falha parcial no rim no dia 7 de julho, cinco dias antes de fazer 14 anos.


A adolescente não pôde receber uma diálise devido ao seu coração que era muito fraco para o tratamento. Hannah devia voltar para a lista de receptores de coração doado ou sofreria uma falha renal grave e uma morte segura.


“Sei que tinha decidido que não queria isto de nenhuma maneira, mas todo mundo tem direito a mudar de opinião”, indicou Hannah depois de submeter-se ao bem-sucedido transplante e expressou sua alegria porque “agora estou tomando 27 remédios, mas logo terei que tomarapenas 12″.

Notícia daqui.

Mais informações aqui (BBC News), aqui (ACDigital),

Lei do Aborto: há perguntas que continuam sem resposta

Neste "post" e nos respectivos comentários, onde se fala sobre a lei que liberalizou o aborto em Portugal, vê-se que continuam muitas perguntas por responder.

O valor "relativo" da vida


A jornalista Fernanda Câncio, uma das mais entusiasmadas apoiantes da liberalização do aborto no último referendo de Fevereiro de 2007, neste seu post, fez uma referência à defesa dos direitos dos "criminosos".

Entre esses direitos dos "criminosos" elenca "o direito à vida (ou seja, a não serem executados a sangue frio à esquadrão da morte)" .


Não deixa de ser estranha esta referência porque precisamente o feto, que não é propriamente um criminoso, efectivamente não tem qualquer direito à vida e efectivamente é executado a sangue frio em frente de um esquadrão da morte pago por dinheiros públicos em estabelecimentos de saúde públicos.


Não é engraçado como o direito à vida é tão "relativo" ?

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Metade das crianças para adopção é rejeitada

Cerca de metade das 2463 crianças registadas nas listas nacionais de adopção dificilmente encontrará uma família. A idade, a existência de irmãos ou de uma qualquer deficiência dificultam o processo.

Governo tira Lobo Antunes do Conselho de Ética para as Ciências da Vida

O Governo não reconduziu João Lobo Antunes, neurocirurgião membro do Conselho de Estado, para o Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida (CNECV). O professor universitário, que tinha sido mandatário da candidatura presidencial de Cavaco Silva – como já fora de Jorge Sampaio – assinou, em Julho, com o médico Daniel Serrão, o parecer negativo do CNECV sobre o testamento vital dos doentes, que contribuiu para adiar o projecto de lei do PS para a próxima legislatura.

João Lobo Antunes não quis comentar à SÁBADO se a sua não recondução teve contornos políticos: “Acabei o mandato e saí porque não fui nomeado por ninguém”. Questionado sobre se poderia ter sido indicado na quota de outro dos organismos que fazem nomeações para o CNECV – isto caso a decisão do Governo fosse conhecida –, o conselheiro de Estado respondeu: “Não costumo andar a fazer lóbi para ter cargos”.

A nomeação de cinco dos 20 membros compete ao Conselho de Ministros, por indicação de outros tantos ministérios. Lobo Antunes tinha sido escolhido pelo Ministério da Saúde.

Indicado pela Academia das Ciências no mandato que cessou, Daniel Serrão pediu para sair neste mandato, mas diz que ficou “surpreendido” quando não viu o nome de Lobo Antunes entre os 20 membros do CNECV, até porque “se fosse membro poderia ser presidente”, afirmou à SÁBADO.

Pedro Nunes, bastonário da Ordem dos Médicos e também membro do CNECV admite que o organismo fica mais pobre: “Posso dizer que é uma grande perda para o conselho. Era uma pessoa que desenvolvia um trabalho efectivo e de grande qualidade”.

O CNECV é um órgão consultivo independente, que funciona junto da Assembleia da República, e que tem por missão analisar os problemas éticos suscitados pelos progressos científicos nos domínios da biologia, da medicina ou da saúde em geral e das ciências da vida.
Notícia daqui (Sábado).

Educação da Sexualidade na Família ou nas Escolas: Orientação ou Desorientação?


O século XXI começou com muitas controvérsias e debates. Dois dos principais alvos foram a Família e o Sexo.O lema da actualidade é a ausência total de barreiras. Tudo é relativo, tudo é permitido…
As consequências, o futuro as dirá! E já as diz o presente, por exemplo, no sentido de culpa de muitos contemporâneos, na gravidez de adolescentes, etc. …
Neste momento, discute-se a implementação da educação sexual nas escolas, com carácter obrigatório! Sou advogada, já dei aulas e tenho quatro lindos filhos! Esta tirania estatal não a posso aceitar. A maioria dos pais não a aceita de facto. Porque querem então impor-nos à força mais esta prepotência? Pelo que se percebe, não se está perante uma disciplina científica, neutra, que não venha a induzir futuros comportamentos, bem nefastos!Pelo contrário, o programa previsto, faz uma abordagem primária e “desavergonhada” quer à criança quer ao jovem adolescente.
Os órgãos sexuais serão abruptamente exibidos às crianças, explicitando detalhes inapropriados das relações sexuais. Todas as orientações sexuais serão tratadas como equivalentes e igualmente boas. Quanto ao preservativo, passa a ter o monopólio do sexo seguro e livre, como se isso fosse quase um dogma (que nos perdoem os poucos e verdadeiros dogmas…).Desta forma distorcida, promove-se e estimula-se o prazer sexual como norma de conduta. O individualismo é levado ao extremo nietzschiano, em que o outro passa a ser um mero objecto de prazer, que se rasga e deita fora, consoante o prazo individual de validade.Ainda estamos próximos do Dia Mundial da Criança, 1 de Junho. Este dia foi criado após a Segunda Guerra Mundial, em 1950.
A Assembleia Geral da ONU reconheceu e teve em particular consideração a necessidade de uma maior protecção e dos cuidados especiais que as crianças necessitam, devido à sua natural e inerente falta de maturidade física e intelectual.Este reconhecimento está em total contradição com a programação desta disciplina.Trata-se de uma abusiva interferência do Estado, em assuntos que a Constituição da República e a Lei atribuem aos privados.
Será uma tentativa de “estatização” da família? De alienação dos bens familiares, sempre ligados a alguma privacidade?
Seria grave ver a nossa tão proclamada Democracia, enveredar por caminhos que se assemelham aos trilhados pelos países Totalitários.
Afinal as famílias parece que só servem para dar o voto, mas não podem ter voto na matéria!
Fátima Vaz
Fonte: Jornal das Caldas

domingo, 9 de agosto de 2009

Para nos fazer pensar

"A relevância que se atribui à educação das crianças e a consciencialização da responsabilidade que, nesta matéria, a sociedade detém, tem vindo a desenvolver-se num crescendo de interesse após a aprovação, pela Assembleia Geral das Nações Unidas, em 1989, da Convenção sobre os Direitos da Criança. Também em Portugal se tem evidenciado uma clara valorização do estatuto da criança e da importância da sua educação. É de salientar o progresso, na legislação portuguesa, no que diz respeito à salvaguarda da promoção e protecção das crianças. Mas, não obstante este progresso, assinalável, há na sociedade portuguesa fortes desigualdades sociais entre as crianças, uma grande taxa de pobreza infantil (mais de 20%), crianças maltratadas, mal amadas, mal acolhidas pela escola. Estes indícios são reflexos de uma série de factores sociais como o desemprego, os baixos níveis de escolarização dos pais, a maior taxa de mulheres trabalhadoras a tempo inteiro na Europa, factores que, aliados à crescente multiculturalidade, às transmutações da família tradicional com muitas situações de famílias mono-parentais e de crianças sem pais, tornam os contextos educativos muito vulneráveis. Mudanças de comportamentos com tendência para o sedentarismo e a passividade perante a televisão ou o fascínio do entretenimento com jogos informáticos levaram à reorganização dos espaços, dos tempos e das vivências da infância e a um novo relacionamento com o mundo, provocando um modo diferente de apreender e conviver com o real. Vivências em culturas multi-referenciais, disparidade de informações e diversidade de solicitações transformaram a criança num consumidor precoce, alvo de processos de marketing desenfreado."


"O contexto demográfico em que a provisão de educação está a ser assegurada é marcado por uma acentuada redução das taxas de natalidade e de mortalidade, com o consequente envelhecimento da população, só parcialmente compensado com crescentes fluxos imigratórios. "

"Será ainda importante não esquecer a importância de se garantirem estratégias proactivas de incentivo à captação de profissionais de professores e educadores do sexo masculino nas estruturas educativas dos 0 aos 12 anos: a ausência do sexo masculino na educação das primeiras idades é uma privação para as crianças mas, simultaneamente, uma privação para os homens. "
"As crianças portuguesas vivem a instabilidade de uma vida familiar, derivada de uma multiplicidade de factores demográficos, culturais e sociais. Sentem a indisponibilidade dos adultos para estarem -- e brincarem -- com elas, sabendo-se que os pais portugueses são os que, na Europa, menos brincam com os seus filhos, negligenciando assim o valor do brincar como exercitação de competências e integração de saberes evidenciado pelo conhecimento científico ou relegando-o para os contextos de interacção entre a criança e o computador. As nossas crianças são também alvo da necessidade que os pais sentem de as protegerem dos perigos de uma sociedade cada vez mais atentatória da sua fragilidade, levando a exageros que lhes retiram os tempos e os espaços para as "suas" brincadeiras, nomeadamente com os seus pares, crianças da mesma e de outras idades. Desfrutam pouco da riqueza da vida nas comunidades e contactam predominantemente com o elemento feminino vendo-se assim privadas do equilíbrio entre a quietude normalmente transmitida pelo elemento feminino e a ousadia culturalmente referenciada ao elemento masculino."

"As famílias são – e devem continuar a ser – o contexto, primeiro e primordial, responsável pela educação das crianças. Mas as condições de vida das famílias na actualidade requerem apoios, desde a 1ª infância, apoios que têm de ser pensados e aceites numa lógica de complementaridade e não de substituição. "

"No nosso país não existe provisão formalmente reconhecida na Lei de Bases do Sistema Educativo (LBSE) para a faixa etária dos 0 aos 3 porque se entendeu que é às famílias que compete a socialização primária e a educação das crianças nesta idade (...); no entanto, este entendimento não tem sido acompanhado de políticas familiares e de trabalho consonantes com este ideário. "

In: C.N.E. – CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO (2008), Relatório do estudo “A educação das Crianças dos 0 aos 12 anos”. Disponível aqui.
Imagem daqui.

"O fim da vida não tem de ser um período de sofrimento"


Quem a conhece diz que está sempre a sorrir. Ela define-se a si própria como "bem-disposta, apesar de muitas circunstâncias". É certo que aquilo que faz durante todo o dia dificilmente despertará um sorriso a alguém. Mas Isabel Galriça Neto é peremptória: "Ao contrário do que a maioria das pessoas pensa, trabalhar nesta área não é deprimente.


"A área é a dos cuidados paliativos - uma especialidade que procura intervir no sofrimento de doentes muito graves e incuráveis. Galriça Neto é directora desta unidade no Hospital da Luz, presidente da Associação Portuguesa de Cuidados Paliativos, e agora candidata independente pelo CDS/PP a um lugar no Parlamento. Para onde quer levar a sua experiência nesta área, numa legislatura que discutirá o testamento vital e, com grande probabilidade, a eutanásia. Uma questão para a qual Isabel Galriça Neto tem uma resposta: não. Reconhecer o direito à eutanásia seria "a sociedade render-se à sua incapacidade de ajudar".


Invoca "15 anos de experiência, com milhares de doentes", para defender que esta não é a solução. "O ano passado tive três situações de pedidos de eutanásia. Dos três, nenhum se manteve consistente", argumenta, defendendo que tem de se mostrar às pessoas que há "possibilidade de intervenção" no sofrimento. Mas, e se um doente escolher a eutanásia? A sociedade tem o direito de lhe dizer que não? "Aquilo que vejo na experiência de outros países é que, em nome do direito individual, a colectividade tem problemas. Abriu ali um filão, abriu uma porta, torna-a facilitadora."


A médica e candidata à Assembleia da República sustenta que a eutanásia "não tem nada de revolucionário, é redutora". E que a luta deve ser outra: "Os que não têm acesso a cuidados paliativos, e que têm a ideia de que só a eutanásia é que lhes acaba com o sofrimento, é óbvio que vão pedi-la. A escassez de cuidados paliativos enviesa os pedidos de eutanásia.


"Isabel Galriça Neto acrescenta que o fim da vida "não tem de ser um período inevitável de sofrimento", sem espaço para mais nada - "Pergunte a um doente meu que esteve a beber uma cerveja e a comer uns caracóis que lhe arranjámos."


"Isto não se faz com beijinhos"


Nascida em Lisboa, em 1961, Isabel Galriça Neto cedo escolheu o que viria a ser o seu percurso profissional - e disso deu sinal aos 14 anos, quando quis assistir, no bloco operatório, a uma cirurgia ao avô paterno. Formou-se na Faculdade de Medicina de Lisboa e fez a especialidade em clínica geral. Em 1992, uma visita a Inglaterra - onde pela primeira vez tomou contacto com os cuidados paliativos - coincidiu no tempo com a doença do avô materno, afectado por um cancro. Foi o início do percurso que seguiu até hoje, numa área ainda olhada com estereótipos. "Os cuidados paliativos são vistos como uma área de caridade, em que somos todos bonzinhos, fazemos festinhas aos doentes." Errado, acrescenta: "Isto não se faz com beijinhos. Faz-se com um bom controlo dos sintomas, apoio à família, trabalho em equipa, uma boa comunicação com o doente."


Texto daqui (DN).

Imagem daqui.

sábado, 8 de agosto de 2009

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Nova lei da Educação Sexual escolar publicada

Foi hoje publicada a nova lei da educação sexual escolar.

O texto pode ser consultado aqui.

De acordo com os artigos 4º e 12º da nova lei, o contéudo do programa previsto para cada ano escolar deverá ser regulamentado no prazo de 60 dias, a contar de hoje, isto é, até 7 de Outubro próximo.

POR QUE HÁ SEIS VEZES MAIS HOMENS COM SIDA, DO QUE MULHERES?


Talvez por não se conhecerem os dados estatísticos, e portanto sem má vontade, estão a aparecer na Imprensa muitos artigos de protesto contra o Presidente do Instituto Português do Sangue, por o Instituto não aceitar dadores homossexuais.
A convergência deste ataque pessoal já despertou certamente a sensibilidade democrática de muitos leitores, que reagem, incomodados, quando pressentem manipulação, por trás das opiniões concertadas. Este caso já foi longe demais e urge esclarecê-lo. Talvez tenha havido simples precipitação, sem desejo de enganar, mas um equívoco em questões tão importantes não pode eternizar-se sem uma informação mais correcta.
A confusão começou por não se terem divulgado devidamente os dados alarmantes da incidência de Sida e de outras doenças sexualmente transmissíveis entre os homossexuais portugueses. Admito que a intenção nasceu de um gesto de simpatia para com eles, mas o resultado de omitir esta informação não ajudou ninguém e ameaça inquinar as decisões médicas com critérios ideológicos.
A maioria dos cidadãos que queira consultar os relatórios sobre a Sida que mencionam a homossexualidade não os encontra disponíveis. Quem lida melhor com a informação estrangeira, descobre elementos que relacionam inequivocamente as doenças sexualmente transmissíveis com as práticas homossexuais e é levado naturalmente a pensar que o nosso País não será excepção. Mas, pelos vistos, as pessoas não estão despertas para o assunto e pronunciam-se sem fazerem a pesquisa.
Apesar de todo o pudor em falar destas coisas, há um dado que passou incólume o crivo da boa educação portuguesa: ano após ano, o Instituto Nacional de Estatística continua a publicar o número de casos de Sida entre homens e mulheres. Ano após ano, continua a haver em Portugal seis vezes mais homens com Sida do que mulheres. Isto não é um caso de saúde? Ninguém se preocupa com este facto? Preocupam-se mais em descolar os homossexuais portugueses da Sida, na Opinião Pública, em vez de os ajudar na realidade?
Sabe-se que, se se conseguisse dominar a propagação da Sida entre os homens, o número de ocorrências entre as mulheres praticamente desapareceria, porque a maioria das mulheres que estão infectadas foram contagiadas por homens, os quais constituem 80 a 90% da população infectada com este vírus.
O vírus da Sida não é o único que se transmite sobretudo por via sexual, nem é o que mais vítimas ocasiona, mas tem a característica (comum a alguns outros) de se poder contagiar através do sangue. Não é razoável fechar os olhos à realidade, em nome de preceitos ideológicos.
Não desejamos o contágio deste vírus a ninguém, e esforçamo-nos por não ofender a sensibilidade de quem quer que seja, mas a politiquice está a chegar a um nível inaceitável, em que interfere gravemente com decisões profissionais.
Não conheço o Presidente do Instituto do Sangue. Nunca o vi, nem ouvi e ignoro completamente o seu quadrante partidário ou as suas preferências ideológicas. Sei apenas uma coisa: estou-lhe grato pela coragem de enfrentar mais esta possidoneira politicamente correcta. E está de parabéns pela boa educação ― que faltou aos que o atacaram ―, pois verifico, pelo que acompanho na Imprensa, que manteve a calma.
José Maria C. S. André
(da Direcção da Federação Portuguesa pela Vida, Prof. do IST)

Exemplo de uma aula de educação sexual


Testemunho do registo nº. 5, da lista de cidadãos inscrita na Plataforma Resistência Nacional

"Na escola de um dos meus filhos, do primeiro ciclo, obrigaram um rapaz e uma menina a depir-se e a deitar-se em papel de cenário. Depois os outros colegas desenharam o contorno dos corpos deles e completaram com boca, nariz, olhos... e orgãos genitais. Mais tarde imaginaram uma história em que eles começaram a nomorar até que um dia decidiram ter filhos. A professora colocou o rapaz em cima da rapariga para eles verem como era para ter filhos. A seguir a rapariga engravidou e todos os dias iam aumentando o tamanho do bebé na barriga da menina. No final chamaram uma enfermeira do Centro de Saúde para fazer o parto. Se não soubesse disto em primeira mão, não acreditaria! Mas um dia descobri esta experiência publicada numa revista. Se quiserem posso tentar encontrar a revista e mandar uma digitalização para verem como é verdade (...)"


Será isto o guião de um filme de terror ?

O pior é que os nossos filhos poderão, um dia, vir a ser os seus protagonistas....

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Não usar o preservativo dá melhor saúde mental

Segundo um artigo de Andrea Cunha Freitas, publicado no jornal ‘Público’ de hoje, os investigadores, Rui Miguel Costa e Stuart Brody, da Universidade do Oeste da Escócia, baseiam-se em vários trabalhos académicos para sustentar esta polémica tese. Um dos principais estudos citados resulta de um questionário feito a 210 portugueses.
Em 2008, a mesma dupla de investigadores apresentou um artigo, no Journal of Sexual Medicine, onde alegavam que o uso de preservativo num coito vaginal estava associado a mecanismos imaturos de defesa psicológica.
Uma conclusão retirada das respostas de 99 mulheres e 11 homens portugueses (sobretudo estudantes universitários de Lisboa) a um questionário anónimo sobre os seus hábitos sexuais, a frequência de relações e orgasmos, entre outras perguntas. O uso do preservativo ficava, desta forma, associado pela primeira vez a uma pior saúde mental.
Fonte: Algarve Reporter e Público
O estudo é da autoria dos investigadores Rui Miguel Costa e Stuart Brody, da Universidade do Oeste da Escócia. Os autores fizeram um inquérito, sob anonimato, a 111 homens portugueses e a 99 mulheres que responderam a questões sobre a sua vida sexual. Os resultados sugeriram que o «sexo é bom para prevenir a depressão, tendências suicidas e imaturidade emocional, mas que um preservativo evita esses benefícios», explica o «Independent».
Os resultados são os mesmos para os casais com relacionamentos estáveis ou para heterossexuais que têm relações sexuais esporadicamente. «As explicações possíveis para a interferência dos preservativos nos benefícios para a saúde do sexo vaginal incluem a bloqueio de agentes anti-depressivos e imunológicos no sémen e nas secreções vaginais e a redução da satisfação e intimidade sexual.
Os autores basearam-se em vários outros estudos para sustentar a tese controversa.

Constitucionalista denuncia atraso do Tribunal Constitucional

Já lá vão cerca de dois anos”, explica o constitucionalista Bacelar Gouveia, “de facto é impressionante, como é que o Tribunal dá andamento a outros assuntos menos importantes e sobre estes, que são assuntos centrais, o tribunal nada diz. Por isso há uma prática que se está a instalar, sem qualquer controlo e não temos do Tribunal Constitucional, que deveria ter urgência em resolver este assunto, qualquer decisão”.
Bacelar Gouveia estranha a demora e ironiza quanto aos seus motivos: “eu não quero acreditar que a demora esteja apenas num cálculo político que os juízes estejam a fazer perante o cenário eleitoral que se aproxima, que queiram evitar o incómodo de decidir contra-corrente. Não quero acreditar que agora tenha entrado em cálculos e jogos políticos.”

Matar os indignos de viver

A ideia de que algumas pessoas são geneticamente inferiores e que é necessário eliminá-las ou evitar que se reproduzam é uma mentalidade que ainda persiste, apesar do horror que despertou após as atrocidades do regime nazista.
Em uma reveladora entrevista publicada no dia 12 de julho na New York Times Magazine, perguntava-se à juíza do Supremo Tribunal dos Estados Unidos Ruth Bader Ginsburg sobre o aborto, entre outros temas.

Referindo-se à sentença do Supremo que abriu as portas ao aborto, Roe v. Wade, e às sentenças sobre financiamento do aborto, Ginsburg comentava: “francamente, na época em que se decidiu sobre Roe, creio que havia preocupação com o crescimento da população e especialmente com o crescimento de populações que não queríamos que houvesse muitas”.

Esta assombrosa declaração não foi posteriormente aprofundada, e ela não deu explicações de que grupos se englobam dentro dos que “não queríamos que houvesse muitos”.

Em um artigo de opinião publicado no dia 14 de julho no Los Angeles Times, Jonah Goldberg admitia que o texto podia-se interpretar como uma mera descrição da mentalidade que se dava detrás das sentenças e, portanto, não temos certeza que Ginsburg tenha assumido estas ideias.

No entanto, continuou, é verdadeiramente certo que o impulso a favor do aborto se deveu em boa parte ao desejo de eliminar os considerados não aptos. É bem conhecido, afirmava, que a fundadora do Planned Parenthood, Margaret Sanger, "foi uma racista eugenésica de primeira ordem”.

Esterilização forçada
Há apenas um mês, recordava-se a triste história das esterilizações forçadas na Carolina do Norte.

Associated Press informava a 22 de junho que se inaugurou uma placa em memória das milhares de pessoas que foram esterilizadas de 1933 a 1973 por serem consideradas mentalmente incapacitadas ou geneticamente inferiores.
Segundo o artigo, o programa da Carolina do Norte tinha como objetivo os pobres e a população que vivia nos presídios ou nas instituições do Estado. Algumas eram simplesmente vítimas de violações. A Comissão de Eugenia do Estado ainda seguiu atuando até 1977, após os enfermos mentais terem sido colocados sob controle judicial.
Os programas de esterilização não são apenas uma questão de interesse histórico. No dia 22 de junho, o jornal Guardian informava que na África está-se obrigando a esterilização de mulheres portadoras do HIV.
Ao que parece, é-lhes dito que o procedimento é um tratamento rotineiro para a AIDS. A Comunidade Internacional de Mulheres com HIV/AIDS está preparando uma ação contra o governo na Namíbia em nome de um grupo de mulheres soropositivas do país que foram esterilizadas contra sua vontade.
O Guardian também informava que este grupo afirma que há esterilizações forçadas na República Democrática do Congo, em Zâmbia e na África do Sul.
A mentalidade eugenésica está muito difundida, ainda que de forma sutil, quando se trata de deficientes ou de quem sofre defeitos genéticos. Com frequência estas pessoas simplesmente são eliminadas antes que tenham a oportunidade de nascer.
Os tratamentos científicos prometem intensificar as ameaças para estes deficientes. No dia 1 de julho, o Times de Londres informava que investigadores estão desenvolvendo um teste genético universal para embriões capaz de detectar quase toda enfermidade hereditária.
Em breve começarão os testes e o professor Alan Handyside, da clínica Bridge de Londres, explicava ao Times que o teste será capaz de identificar qualquer das 15 mil deficiências genéticas conhecidas. Atualmente, podem-se conhecer 2% dos defeitos genéticos através dos testes em embriões.
Bebês desenhados
O artigo comentava que esta técnica, conhecida como karyomapping, aumentará a controvérsia sobre os “bebês desenhados”. O teste poderia também ser utilizado para selecionar um embrião de determinada cor de olhos, ou com genes que afetem a altura.
No entanto, seria difícil levar à prática a comprovação de muitos genes que controlam diversas facetas do desenvolvimento, porque seriam necessários centenas de embriões para garantir o perfil desejado.
Já é comum a prática de eliminar os embriões ou fetos que sofrem de síndrome de Down. Dominic Lawson criticava esta tendência em um artigo de opinião publicado no jornal britânico Independent no dia 25 de novembro passado.
Lawson, que tem um filho com síndrome de Down, observava no entanto alguns sinais de mudança. Citava Carol Boys, diretor executivo da Associação de Síndrome de Down, que afirmava que cerca de 40% das mães que dão positivo no teste de síndrome de Down continuam sua gravidez.
Em parte, explicava Boys, isso tem a ver com o fato de que as mulheres tendem a ter filhos a uma idade mais avançada. Isso significa que são mais conscientes de que é possível que não possam ter outros filhos. Ademais, estas mulheres têm carreiras assentadas que lhes dão mais confiança para enfrentar as pressões dos médicos para que abortem. Segundo Lawson, os médicos em geral têm “uma tendência visceral a favor da eugenia”.
“Isso não se baseia em uma consideração realista e atualizada das possibilidades abertas a quem tem síndrome de Down, ainda menos da felicidade que podem e de fato trazem às famílias, e inclusive à comunidade em seu conjunto”, acrescentava Lawson.
A causa de tais atitudes baseia-se no fato de que as pessoas com síndrome de Down vão custar mais ao sistema de saúde, acusava.
As novas provas genéticas também apontam a síndrome de Down, anunciava um artigo de 8 de junho na seção online do American Spectator. Sequenom, uma empresa que comercializa produtos de análise genética, desenvolveu um novo teste genético para a síndrome de Down.
O teste, chamado SEQureDX, supõe-se mais seguro e cuidadoso que qualquer teste genético pré-natal anterior. “Ainda que as novas provas sejam mais seguras tanto para a mãe como para o filho, criarão uma profunda insegurança para os bebês que acusem positivo para anormalidades genéticas”, indicava o artigo.
Ao menos outras três companhias estão desenvolvendo provas genéticas parecidas e esperam tê-las no mercado antes do fim do ano.
Erros fatais
A promessa de testes mais exatos aponta a um fato ao qual não se dá relevância, quer dizer, que frequentemente bebês perfeitamente sadios sejam abortados por erros nas provas genéticas.
Segundo um artigo de 16 de maio no jornal Guardian, a doutora Anne Mackie, diretora de programas de testes do Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido, estimava que a cada ano, na Inglaterra, 146 bebês sadios e que não tinham qualquer anormalidade se perdem como resultado de testes inexatos.
Segundo Machie, 70% dos hospitais da Inglaterra ainda usam testes que é muito provável que deem “falso positivos”, quer dizer, determinar um alto risco para as mulheres de forma errônea.
Os perigos da eugenia
No dia 21 de fevereiro, Bento XVI falava aos participantes em uma conferência convocada pela Pontifícia Academia para a Vida sobre o tema “Novas fronteiras da genética e perigos da eugenia”.
Cada ser humano, afirmava o pontífice, “é muito mais que uma singular combinação de informações genéticas que seus pais lhe transmitem”.
Devemos evitar os riscos que a eugenia implica, advertia o Santo Padre. E observava que hoje se dão “manifestações preocupantes desta repulsiva prática”. Explicava que hoje “se tende a privilegiar as capacidades operativas, a eficiência, a perfeição e a beleza física, em detrimento de outras dimensões da existência que não se consideram dignas”.
“Deste modo é debilitado o respeito que é devido a cada ser humano, também na presença de um defeito no seu desenvolvimento ou de uma doença genética que poderá manifestar-se no decurso da vida, e são penalizados desde a concepção os filhos cuja vida é considerada não digna de ser vivida”, comentava o Papa.
Bento XVI animava a rechaçar qualquer forma de discriminação como um ataque a toda humanidade. Um chamado à ação que deve despertar as consciências de todo o mundo.

Daqui.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Tribunal Constitucional chumba casamento homossexual


Enquanto o Tribunal Constitucional se vai pronunciando sobre tudo e continua a empurrar para o fundo da gaveta a fiscalização sucessiva da lei do aborto, eis que proferiu decisão sobre o casamento homossexual.


A decisão pode ser lida aqui.


Após um levantamento do caso concreto que esteve na origem desta apreciação e das várias decisões já proferidas, no Direito comparado, sobre esta matéria, o Tribunal acaba por dar relevância ao factor biológico da reprodução como critério decisivo para afastar o casamento homossexual.

"Children of Men"

Trailler aqui.

sábado, 1 de agosto de 2009

Assim avança mentalidade favorável ao aborto

Entrevista com o médico e ginecologista Carlos Alberto Gómez Fajardo
Por Carmen Elena Villa

A defesa da vida, os traumas posteriores ao aborto e a objeção de consciência são alguns dos temas que serão analisados no Primeiro Congresso Internacional sobre a defesa da vida: “O estado de indefensibilidade do ser humano hoje”.

O evento será realizado nos dias 1º e 2 de agosto, na Universidade Pontifícia Bolivariana de Medelhim, Colômbia. Conta com o apoio, entre outros, de A.B.C. Prodein e seus Centros de Ajuda para a Mulher, Vida Humana Internacional, dos Estados Unidos, Centro de Ajuda para a Mulher, do México, e Projeto Esperança, do Chile.

Zenit entrevistou um dos palestrantes deste evento, Carlos Alberto Gómez Fajardo, médico ginecologista, especialista em bioética pela Universidade da Sabana de Bogotá, colunista do jornalEl Mundo de Medelhim.

– Como a visão sobre o aborto se modificou na América Latina, visto que há pouco tempo era tido como um crime e agora é um direito?

– Carlos Alberto Gómez Fajardo: Talvez, por extensão, algumas das realidades sociológicas que vivemos aqui possam ser equiparadas com as de países vizinhos, cuja origem histórica é tão profundamente compartilhada.

Há uma “liberalização da mentalidade no tema do aborto. É como se fosse “politicamente correto” referir-se ao tema da descriminalização como um avanço, como uma posta em dia de uma idealizada globalização. Creio que a poderosa maré de uma ideologia “progressista” deixou sua marca, ao menos nos aspectos legislativos.

Esta “liberalização” da opinião também pode ser entendida como um sintoma da perda de referência dos padrões racionais e antropológicos. Pretendeu-se enfraquecer e relativizar conceitos como o da família tradicional e os meios empenhados em servir à causa “progressista” não esquivam nenhuma ocasião para fazer objeto de crítica e ainda de brincadeira com os valores e modos de viver e de educar que são estigmatizados como “tradicionais”. Pretendeu-se colocar em um nível de igualdade os conceitos do tradicional com o de hipócrita ou pacato. De modo ingênuo, muitas pessoas acolhem estas posturas “light”, pois assim se evitam situações de confronto de ideias e convicções. Estende-se o modo comum de confundir o frequente com o normal. Em minha opinião, estende-se um modo inautêntico do confronto das realidades. Nisso têm muita responsabilidade os meios massivos de comunicação.

– O que um profissional da saúde deve fazer quando entra em conflito o dever de cumprir seu papel na instituição onde trabalha e o que sua consciência lhe diz?

– Carlos Alberto Gómez Fajardo: Os médicos e enfermeiros devem manter-se muito bem formados e informados sobre os fins das próprias profissões. Devem trabalhar no processo da formação da consciência própria e dos estudantes destas disciplinas. Devem manifestar aos seus superiores hierárquicos suas convicções a favor de uma prática clínica que respeite os fundamentos hipocráticos.

O aborto, a eutanásia, a manipulação indevida dos enfermos em situações de dificuldade existencial, não constituem atos propriamente médicos. São atos contrários à essência antropológico-racional destas profissões. Neste sentido, há uma colossal tarefa educativa diante de nós, pois precisamente há vários anos se pretendeu aniquilar a vigência da ética hipocrática. Alguns a consideram “superada”.

– Como o senhor vê na América Latina a discriminação daqueles profissionais da saúde que se negam a praticar abortos?

– Carlos Alberto Gómez Fajardo: Com muita preocupação. Significa que os aspectos repressivos de uma ideologia reinante (a ideologia de gênero) já se converteu em ferramenta operativa dos anônimos funcionários que desempenham cargos de poder no âmbito da saúde e do judiciário.

Isso recorda a história de mecanismos de imposição brutal e policial da vontade de algumas autoridades que se escondem atrás da norma jurídica para sair com seu operativo de imposição de uma “mentalidade única”. É necessário analisar criticamente o tema dos mecanismos de “controle de qualidade” que operam no ministério do ramo e que exigem “rapidez e garantia no serviço”. Sob estas figuras se exerce um implacável sistema de treinamento a instituições e pessoal operacional. Ditam-lhes as normas e eles são obrigados a cumpri-las.

Algo comparável está acontecendo com as políticas de eugenia que funcionam na comunidade europeia, como pode ver-se noEurocat Working Group, no que se refere a registro de diagnóstico pré-natal de más formações congênitas.

Por outro lado, no campo da educação universitária há desafios antes difíceis de conceber. Já há acadêmicos que concebem o ensino e prática de feticídios como requisito para a formação “idônea” do especialista em gineco-obstetrícia”.

– Como a negação da objeção de consciência facilita a promulgação das leis contra a vida?

– Carlos Alberto Gómez Fajardo: Quando se nega a objeção de consciência, vulnera-se o sentido da democracia. A normatividade do aborto e da eugenia – notável paradoxo – é quase sempre defendida por setores e ativistas políticos que se apresentam como verdadeiros paradigmas de liberdade e de democracia. Para muitos deles se recorre insistentemente ao conceito “respeito”. Costumam evitar o enfrentamento racional do tema da democracia como respeito a todos e evitam o confronto do fato da autonomia teleológica ou estatuto do embrião humano. Para isso, recorrem aos conhecidos critérios da comissão Warnock ou de ideólogos como Peter Singer, que estimam que a condição humana do feto (e do neonato) é algo que se adquire com o tempo.

Com estes precedentes, pode-se correr o risco de que estes sistemas judiciais positivistas se estendam e cheguem a extremos muito preocupantes, como no tema da eutanásia e da pena de morte.

– Não é uma contradição que em uma sociedade cada vez mais relativista, onde tudo está permitido, se julgue justamente o objetor de consciência?

– Carlos Alberto Gómez Fajardo: Claro; no relativismo há grandes contradições. “Tolera-se tudo”, mas não se tolera que as pessoas defendam convicções como a da igualdade fundamental que existe entre todos os seres humanos, sem discriminação. Com efeito, como alguns assinalaram com muita precisão, atravessamos épocas de ditadura de um relativismo ético que pretende impor como “justo” o que apenas é um modo comum de interpretar erroneamente a realidade.

O pensador colombiano Nicolás Gómez Dávila o mencionou em alguns de seus escritos: “Porque as opiniões mudam, o relativista acha que as verdades mudam”; “Costuma-se pregar direitos para poder violar deveres”, e “A tolerância ilimitada não é mais que uma maneira hipócrita de renunciar”.

(Entrevista retirada daqui.)