Governo tira Lobo Antunes do Conselho de Ética para as Ciências da Vida
João Lobo Antunes não quis comentar à SÁBADO se a sua não recondução teve contornos políticos: “Acabei o mandato e saí porque não fui nomeado por ninguém”. Questionado sobre se poderia ter sido indicado na quota de outro dos organismos que fazem nomeações para o CNECV – isto caso a decisão do Governo fosse conhecida –, o conselheiro de Estado respondeu: “Não costumo andar a fazer lóbi para ter cargos”.
A nomeação de cinco dos 20 membros compete ao Conselho de Ministros, por indicação de outros tantos ministérios. Lobo Antunes tinha sido escolhido pelo Ministério da Saúde.
Indicado pela Academia das Ciências no mandato que cessou, Daniel Serrão pediu para sair neste mandato, mas diz que ficou “surpreendido” quando não viu o nome de Lobo Antunes entre os 20 membros do CNECV, até porque “se fosse membro poderia ser presidente”, afirmou à SÁBADO.
Pedro Nunes, bastonário da Ordem dos Médicos e também membro do CNECV admite que o organismo fica mais pobre: “Posso dizer que é uma grande perda para o conselho. Era uma pessoa que desenvolvia um trabalho efectivo e de grande qualidade”.
O CNECV é um órgão consultivo independente, que funciona junto da Assembleia da República, e que tem por missão analisar os problemas éticos suscitados pelos progressos científicos nos domínios da biologia, da medicina ou da saúde em geral e das ciências da vida.
Sem comentários:
Enviar um comentário