terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Programa Cegonha e Companhia


Eis uma iniciativa denominada "Programa Cegonha e Companhia", de apoio a adolescentes grávidas, que resulta de uma parceria entre a Câmara Municipal de Vila da Feira e a associação "Pelo prazer de Viver".


Seria muito bom que outras câmaras municipais, pelo país fora, promovessem iniciativas do mesmo género.


A maioria das 17 grávidas e mães adolescentes ligadas ao programa Cegonha e Companhia nunca usava qualquer método contraceptivo na sua actividade sexual por 'não gostar dos preservativos", 'nem ser prático conseguir a pílula".

É esse o caso de três jovens que integram o projecto de apoio a mães adolescentes desenvolvido pelo município de Santa Maria da Feira. Enquanto borda os enxoval do seu bebé na sala da Fada de Berço Sílvia Bernardo mãe aos 17 anos diz que teve sorte porque só engravidou por opção quando após a morte da mãe quis “dar vida à casa” que já partilhava com o namorado. Já Vera Lopes e Núria Moreira foram surpreendidas com a gravidez embora reconheçam que “praticavam para isso sem contracepção.

“Não gosto de usar preservativo e quando fiquei grávida estava à espera de ir com a minha mãe pedir a pílula” conta Vera que tem 16 anos. Engravidou aos 15 e terá uma menina em Fevereiro.

As colegas têm a mesma opinião e defendem-na sem complexos: o preservativo é “desagradável” e para ter a pílula “é preciso ir ao médico e esperar não sei quanto tempo pela consulta”. De outros contraceptivos não falam. “DIU? O que é isso?”.No caso de Vera quem primeiro suspeitou da sua gravidez foram as colegas de escola entre as quais Sílvia que notando-lhe “a barriga muito rija” a aconselhou a fazer o teste. “Sabia que podia engravidar” admite a Vera. “Mas... Sei lá! Achava que não ia acontecer!” acrescenta.

Quando o teste deu positivo “foi um filme”. Primeiro “as raparigas foram todas a monte” contar ao pai do bebé. Em seguida Vera deu a novidade à mãe. Finalmente houve que informar o futuro avô que “até nem reagiu mal” e só disse: “Agora tende juízo e tratai de assumir”.

Superada a hesitação inicial tudo na gravidez acabou por revelar-se positivo para as três jovens. “Tudo excepto os enjoos e a hora do parto” realça Núria.

Hoje Vera tem alguma pena de ter perdido as “noitadas até às quatro ou cinco da manhã” com as amigas mas Núria não tem reclamações: “Na minha vida não mudou nada. Continuo a estudar não saio muito à noite porque já antes não era disso e agora tenho o meu bebé. É uma alegria. Para mim e para o resto da família que anda babada com ele”.

Se a gravidez se revelou afinal “uma coisa bonita” estas jovens reconhecem que isso também se deve ao programa Cegonha e Companhia com que aprenderam a tratar de uma criança. “Eu sabia lá como preparar um biberão dar banho ao meu filho ou limpar-lhe o cordão umbilical...” explica Sílvia. “Se não viesse para cá tinha estado sempre em casa a ver televisão e quando o meu menino nascesse não sabia o que fazer com ele. Entrava em parafuso e dava em tolinha.”.


Fonte: Agência Lusa via Correio do Minho

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