quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Educação sexual em família: uma verdade inconveniente



Em matéria de educação sexual, uma das “verdades” que é muito moderno, sofisticado e politicamente correcto afirmar passa pela exaltação do preservativo.
Ser “moderno” implica defender a espontaneidade dos impulsos e instintos sexuais, desde que se use correctamente o preservativo.
Com base nestas “verdades modernas” financiam-se campanhas pagas com dinheiros públicos e defende-se a revolução sexual com base na protecção do preservativo.
Sucede que estas “verdades modernas” estão muito longe da realidade.
A esmagadora maioria dos homens e mulheres e, em particular, os jovens não gostam de usar preservativo. Consideram que não é prático, quebra a impulsividade e retira uma parte significativa do prazer.
A esta realidade há que acrescentar uma outra: muitas das relações sexuais de risco ocorrem no âmbito do consumo de alcóol ou de drogas. Apelar para o correcto uso do preservativo nestas condições é digno de gargalhada e só por motivos ideológicos é que se poderá entender o contrário.
Infelizmente, não oiço o Professor Daniel Sampaio ou a Associação de Planeamento Familiar falarem sobre estas questões.
O Brasil tem sido dos países que, graças a Lula e ao seu PT, mais tem apostado no preservativo como forma de combate por excelência das DST's e, em particular, da SIDA.
Não deixa, por isso, de ser muito interessante ler esta entrevista ao médico infectologista brasileiro David Uip, director do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, em São Paulo.
Da sua leitura, podemos concluir que se trata de uma pessoa que está no terreno e que, por isso, vê a questão da prevenção das DST's e da SIDA de forma pragmática e sem subordinação a ideologias de facilitismo barato.
Diz ele aquilo que qualquer pessoa que conhece o agir humano sabe, mas nem sempre se diz: A prevenção está na educação do impulso e da vontade, não está na mera informação acerca da prevenção.
O que determina o comportamento é o impulso”. E vai mais longe “O impulso é maior que o medo”
E indica o caminho a seguir:
Comportamento você não muda com campanha, com informação. Você tem uma chance com a educação continuada, desde a fase pré-adolescente”
Embora este médico advogue também o uso do preservativo para quem tem relações sexuais de risco, a sua mensagem final é bem elucidativa sobre o método mais eficaz e verdadeiro de educar para uma sexualidade sadia
A família precisa conversar. Mas trabalhamos muito, temos pouco tempo, o que cria distanciamento. Entendo que é difícil estabelecer uma forma de abordagem. Isso vai muito da maturidade do pai e da mãe, do convívio, da cumplicidade. Essa é a palavra-chave. Primeiro tem que aprender a conversar com o filho. E, antes, tem que aprender a ouvir. O grande truque é saber ouvir o que não está falado. Isso requer um treinamento. Humildade”

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