sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Sociedade que criamos não gera pessoas felizes


Grande conferência de Maria José Nogueira Pinto, numa altura em que todos se espantam pelo aumento da criminalidade no âmbito de uma sociedade que fomenta o facilitismo e umaa cultura de morte:


Vive-se numa sociedade com novas ditaduras, “subtis, mas existem”. A cultura dominante é uma ditadura. Domina um discurso bonito, “espalham-se interpretações manipuladas e no dia-a-dia, as pessoas não mastigam o que as rodeia”. As primeiras interpretações geram a falsidade dos factos.


O paradigma de sucesso “impôs-se ao paradigma da felicidade”. O dinheiro, o êxito profissional, ser conhecido, ser jovem, ser saudável são “paradigmas que fizeram com que os valores deixassem de importar e se tornassem numa barreira”. Nos países desenvolvidos acresce ainda o mito da ciência e da tecnologia, onde as pessoas afastaram a ideia de sofrimento, onde não se morre. “A ideia de morte é cada vez mais afastada”. O sofrimento deixou de ser visto como “um factor de crescimento”, aponta Nogueira Pinto.
“O relativismo moral sobrepôs-se à hierarquia de valores”.
Este contexto cria um novo «homo». “Um homem que participa virtualmente, é fracturado, vive de acordo com a imagem”. Maria José Nogueira Pinto acredita que “Portugal precisa de ser libertado e precisa de um sinal de esperança”.


A ex deputada afirma que se confunde tolerância com a permissividade, igualitarismo com a igualdade de oportunidades


Esta sociedade que “atira para fora os valores” seria, supostamente mais feliz, “mas tal não acontece”.
“Percebemos uma sociedade inquieta, desorientada, aumenta a violência familiar, a violência em velhos e crianças, os indicadores de álcool aumentam, assim como aumentam os pedidos de ajuda para apoio psicológico”, mostram que “não vivemos numa sociedade feliz”.

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