Vive-se numa sociedade com novas ditaduras, “subtis, mas existem”. A cultura dominante é uma ditadura. Domina um discurso bonito, “espalham-se interpretações manipuladas e no dia-a-dia, as pessoas não mastigam o que as rodeia”. As primeiras interpretações geram a falsidade dos factos.
O paradigma de sucesso “impôs-se ao paradigma da felicidade”. O dinheiro, o êxito profissional, ser conhecido, ser jovem, ser saudável são “paradigmas que fizeram com que os valores deixassem de importar e se tornassem numa barreira”. Nos países desenvolvidos acresce ainda o mito da ciência e da tecnologia, onde as pessoas afastaram a ideia de sofrimento, onde não se morre. “A ideia de morte é cada vez mais afastada”. O sofrimento deixou de ser visto como “um factor de crescimento”, aponta Nogueira Pinto.
“O relativismo moral sobrepôs-se à hierarquia de valores”.
Este contexto cria um novo «homo». “Um homem que participa virtualmente, é fracturado, vive de acordo com a imagem”. Maria José Nogueira Pinto acredita que “Portugal precisa de ser libertado e precisa de um sinal de esperança”.
A ex deputada afirma que se confunde tolerância com a permissividade, igualitarismo com a igualdade de oportunidades
Esta sociedade que “atira para fora os valores” seria, supostamente mais feliz, “mas tal não acontece”.
“Percebemos uma sociedade inquieta, desorientada, aumenta a violência familiar, a violência em velhos e crianças, os indicadores de álcool aumentam, assim como aumentam os pedidos de ajuda para apoio psicológico”, mostram que “não vivemos numa sociedade feliz”.
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