domingo, 24 de fevereiro de 2013

Textos da Rádio Costa D'Oiro de 12 a 25 de Fevereiro de 2013


 
Textos “Algarve Pela Vida”

De 12 a 25 de Fvereiro de 2013

 

 

Dia 12 de Fevereiro de 2013- Terça Feira

 

Passam horas a fio a jogar online. Não comem, não dormem, nem vão à casa de banho. Há crianças que vão com sono para as aulas, adolescentes que faltam à escola para jogar. Os pais chamam-nos para jantar e eles pedem sempre mais cinco minutos que se transformam numa hora. Por vezes os pais desesperam, desligam a ficha e os filhos reagem de forma agressiva. Há quem peça aos pais para lhes levarem o jantar num tabuleiro ao quarto e outros que não conseguem passar nem dez minutos sem ir ao telemóvel.

Muitos especialistas acreditam que crianças que passam muito tempo a ver televisão ou em jogos em frente a um ecrã têm um tempo de concentração menor, porque se muda de cenário muito rapidamente porque a sua atenção está exposta a “estímulos fragmentados”.

Há que saber impôr regras e moderar o uso dos jogos, propondo alternativas de convivio e de atividades ao ar livre.

 

Dia 13 de Fevereiro de 2013- Quarta Feira

 

Desligar tudo lá em casa – computadores, telemóveis, televisão – e conversar, é uma das “tarefas terapêuticas” que o psicólogo João Faria propõe aos pais que têm em casa crianças e adolescentes que não dormem, não comem, faltam ou recusam ir à escola, que nem vão à casa de banho, só para jogarem mais um pouco.

Se nos adolescentes o absentismo chega a ser um problema, nas crianças o que acontece é os pais pensarem que estão no quarto a dormir quando, na realidade, estão a jogar:

E a irritabilidade com que chegam às aulas pode dever-se não só à falta de sono, mas também aos conflitos em casa, porque os pais ralham, desligam as fichas ou proíbem os jogos. A solução está fora do ecrã: “O desporto, a música, a leitura devem ser alimentadas desde logo, até para ajudar a criança a conhecer-se a si própria”.

 

 

Dia 14 de Fevereiro de 2013- Quinta Feira

 

O escritor e poeta Sebastião da Gama, falecido no início do século passado, era uma alma genuinamente sensível e profunda.

Para ele “ser poeta” não era só uma função, mas um estado de alma permanente que se manifestava em todos os momentos do dia, por mais banais e corriqueiros que fossem.

Sebastião da Gama descobriu que a vida é uma conquista diária feita de contínuas quedas e vôos, de fraquezas e de triunfos.

E que só é verdadeiramente pessoa quem é e vive realmente como um poeta.

 

 

 

Dia 15 de Fevereiro de 2013 - Sexta-Feira

 

Uma coisa que me põe triste
é que não exista o que não existe.
(Se é que não existe, e isto é que existe!)
Há tantas coisas bonitas que não há:
coisas que não há, gente que não há.
bichos que já houve e já não há,
livros por ler, coisas por ver,
feitos desfeitos, outros feitos por fazer,
pessoas tão boas ainda por nascer
e outras que morreram há tanto tempo!
Tantas lembranças de que não me lembro,
sítios que não sei, invenções que não invento,
gente de vidro e de vento, países por achar,
paisagens, plantas, jardins de ar,
tudo o que eu nem posso imaginar
porque se o imaginasse já existia
embora num lugar onde só eu ia...

 

Dia 18 de Fevereiro de 2013- Segunda Feira

A iniciativa “Um de nós”, promovida pelos cidadãos europeus pede o reconhecimento, no espaço da União Europeira, da vida desde a concepção.

está autorizada a captar assinaturas on-line, conta com movimentos, associações, fóruns, clubes e igrejas que mobilizam os seus membros e os convidam a assinar o documento em defesa da vida.

Conforme previsto pelo Tratado de Lisboa, os promotores de "Um de nós" devem recoher um milhão de assinaturas em pelo menos sete países europeus para que a Comissão Europeia programe um eventual ato jurídico que reonheça o pedido apresentado pelos cidadãos.

Em Portugal, esta petição deve recolher um mínimo de 100 mil assinaturas.

Para poderem subscrever a petição basta ir ao site www.oneofus.eu seleccionar o link para opção de subscrição e prencher os dados.

No caso do Cartão de Cidadão ou do Bilhete de identidade, para além dos digitos do número propriamente dito, deve-se colocar um traço a seguir e o número de segurança (que no BI aparece entre o número do BI e a data de emissão) e o mesmo no cartão de cidadão. Por vezes, há que colocar um zero antes do 1º algarismo.

Não se esqueça de aderir !

 



Dia 19 de Fevereiro de 2013- Terça Feira

Carlos e Regina estavam eufóricos. Iriam, enfim, realizar o sonho que os acompanhava nos últimos anos: “Até que enfim! Até que enfim!...” Sentiam que valera a pena terem namorado durante alguns anos, como também guardavam belas recordações dos meses de noivado.

O “sim” – «Eu te recebo e te prometo ser fiel, amar-te e respeitar-te na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, todos os dias da nossa vida» – foi dito com alegria. Ela estava trémula, emocionada.

Vinte anos depois do casamento, custava ao sacerdote convencer-se do que ouvia. Não tivesse motivos suficientes para acreditar em Luís António, filho de Carlos e Regina,. Nada faltava ao jovem: Mas dizia não ser feliz.

O seu pai, ocupado demais com os negócios, não tinha tempo nem para ele, Luís António, nem para os outros filhos. Levava uma vida agitada, cheia de compromissos, mas certo de que trabalhava para a família, unicamente para o bem dos filhos.

Onde, afinal, ficaram os sonhos de vinte anos atrás? Em que lugar do mundo foram enterradas aquelas frases do noivado

Que estranha vida é essa que deforma e destrói tantos sonhos?...

 

 

 

Dia 20 de Fevereiro de 2013- Quarta-Feira

Luís António não se sentia amado: era esse o seu drama. O drama dos seus pais era outro: conscientes de serem os melhores pais do mundo, não compreendiam por que o filho os agredia tanto. Como não eram capazes de se colocar no lugar do filho, não conseguiam avaliar a sua solidão. Também não percebiam que a educação que davam aos filhos sofria uma concorrência imensa: concorria com as idéias dos meios de comunicação social, dos professores, dos colegas; do mundo todo, enfim. Não poucas vezes, havia oposição total entre tais ideias.

Luís António, desorientado, precisava urgentemente da atenção, da presença e do amor dos pais. No momento essa era a única linguagem que poderia atingi-lo, a única que entenderia. No entanto, ilhados nos seus próprios problemas e assoberbados por inúmeras tarefas e preocupações, os pais não viam as barreiras que os distanciavam do filho.

Que estranha vida é essa que deforma e destrói tantos sonhos?...

 

Dia 21 de Fevereiro 2013- Quinta-Feira

 

O escritor e poeta Sebastião da Gama, falecido no início do século passado, deixou-nos um magnífico testemunho sobre o que significa viver a vida intensamente.

Afligido por uma doença mortal, relembrava o valor do tempo.

Numa carta dirigida a David Mourão-Ferreira, escreve assim:

« Sabes porque não perco tempo em cafés e em outras coisas de que o café pode ser uma metáfora ?

Porque quero deixar feita a minha obra. Poder dizer à morte “Já vens tarde”. Porque ela é irónica e vem a meio da nossa distracção.

Medita nisto, David e, pergunta assim de vez em quando

- Que fiz eu hoje ?”

 

Dia 22 de Fevereiro de 2013- Sexta-Feira

O maior problema é os pais quererem ser perfeitos.

Por exemplo, com os bebés: custa-lhes ouvi-los chorar e por isso correm até eles ao mínimo ruído

Na vida normal de uma casa onde existe uma criança pequena, impulsiva, activa, exigente, curiosa, o “não” pode muito bem passar a ser a palavra mais usada. Mas o adulto que a diz tem de acreditar que está a fazer o que está certo. "Se as respostas ao seu comportamento forem consistentes, a criança adquire uma boa ideia do que é permitido e do que é proibido, do que é seguro e perigoso."

O excesso de autoridade tem, em geral, o efeito oposto ao desejado mas, quando a criança rejeita relutantemente o não, recomenda-se o recurso ao castigo ou mesmo uma "leve palmada ocasional" para deter uma escalada de conflito. "Não é o castigo em si que importa, mas aquilo que o seu comportamento transmite. Não é preciso uma marreta para partir uma noz".

 

 

 

 

Dia 25 de Fevereiro de 2013- Segunda-Feira

A Ana quer
nunca ter saído
da barriga da mãe.
Cá fora está-se bem,
mas na barriga também
era divertido.

O coração ali à mão,
os pulmões ali ao pé,
ver como a mãe é
do lado que não se vê.

O que a Ana mais quer ser
quando for grande e crescer
é ser outra vez pequena:
não ter nada que fazer
senão ser pequena e crescer
e de vez em quando nascer
e voltar a desnascer.

 

 

 

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