sábado, 2 de fevereiro de 2013

A face moderna da preguiça



Hoje fala-se muito em empreendedorismo, apontado como uma qualidade essencial para o sucesso profissional. Ocorre que o bom empreendedor é também aquele que sabe transformar a si próprio, forjando uma gama de virtudes – em especial a fortaleza – capaz de superar os obstáculos que se antepõem ao objetivo de vida buscado.

Há também aqueles que, por não gostar do trabalho que desempenham, vivem reclamando e se limitam a suportar as horas que passam no escritório, na fábrica ou numa repartição, sempre a espera de uns poucos momentos para “verdadeiramente viver”. Nesse caso, será legítimo buscar outro trabalho que esteja mais de acordo com as aptidões pessoais. Enquanto não o encontram, porém, o grande desafio será desempenhá-lo com alegria e bom humor, talvez pensando no bem que pode proporcionar aos demais.

Lembro-me de um lixeiro que conheci alguns anos atrás. Toda noite o caminhão passava barulhento próximo à janela do nosso apartamento. Ele e seus colegas corriam a toda pressa para dar conta de recolher as toneladas de lixo. Mas o fazia com imensa e inexplicável alegria. Tanto que chamaram a atenção dos meus filhos, que o aguardavam na janela. Apesar do trabalho intenso, após recolher os sacos e antes de correr atrás do caminhão que partia afoito, abanava a mão para os garotos dizendo: “tchau Nenê!”. E trabalhava tão feliz que meu filho dizia que, quando crescesse, seria lixeiro.

Estou certo de que esse trabalho não era naturalmente agradável para aquele rapaz.

(...)

Sabemos nos esforçar para fazer bem também as atividades que menos gostamos, pensando no bem que isso pode proporcionar aos demais? E ao fazê-lo, não nos esqueçamos de que isso é fonte de imensa alegria, bem diferente da cara feia e lamurienta do preguiçoso e do egoísta.

 

Fábio Henrique Prado de Toledo é Juiz de Direito em Campinas e Especialista em Matrimônio e Educação Familiar pela Universitat Internacional de Catalunya – UIC

Fonte: Portal da Família

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