Portugal é um país infeliz devido à cultura da lamentação
Um estudo realizado pela OCDE em 40 países revelou que só os chineses e os húngaros estão mais infelizes do que os portugueses.
Foi a partir desta constatação que Américo Baptista decidiu escrever o livro "O poder das emoções positivas" para demonstrar que é possível alcançar a felicidade através de determinados procedimentos.
O livro tem como finalidade "descrever o que a ciência sabe atualmente em termos de melhoria das emoções positivas": "Se as conseguirmos manter ao longo do tempo, passaremos a ser mais felizes".
Segundo o psicólogo, existe uma equação para a felicidade: 50% depende dos genes, 10% do ambiente social e 40% do comportamento das pessoas.
Para Américo Baptista, aprender a ser feliz é como aprender a tocar um instrumento musical.
"Se nos dedicarmos e repetirmos os procedimentos corretos aprendemos a tocar um instrumento musical. Com as emoções positivas e com a felicidade é a mesma coisa", sustenta.
"O que se passa é que, do ponto de vista mental, pensamos que, quando compreendemos algo, temos o problema resolvido, mas não é assim. Além de o compreendermos, temos de executar manobras de um modo repetido" para não voltar a acontecer.
E as manobras são simples: Ser generoso, apreciar as coisas da vida, sorrir, aprender, melhorar o relacionamento com os outros ou fazer exercício.
Segundo o especialista, 15% do aumento da confiança na sociedade, aumenta o Produto Interno Bruto em 1%. "Ou seja, se andarmos bem-dispostos, lidamos melhor com a crise".
Américo Baptista alerta para os perigos da procura de emoções positivas na "psicofarmacologia cosmética" e em substâncias como o álcool.
A investigação tem mostrado também que as pessoas tomam decisões muito importantes na vida, como casarem, divorciarem-se ou mudarem de emprego, com expectativas de prazer e de felicidade antecipada que, na maior parte das vezes, acabam por nunca se realizar.
Também o jogo compulsivo é "uma situação gravíssima de procura incessante de prazer", que, além de destruir carreiras e famílias, está associado a problemas graves de uso e abuso de substâncias, a problemas legais, à ansiedade e à depressão.
"Estima-se que 15 a 25% dos jogadores compulsivos tentem o suicídio, sendo que, algumas vezes, o pior acontece", salienta o psicólogo.
Há ainda pessoas dependentes do trabalho, das compras, do computador, do telemóvel e de sexo para tentarem alcançar emoções positivas, diz, alertando: "As fontes de prazer transformam-se, para algumas pessoas, em motivos de sofrimento imenso".
Fonte: JN
Sem comentários:
Enviar um comentário