A partir de agora, será assim todos os anos em Maio.
Não se vem protestar, não se gritam palavras de ordem contra ninguém.
Canta-se e dizem-se palavras animadoras que convidam a abraçar a apaixonante tarefa de viver.
De Braga a Faro, estão lá todos os que quiseram vir.
A maioria dos caminhantes é de Lisboa e representa-se apenas a si própria ou a algum dos 40 movimentos que aderiram à chamada de Sofia Guedes, já especialista na organização das edições anteriores.
Com uma equipa de voluntários e um mês de trabalho intensivo, foi posta em pé de novo esta iniciativa
Na Praça dos Restauradores, testemunhos breves de dois jovens do Lobby pela Vida: a Carminho d´ Orey e o Tomás Anunciação, que contam como se entusiasmaram por esta causa. Célia Fonseca, que veio parar aqui por uma situação desemprego. Hoje não quer ocultar a dureza dessa situação, mas prefere olhar para o tempo livre que lhe permitiu fazer voluntariado na Caminhada e que agora quer prosseguir.
Teresa Correia, formadora de jovens, agradece a presença de todos e mostra todos os dias com o seu trabalho como é importante sensibilizar os mais novos para o VALE A PENA VIVER, lema que vem conduzindo os participantes. E assim chega a vez dos que já constituíram família: a Catarina e o Miguel já trazem a pequena Pilar. Contrariaram a tendência dominante de adiar o casamento e decidiram fazê-lo quando o seu amor já estava maduro. As dificuldades não esbateram a enorme alegria da ter uma criança para cuidar minuto a minuto.
Fala depois Leonor Ameal, em nome dos idosos. Uma senhora que nos acorda para a urgência desta fase da vida, em que já não tem que provar nada a ninguém, mas com muito para dar: um tempo que já não está medido pelas regras da produtividade, em que pode saborear constantemente as pequenas coisas como presentes.
Depois, a expansão geográfica: Miguel, do Algarve, José de Coimbra, ambos empenhados na defesa da vida, e também os amigos de fora: George Martin, de França, recentemente chegado dum evento semelhante em Roma, com participação massiva, e Peter Colosi, dos Estados Unidos, que apela às conversas cara a cara, coração a coração. Nesta batalha não há fronteiras.
Encerra a fase breve dos discursos António Maria Pinheiro Torres, da Federação Portuguesa pela Vida, convidando todos a manter a presença desta grande causa no espaço público, com sentido positivo, sem lamentos e sem baixar os braços.
A chuva já tinha parado a meio da Avenida da Liberdade.
Os que empunham e acompanham o cartaz referente à época da Juventude já apanham a etapa luminosa da tarde e os seus gritos dão cor ao meio do percurso.
A chuva já não volta ,a festa custa a terminar, ao som de uma banda rock que anima o final da sessão. Todas as crianças que já vieram pelo seu pé se põem em ritmo de dança, enquanto os adultos aproveitam para se cumprimentar e marcar novas etapas. "Este ano, viemos muitos, mas para o ano vimos mais", diz-nos uma das participantes minhotas.
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