Investir na Cultura da Vida
1.Cultura da morte e negação da vida como direito absoluto
A segunda metade do século XX viu a generalização do aborto legal, a pedido, como um avanço jurídico indiscutível e um progresso no âmbito da liberdade pessoal. Deste modo, a desprotecção legal da vida humana mais indefesa e inocente – a das crianças não nascidas – tornou-se um objectivo civilizacional de que nenhuma sociedade «progressista» podia prescindir. Conseguida a liberalização do aborto e a sua banalização por via legal, os promotores desta cultura da morte voltaram-se para o outro extremo da vida humana, onde ela se apresenta igualmente mais fragilizada – e encontram-se agora na linha da frente, tendo em vista a legalização e liberalização da eutanásia.
2. Consequências
Relativamente à eutanásia, começamos apenas a vislumbrar o tipo de sociedade impiedosa, violenta e profundamente egoísta para a qual nos encaminhamos. Quanto ao aborto, falam os números: em Portugal, 19.000 crianças foram legalmente eliminadas, antes de nascerem, só no ano de 2009; em Espanha, vinte anos de aborto legal têm como resultado um milhão de crianças mortas antes de nascerem; na Europa comunitária, faz-se um milhão e duzentos mil abortos cada ano; na Rússia, no último ano, o número de abortos foi igual ao de nascimentos; nos Estados Unidos, há mais de um milhão de abortos por ano. Por outro lado, são cada vez mais frequentes as notícias de crianças abortadas que sobrevivem durante longas horas de agonia, como sucedeu recentemente em Itália. Tais crianças, nos Estados Unidos, não têm direito a nenhum tipo de assistência médica – são tratadas sim-plesmente como mortas, estando ainda vivas... Os números poderiam continuar. Estes, porém, são suficientes para se entender a galeria de horrores em que o aborto transformou muitos hospitais públicos e tantas «clínicas» privadas com dedicação exclusiva ao negócio da morte – tudo feito com a protecção da lei e, na maior parte dos casos, pago pelo dinheiro dos contribuintes. Depois, admiram-se que vivamos em sociedades cada vez mais violentas, emocionalmente exaustas, culturalmente decadentes, nas quais nenhum valor – a não ser o egoísmo individual – merece cuidado e protecção.
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