Contra a publicidade enganosa
Os prelados consideram que os anúncios podem conduzir à normalização do aborto
Os bispos católicos de Inglaterra expressaram a sua oposição a uma norma que permitiria a publicidade ao aborto e aos contraceptivos nos meios de comunicação social do Reino Unido.
Os prelados assinalam que o aborto "não é remédio nem produto de consumo. Apresentá-lo como tal corrompe o respeito à vida e é altamente enganoso e danoso para as mulheres, que podem sentir-se pressionadas a uma decisão rápida que nunca poderá ser desfeita".
O documento elaborado pelos bispos recorda que a lei "não permite o aborto a pedido" e que "não há ‘direito' a abortar". A interrupção da gravidez "é ilegal no Reino Unido, a menos que dois médicos atestem que a mulher satisfaz critérios específicos de isenção".
A mensagem refere que "permitir publicidade audiovisual de serviços que remetem as mulheres para o aborto seria enviar uma mensagem profundamente enganadora, baseada na suposição que ele é legalmente acessível". Os bispos esclarecem que a propaganda poderia contribuir para uma "posterior ‘normalização' do aborto e a sua assimilação como um serviço de consumo".
Por outro lado, autorizar essa publicidade equivale a "permitir a promoção da exploração" de um comércio que "não está no interesse da saúde ou do bem-estar psicológico das mulheres".
Os bispos ingleses consideram que a orientação sobre a gravidez deveria centrar-se na "ajuda a ter um filho", e não nas referências ao aborto.
Os prelados mostram-se igualmente preocupados pelo facto de os anúncios de contracepção se dirigirem aos menores, entre 10 e 16 anos, dado que "é profundamente inadequado anunciar preservativos a crianças."
Em conclusão, os bispos afirmam que "a nossa sociedade já fracassa junto dos mais jovens ao apresentar-lhes uma visão empobrecida do sexo, frequentemente separada de qualquer contexto de amor comprometido e disposição à paternidade".
"O respeito pela vida, pelo sexo e pela paternidade são centrais para uma sociedade sã. As peças publicitárias deveriam reflectir isso".
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